quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Rebelião de Rebecca Horn está acontecendo aqui em Sampa. Não perca!




Hoje, na minha hora do almoço, fui até o CCBB para dar uma olhadinha na exposição Rebelião em Silêncio, de Rebecca Horn.

Na verdade, não vi os trabalhos.rsrsrs ;-p

Acabei por ver apenas o piano que está dependurado de ponta cabeça, no saguão do CCBB, preso a imensos cabos de aço, despejando suas entranhas para fora... Trata-se da obra Concerto para Anarquia. Aliás, o conceito de anarquia parece ser muito caro para a artista. Ela fala bastante disso no vídeo a que assisti no segundo andar. Inicialmente, achei que a conversa dela com Donald Sutherland, no vídeo, estava incompreensível para mim. Mas fiquei calmo, afinal, como a conversa era intermeada com cenas de filmes em que o ator aparece, ainda jovem, e também de vários dos trabalhos da artista, à quisa de ilustração para a conversa, o que inicialmente era um tanto hermético (por conta de eu ter pego o vídeo já iniciado), foi aos poucos se acomodando na minha cabeça. Inclusive a informação de que o cinema também faz parte da carreira da artista, que filmou, em 1990, Buster’s Bedroom, estrelado pelo mesmo Donald Sutherland e Geraldine Chaplin.



Rebecca Horn começou seu trabalho em 1970, quando fazia performances, o que chamou de esculturas corporais. Já, em 1972, ela foi convidada  para participar da 5ª Documenta de Kassel, quando foi a artista mais jovem da mostra. Foi por conta dessa participação que ela começou a filmar suas performances e a se interessar por cinema.


Enquanto eu via a história dessa trajetória, contada no tal vídeo, comecei a perceber a riqueza de seu trabalho e uma luz se acendeu.

De repente, pude compreender muito da poética do trabalho da artista. Isso se deu, quando, no filme, ela fala dos fugitivos de Sarajevo, durante a guerra, e que tomaram as ruas de Viena, buscando um sentido para o que estava acontecendo, em um momento de pura sofreguidão e, quando nada mais podia ser dito. Era o silêncio. Apenas restava o silêncio contrito de quem passou por uma tragédia. Ela, então, criou a obra em que os violinos numa alta torre tocam sozinhos, como a dar sentido para o que restava a essas pessoas viver.

A anarquia de Rebecca é de fato uma Rebelião do Silêncio.

Importante: eu não vi quase nada, estou falando tão somente do pouco que vi e que me emocionou por demais. Devo voltar até lá mais vezes, uma vez que a exposição acontece até Outubro de 2010. ;-D

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