domingo, 31 de julho de 2011

Cortesia: lição de vida

via Dolls of India
Eu estava hoje pensando no que eu postaria como mensagem de final de julho no meu blog e, ainda, como mensagem de início de agosto no blog do Coletivo Cultural Pegando o Gancho. Aos domingos (e também às segundas-feiras), tenho vontade de falar para todos alguma mensagem sincera, que venha do fundo do meu coração.
Assim sendo, fiquei com vontade de dizer que eu acredito (do mesmo modo que acredito em Deus) que a lição maior que podíamos dar ao mundo seria a de sermos cordatos com todos, in-dis-tin-ta-men-te: com o rico e com o pobre, com os poderosos do mundo e também com os que nele são humilhados, com nossos amigos e inimigos.
Se tal atitude for mesmo aquela do fundo do coração, abarcando assim a virtude da profunda sinceridade, poderíamos ainda, ao fim dessa vida, dizer o mesmo que sugere o poeta Manuel Bandeira no seu poema e, tão somente, por que afinal já teríamos exercitado muito essa atitude:

CONSOADA

Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.

sábado, 30 de julho de 2011

Ruth Green

Eu hoje encontrei esse trabalho bastante criativo navegando pelos mares da internet.
Ruth Green é um artista que trabalha com esse tipo de ilustração muito delicada,  cuja principal temática é a natureza: na expressão da vegetação e dos pequenos animais da floresta.
Suas técnicas incluem o desenho, a serigrafia, o recorte e a colagem.
Ela faz cartões, gravuras para serem emolduradas, ilustração para livros e revistas.
Diz que suas fontes de pesquisa são variadas e que vão desde um seixo encontrado na praia até os papéis de parede da década 70.
Vejam só o que eu senti ao ver esse trabalho: que eu posso compreendê-lo porque ele dialoga com algo muito criativo que existiu na minha infância. Eu me lembro de também ter feito alguma coisa assim em 1974, 1975, época em que eu também desenhava. rsrsrs
Outra coisa que ajudou que eu me identificasse com Ruth Green, o fato de ela ter declarado lá no seu site:
Acho que é inspirador ver pinturas e gravuras como parte de um quarto, e ver a forma como elas podem mudar todo o clima e o carácter de um espaço vivo.
A moça tem toda a razão, of course!








quarta-feira, 27 de julho de 2011

Recível, a mulher inesquebecca

Duas coincidências fizeram-me desejar ler esse livro. A primeira foi aquela que aconteceu quando eu assistia Saturno em Oposição, de Ferzan Ozpetek. No longa, uma personagem dizia que o ex-companheiro de um dos meninos do par amoroso do filme era como Rebecca: a mulher inesquecível. Uma referência jocosa à obra de Daphne Du Maurier, até mesmo porque esse personagem que fora casado de fato com um dos rapazes, e que ela assim nomeava, não morrera e convivia como amigo do casal. Já Rebecca, embora inesquecível, sempre esteve morta, ou seja, desde o começo do livro. rsrsrs
Na sequência, o CCBB e o Cinesesc fizeram, em São Paulo, a mostra que exibia praticamente toda a obra de Alfred Hitchcock e no dia em que iriam exibir Rebecca, a mulher inesquecível, a adaptação cinematográfica do livro, a la Hitchcock, eu perdi a sessão, de tão concorrida que a mostra estava.
Enfim, fiquei imediatamente desejando ler a obra, posto que, foi possível perceber, Rebecca, como convém à personagem, passara a me perseguir...
Então, uma amiga jornalista, Paula Cunha, que tinha essa edição do livro publicada em 1977, pela Companhia Editora Nacional, na esmerada tradução de Lígia Junqueira Caiuby em parceria com Monteiro Lobato, ela emprestou-me o livro com a seguinte recomendação: tenha todo cuidado, eu ganhei o livro de minha mãe, e que, aliás, dizia tratar-se de um best seller e não de obra séria.
Muitos podem ter a mesma opinião da mãe de minha amiga, contudo, eu achei o livro incrível e, portanto, Hitchcock estava corretíssimo ao querer filmá-lo: a história tem todos os elementos necessários para um thriller, sobretudo o coroamento máximo do que entendemos por aquilo que é o melhor do suspense. Na contracapa dessa edição escreveram algo que temos que concordar: Seria impossível dar, em breves palavras, uma ideia do livro. O leitor tem que sentir a atmosfera de desastre iminente, a deliciosa história de amor com suas emoções acentuadas, pelo drama, pelos imprevistos, pelos momentos magníficos de melodrama. É dessas histórias que fazem muito leitor passar a noite em claro. E vale a pena perder-se o sono por essa causa!
Preciso ainda contar uma coisa ótima e que acontecia enquanto eu lia o livro. Paula Cunha procurava acompanhar minha leitura, muito interessava em saber da minha reação diante dos acontecimentos na mansão.
E aí como está Recível, a mulher inesquebecca! [ela adora trocadilhos e lembrava-se que o antigo jornalista Paulo Francis chamava assim a obra] - perguntava minha amiga.
Eu, então, começava a rir, porque é hilário ouvir o título falado assim ao contrário e depressa...rsrsrs
E, então, dizia Paula Cunha, já descobriu o segredo de Recível, a mulher inesquebecca?
Quando eu descobri o primeiro, eu disse: Sim! Nossa! Eu não acredito!
E a minha amiga: Mas em que parte você está? E eu dizia.
Ah, ela continuava, mas você ainda não descobriu o outro segredo!
Quando eu cheguei a esse outro segredo, ela ainda me disse: Ah, mas você não perde por esperar: há o final! O final...
Ontem, quando eu fechava o livro, estava embasbacado: como a história é impressionante!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Amamos Playgrounds

Hoje, eu estava lembrando-me que, quando criança, eu curtia muito Playgrounds. Não era coisa comum encontrá-los, como nos dias de hoje. Tais ambientes próprios para a diversão das crianças existiam apenas nos parques públicos da cidade e, muitas vezes, bastante afastados de nossas residências.
Por exemplo, não podíamos encontrar a felicidade do colorido de um playground logo ali, no McDonald's da esquina.
Poucos adultos têm a exata dimensão do que possa representar um playground para uma criança. Espaço de liberdade e de sonho, em que a arquitetura é brinquedo, em que é possível andar por corredores coloridos, escorregar por superfícies lisas e seguras, ao mesmo tempo.
Além de tudo, eles sempre têm o tamanho ideal, e assim, sendo crianças, não somos mais obrigados a ser homúnculos, mas, ao contrário, o mundo é que magicamente se acomoda ao nosso tamanho, o mundo assim reduzido vira brinquedo, feito para a criança.
Parece que foi isso mesmo o que Daniel Dove também descobriu, dentre outras coisas, e por isso ele tem o Playground como objeto de sua pintura.

Por fim, aproveitando o tema, eu encontrei essas reproduções do trabalho do artista em um blog especializado em Playgrounds, o Playscapes.
Vejam que interessante, esse é um site que procura pensar o playground e eles nos dizem o porquê:

Porque é difícil encontrar informações não comerciais sobre playground. E isso é frustrante.
Porque um playground não tem que custar um milhão de dólares e vem em uma caixa. Alias, é melhor que isso não aconteça [que ele nunca custe tanto...]
Porque playgrounds são sub-reconhecidos como um meio artístico.
Porque todo mundo ama um playground.






