segunda-feira, 30 de agosto de 2010

David Eustace

Outro dia um amigo me disse que aqui, no meu blog, eu falo muito de arte, de pintura, de desenho, ilustração, não é mesmo? Eu fiquei sem entender se isso era uma crítica, por eu não ter formação em arte ou tampouco ser um artista. A ver. rsrsrs
A verdade é que a delícia de eu poder manter um blog pessoal é essa mesma: a de não ter outro compromisso que não o de ter a liberdade de poder compartilhar com as pessoas as coisas que encontro, das quais posso ter fruição, simplesmente porque gosto. Simples assim. ;-D

Eu sempre gostei de ver o trabalho das pessoas de talento e sensibilidade, sempre me emocionei com esses trabalhos e vejo esse blog como esse grande caderno em que vou colando imagens e textos, expondo minhas impressões das coisas que vejo enquanto vivo. Portanto, claro, das coisas que acho que vale a pena divulgar.  Aliás, temos tanta coisa vulgar no mundo e que não precisam de divulgação. Por que não divulgar, aquilo de que gostamos, para tantos outros que podem também sentir prazer e mesmo aprender com isso?

As pinturas do pintor britânico David Eustace são, por exemplo, mais uma pérola que encontrei no mar da web e lhes trago hoje. Também fiz minha versão brasileira da notícia que encontrei a respeito do pintor e que se encontra no site da galeria on-line, que divulga seus trabalhos:

David Eustace nasceu em Birmighan, em 1950, e foi encorajado na escola, por seu professor de arte, a seguir uma carreira artística, mas constrangimentos financeiros forçaram-no a começar a aprender carpintaria. Foi somente muitos anos depois, quando ele já tinha vinte e um anos, que pôde voltar a estudar. Ele completou um curso inicial na Sutton Coldfield Art College, seguido por uma graduação em Fine Art na Exeter College of Art. Mais tarde, ele ainda esteve na Leicester Polytechnic, em 1976, e diplomou-se como professor.
Após a graduação, David passou seis anos nos EUA trabalhando como muralista. Desde que retornou ao Reino Unido, em 1986, tem ganhado a vida como pintor e muralista – durante 25 anos ele foi baterista na blues band ‘Junkyard Angels'. E, agora, ele toca em um quarteto de jazz chamado 'Shufflebones'.
(...)
David Eustace diz: “Foi somente quando eu parei de trabalhar para sobreviver que minha pintura tornou-se minha propriamente. Para mim, imaginação é a pedra de toque para explorar um mundo interior de sentimentos e sonhos.”
(...)
O trabalho de David Eustace, além de ser exibido na Red Rag British Art Gallery, tem sido exibido nas principais galerias de arte britânicas. Cada uma das pinturas expostas na Red Rag saem diretamente do estúdio de arte de David Eustace e como tudo na Red Rag British Art and Contemporary Art, podem ser enviadas para o mundo inteiro.

















sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Educação na Escola e na Praça

Hoje, na minha hora do almoço, passei pela Praça do Patriarca, aqui no centro de São Paulo, e vi um moço, sentado em uma cadeira de rodas com seu violão e diante de um microfone, que cantava, com seu vozeirão potente e afinado, uma canção da Legião Urbana, aquela deliciosa: “Eduardo e Mônica”. Ele era acompanhado por uma bateria, que um outro músico tocava muito bem.
O cantor era um homem adulto e cadeirante.
Achei-o tão animado, verdadeiro, confiante. E fiquei feliz por isso.
Também foi inevitável imaginar que ele possa ter passado e ainda deve passar por muitas adversidades, sobretudo, aquelas que resultam da falta de apoio, o qual as pessoas com mobilidade reduzida precisam ter. Essa falta de apoio pode acontecer por parte das instâncias governamentais, ao não ampliarem ainda mais as políticas de inclusão desses cidadãos na escola, no mercado de trabalho, na vida social produtiva; ou por parte da família ou, ainda, dos indiferentes às suas dificuldades.
Independentemente disso tudo, esse homem é já um adulto e está confiante e fazendo sua parte: vendendo, pessoalmente, seus CDs, em praça pública, cantor que é.

Quando passei pelo homem, imediatamente, também associei essa circunstância a uma outra que conheci, ainda nesta manhã.

É que vivi uma experiência importante para a minha própria educação: fui conhecer a Escola NANE, no bairro de Moema. As donas da escola são pedagogas, educadoras e psicólogas, que há muito trabalham com a prática de uma Educação Regular Inclusiva e, isso, desde quando nem se sabia como nomear essa atitude destemida de quem pensa a educação para todos e, principalmente, arregaçando as mangas e fazendo com que ela aconteça.
E o que vi?
Um ambiente absolutamente agradável e no qual as pessoas todas - porteiro, recepcionista, auxiliares de limpeza, professores, coordenadores, fisioterapeutas, as diretoras/mantenedoras da escola - todos vivenciam a experiência de educar com prazer, com respeito e com verdade. Qual verdade? Aquela que permite a esses alunos, desenvolver suas capacidades, mesmo que dentro dos seus limites o que, infelizmente, não acontece em muitas escolas, e mesmo hoje, quando a educação inclusiva é lei e está no papel.
A verdade, é que, antes de algo como uma lei dizer o que deve ser feito, as pessoas precisam descobrir por si mesmas o que deve e precisa ser feito e, principalmente, como fazer isso mesmo.
É por isso que as crianças e jovens que estudam na Escola NANE estão felizes, cada qual a seu modo, e eu não tenho dúvida alguma de que isso se deve ao amor que conduziu aquelas pessoas a desempenharem tão bem os seus papéis.
Uma professora me contava que eles têm na escola um projeto que possibilita aos adolescentes deixarem de viver apenas limitados ao convívio familiar ou mesmo escolar, o que muito comumente ocorre na vida de tantos jovens nas mesmas condições. Assim, eles se organizam em grupos, acompanhados por um educador, e vivenciam saídas diversas, por exemplo, tão somente para sentarem-se em uma lanchonete em grupo ou quando festejam o aniversário de um amigo/amiga, e, assim, de programinha em programinha, passam a exercitar o convívio fora do ambiente escolar ou familiar, e, portanto, aquelas situações comuns e necessárias e que acontecem na vida de um adolescente, normalmente. Aliás, uma mãe, depois de permitir que sua filha vivenciasse essa experiência, disse para a educadora:
- Vocês devolveram a adolescência para a minha filha.
Não é muito bonito poder ouvir um agradecimento tão punjente de uma mãe, quando se é professor?
Isso só ocorre se a equipe de educadores de uma escola souber e tiver a certeza de que Educar é ensinar que toda pessoa tem o direito de viver a sua vida e de fazer dessa vida o que melhor puder fazer. Algumas pessoas precisam ainda mais desse ensino, ou seja, do ensino de que isso é possível e por esse mesmo motivo também merecem os cuidados que outras pessoas podem lhes propiciar para que vivenciem esse direito.
Isso também pode acontecer em plena praça pública, vejam só! No entanto, deveríamos nos perguntar:  em quantas praças mais, celebraríamos essa beleza, se nas escolas isso acontecesse com mais frequência?

Bom fim de semana. ;-D

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Roberley Bell

Hoje, quando encontrei o trabalho dessa artista de Nova Iorque, lembrei-me daquela canção que diz que as flores de plástico não morrem...

Aliás, segundo as informações contidas no site de Roberley Bell essa reflexão não está distante do seu trabalho. Eu também gostei muito dessa assinatura que Bell impõe ao que faz porque temos nela esse apelo power flower e que eu tanto admiro como atitude! ;-D
Vejam o que vai dito por lá:

Os projetos de Bell examinam conceitos relativos ao meio ambiente construído, explorando as relações entre o que é feito pelo homem e o natural na paisagem, focalizando no artifício da natureza. Bell cria trabalhos tanto para interiores quanto para o exterior (é o caso desse portão que ela fez para um jardim comunitário). Seus projetos de jardim são um jogo na e com a natureza.






A recente série de esculturas The Flower Blobs teve como inspiração a arquitetura blob (Blobtecture), suas formas não são da natureza, contudo, as esculturas revelam-se a si mesmas como formas naturais. The Flower Blobs persiste em explorar o transbordamento de seus projetos de paisagem, o espaço onde o artificial encontra o real. Esse projeto transforma-se numa versão miniatura, se não em um souvenir de nosso extremo controle da paisagem.








terça-feira, 24 de agosto de 2010

Naomi Kobayashi revisitada

Em dezembro passado, eu apresentei aqui o trabalho de Naomi Kobayashi e não pude falar nada sobre a artista porque não posso ler japonês. Se você puder visite o site ;-p
Agora, encontrei novas imagens, provavelmente sua produção mais recente, que também desejo partilhar.
Acho tão feminino esse trabalho, no melhor sentido que pode ter o que é da ordem do feminino: profundo, incomum, sensível, portanto, pura poesia.

Vendo esse trabalho, lembrei-me que outro dia, alguém me falava em ilusão, no sentido daquela canção: Quem espera que a vida, seja feita de ilusão, pode até ficar maluco ou morrer na solidão...
E, é verdade, ilusão é fuga: quando não queremos perceber o mundo como ele se apresenta e nos iludimos, criando um mundo ou uma visão de mundo que melhor nos convenha.
Creio que há momentos em que é importante não termos também a ilusão de achar que o mundo é só isso que se vê: não, como nos diz outra canção, é um pouco mais, que os olhos não conseguem perceber e as mãos não ousam tocar, e os pé recusam pisar...

Acho que o trabalho de Kobayahi está nos falando desse "um pouco mais" que o mundo pode ser, ou ao menos do que nossa vida interior pode conceber acerca desse mesmo mundo. Enjoy it!

















segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Kate Shepherd

Agora, eu estou acompanhando, no facebook, a programação do The Drawwing Center e foi por meio desse contato que conheci esse trabalho da pintora e escultora, Kate Shepherd.

Ela também tem um site, e lá é possível conhecer ainda mais sua produção.

Como ela fez o cartaz do Torneio aberto de Rolland Garros, em 2007, encontrei no site do evento esse texto que me pareceu dar notícia da artista de uma maneira muito rápida, é verdade, mas que traduziu o que eu também senti, observando esse trabalho, sobretudo a importância dessa delicadeza dos traços em fundos coloridos. A meu ver quem não compreende o abstrato na arte não compreende, também, a ilusão do que parece concreto na vida.

Pois bem, segundo o site:

A pintora e escultora Kate Shepherd nasceu em Nova Yorque, em 1961, e perto do final dos anos 90, seu trabalho foi sendo exibido em galerias e museus ao redor do mundo. [não me lembro de nenhuma exposição da artista no Brasil. A ver.]

Ao sobrepor grades de linhas delicadas sobre fundos coloridos brilhantes, suas pinturas criam espaços interiores e exteriores. Os volumes e perspectivas no seu trabalho revelam arquiteturas poéticas, por meio das quais são filtradas a emoção e humanidade da artista.













sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A infância em poesia

Hoje, encontrei, no blog Chronizt.info, essas imagens belíssimas, em uma postagem que dizia o seguinte:

Houve um talentoso artista, de Twillingate, Newfoundland, chamado Randy Hann. Ele podia desenhar um esboço usando apenas um lápis, com resultados fantásticos, de um modo muito realista... como tomadas de câmara fotográfica... Veja alguns exemplos de seu trabalho:

Só faltou o blogueiro dizer que a temática prepoderante no seu trabalho, ao menos na seleção reunida, é a que procura retratar a infância. Não sei o porquê, mas esses retratos de crianças lembraram-me aquele delicioso poema de Carlos Drummond de Andrade:

Infância

A Abgar Renault

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras.
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu...Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro...que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
 
 


 








quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Keemo said I am not an expert


Muitas vezes, a simplicidade é sobretudo um sinal de delicadeza. Por que deixaríamos de ser simples e tornar-nos-íamos, por essa razão, menos delicados do que poderíamos ser?
Eu, hoje, encontrei esse trabalho que tem tudo isso: simplicidade e delicadeza.
O blog do artista, além de ter o resultado do seu trabalho em progresso e que sempre é ali postado, tem textos maravilhosos que acompanham esses trabalhos. Vou tentar fazer a minha versão brasileira de um deles. Infelizmente, não consegui trazer a imagem que acompanhava tal texto. Mas deixo aqui o link para que você mesmo confira. Ok?

I'm Not An Expert

Essa pintura sofreu três transformações completas. Sob essa pintura há uma outra e, abaixo dessa, ainda uma outra, e se você olhar de perto (é difícil ver no scan) você poderá ver sinais dessas pinturas por baixo, dando seus indícios.
Eu suponho que o mesmo possa ser dito a respeito de cada um de nós, eu poderia supor que há muito mais camadas também em nós e eu imagino que cada uma dessas camadas ainda aparece em diferentes momentos.
É apenas uma suposição minha, mas eu não sou um expert. Eu sou apenas um pintor.
Em todo sentido, há uma mensagem em cada camada e essa noite apenas parece suficiente para permitir que isso possa ser o que é e para que todos nós encontremos nosso próprio reflexo em cada uma dessas camadas... Aproveite!





terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Berlim colorida de Matthias Heiderich

Matthias Heiderich é um fotógrafo que vive em Berlim. Este trabalho pertence a uma série que ele chamou Color Berlin. Além de fotógrafo, ele também atua no cenário da música eletrônica (electronica-IDM-experimental music), onde é conhecido como Massju.

Se eu fosse fotógrafo, penso que eu também exploraria essa temática da profusão de cores que podemos encontrar em uma cidade. Ainda mais aqui, em São Paulo, que anda tão cinza nestes dias de inverno... ;-D

Não é o máximo essa Berlim colorida e despojada que ele nos apresenta nesse trabalho? Você poderá conhecer ainda mais da sua produção, visitando sua galeria on-line