sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A infância em poesia

Hoje, encontrei, no blog Chronizt.info, essas imagens belíssimas, em uma postagem que dizia o seguinte:

Houve um talentoso artista, de Twillingate, Newfoundland, chamado Randy Hann. Ele podia desenhar um esboço usando apenas um lápis, com resultados fantásticos, de um modo muito realista... como tomadas de câmara fotográfica... Veja alguns exemplos de seu trabalho:

Só faltou o blogueiro dizer que a temática prepoderante no seu trabalho, ao menos na seleção reunida, é a que procura retratar a infância. Não sei o porquê, mas esses retratos de crianças lembraram-me aquele delicioso poema de Carlos Drummond de Andrade:

Infância

A Abgar Renault

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras.
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu...Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro...que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
 
 


 








Um comentário:

  1. lembrei tambem de minha infancia... tenho muitas fotos nesse estilo aí, de quando eu era bem pequeno...
    espero que agora voce esteja conseguindo ler os comentarios...
    adriano

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