domingo, 24 de julho de 2011

Glauco Rodrigues

Ontem, fui ver a Saideira Hitchcock, no Cinesesc, o magnífico Janela Indiscreta. Estava com saudades de Grace Kelly!
No entanto, cheguei muito cedo na região da Paulista. Como precisava matar o tempo, pensei: o que eu poderia fazer? Vou tomar um café no Viena, no Conjunto Nacional. Ao lado do café, vejo a Caixa Cultural e dentro da galeria todo um colorido nas paredes.
Trata-se dos trabalhos de um dos maiores pintores da arte brasileira contemporânea, um mestre do desenho, gravador, ilustrador e cenógrafo: Glauco Rodrigues.
A exposição O Universo gráfico de Glauco Rodrigues privilegia a linguagem gráfica, as mais de 100 obras ali expostas dizem respeito, na sua maioria, às soluções do artista para o processo serigráfico e litográfico, em que ele desenvolveu a mesma virtuose que encontramos na sua pintura.
São lindas, por exemplo, as imagens de São Sebastião (padroeiro da cidade de origem do artista, Bagé, no Rio Grande do Sul, e também da cidade em que ele viveu mais tempo, Rio de Janeiro).
Aliás, a brasilidade da sua obra é muito oriunda dessa experiência na cidade carioca. Há um vigor e uma alegria muito cariocas e que ali é representada: nas ilustrações do carnaval, do futebol, das garotas...
Pude concluir que a sofisticação na obra de Glauco se reveste da técnica e do bom gosto do artista, já a beleza vem da simplicidade dos tipos humanos representados, essa gente brasileira e feliz.
A exposição também inclui, obras de Glauco como designer, vale a pena conferir as suas capas para a revista Senhor e também as suas capas de disco: no tempo em que as dos LPs eram verdadeiros quadros!

Você não vai ficar em casa, sem fazer nada, em pleno domingo, quando poderia ir ver esse acervo magnífico, não é mesmo?





sexta-feira, 22 de julho de 2011

Descubro Mary Westmacott

Lembro-me com alegria da primeira vez que li um livro de Agatha Christie, tratava-se de Aventura em Bagdá e eu tinha apenas 14 anos de idade. Nossa! Que incrível foi acompanhar aquela aventura de uma jovem simpática, moderna, a protagonista do livro: tudo parecia um filme, desses que são exibidos em alguma sessão da tarde, na televisão. Depois, conheci Hercule Poirot, Miss Marple, e, assim, li todos os livros da autora, praticamente.
Como ler um romance policial é uma aventura deliciosa! Como é prazeroso acompanhar a inteligência de um bom detetive inglês! E como isso tudo é melhor ainda, quando por trás da história temos a fala doce e perspicaz de uma mulher que sabe das coisas.

Penso que o mais instigante da cultura inglesa é que os ingleses jamais são ingênuos e são também um povo espirituoso, de humor sagaz, e, assim sendo, desconfio que somente da Inglaterra poderia mesmo advir esses grandes escritores do gênero policial. Aliás, por meio de tais obras, é como se eles nos ensinassem que não há motivos para o terror nesse planeta, mas apenas para um espanto muito natural diante do desfecho de uma história ignominiosa e, isso, até que alguém cometa um crime ainda pior do esse que o precedeu! rsrsrs

Pois bem, eu achava que já tinha lido tudo de Agatha Christie, posto que também li sua autobiografia, da qual nunca me esqueço uma passagem em que ela nos conta acerca de uma atitude de sua avó vitoriana: a velha senhora sempre esperava o pior de tudo e de todos, assim, quando algo muito decepcionante ocorria ela já estava preparada...Na verdade, tal atitude ajudava-lhe a manter uma certa serenidade, uma vez que nada podia ser pior do que ela de fato já esperava que fosse.

Estou falando aqui tudo isso, apenas para lhes contar que, na semana passada, enquanto eu aguardava o início de uma cabine de cinema, entrei em uma livraria e dei de cara com um livro de Agatha Christie e que eu nunca lera. Aliás, descobri que eu nunca lera nenhum dos romances que a autora escreveu sob o pseudônimo de Mary Westmacott. O que comprei chama-se Filha é filha. A filha do título lembrou-me aquela jovem de Aventura em Bagdá: vivaz e um tanto mandona. Essa, no entanto, é muito bonita (parece uma modelo da Vogue). Já a mãe representa uma lição para todas as mães: a de que não é possível sermos indolentes quando a tarefa é educar. Egoísmo e orgulho, tais sentimentos quando ocorrem entre mãe (ou pai) e filha (filhos) é o pior de todos os males, e, é esta a lição do livro: é preciso se precaver contra isso! Esse é um erro tão fácil de ser cometido, afinal! Podemos nos poupar de sofrimentos, tão somente sendo francos e sinceros. