domingo, 2 de agosto de 2009

Les ailes des moulins protègent les amoureux

Jerry Mulligan (Gene Kelly) e Lise Bouvier (Leslie Caron) no telhado do Moulin Rouge.

Quando você estiver muito triste e achando que a vida a sua volta não é boa, tampouco uma coisa bonita de se assistir, pare tudo o que estiver fazendo e que estará sendo chatíssimo, certamente, e assista ao filme Sinfonia em Paris (An American in Paris, 1951).
Acabei de assistí-lo e o sentimento é de alegria renovada, felicidade gratuita, emoção verdadeira, e de gratidão a todos os artistas que participaram de sua elaboração. Que gente generosa!
Aliás, o filme todo é uma lição de generosidade. As personagens são boas e talentosas como só podem ser os artistas verdadeiros e... estão morando em Paris.
O mote da história é o de toda comédia musical romântica, ou seja, o de um casal que se apaixona e que não pode viver o seu amor em plenitude: até chegar o momento do final feliz. Até aqui, os desavisados poderão achar que se trata de um lugar comum. Mas quanta diferença quando isso é contado por gente talentosa! Como o diretor Vincente Minelli. O ator e bailarino Gene Kelly (“Uma das maravilhas do século XX”) e a atriz francesa e bailarina Leslie Caron, os protagonistas da história. Além dos excelentes Oscar Levant, Georges Guétary e Nina Foch. E, ainda mais, quando o tempo todo estamos ouvindo o encanto das composições musicais de George Gershwin.
O filme não foi todo rodado em Paris, mas a atmosfera parisiense está toda lá. Estamos, é claro, na Paris dos sonhos...
Assistindo ao filme, hoje, lembrei-me que já o tinha visto na infância, em uma Sessão da Tarde! Lembrei-me também de meu pai. Ele não gostava de musicais. Acho que a maioria dos pais da geração a que meu pai pertenceu gostam mesmo é de Faroeste americano (rsrsrs), o meu não fugia a essa regra. Na ocasião, justamente em que eu assistia maravilhado ao filme, meu pai disse-me que não tinha paciência para assistir a uma história em que as pessoas estão em um diálogo e que, de repente, se trasforma em canção e as pessoas começam a dançar. Meu pai não era o tipo de pessoa dada a maravilhamentos.
No encarte do DVD que comprei (daquela coleção de clássicos de cinema que é vendida em banca de jornal) é justamente do que nos fala o editor de moda da Folha, Alcino Leite Neto:

A comédia musical exige um espectador disposto a se entregar a um ato de “maravilhamento”. De repente, a música começa a soar, não se sabe exatamente de onde, os atores balançam o corpo, as palavras vão se transformando em canção e todos os elementos do filme – figurantes, objetos, cenários – parecem se transportar para um território onde tudo é possível. (...) Se o expectador não aceita esse “transporte” de uma dimensão à outra ele não compreenderá nunca a comédia musical.

Transportei-me de corpo e alma e, juro, estou muito mais feliz agora do que antes!

2 comentários:

  1. Também adoro musicais, especialmente os do pós guerra.... quanto mais incrível a presença de música, mais converncida fico que ela deveria estare xtamente ali e não em qualquer outro lugar.... sempre saio da experiência tomada de um desejo incontrolável de cantar e dançar pelas ruas de São Paulo e o choque com a realidade é terrível.... mas vale a pena.... volto sempre aos musicais,

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  2. Que bom, que bom, que bom!

    Estou descobrindo pós esse post que há muito mais gente dada a maravilhamentos do que eu pensava. Uma amiga que não comenta por aqui, comentou por e-mail e disse que agora precisa ver um musical, with urgency.

    Vc já é um maravilhamento por si só, Lilian.

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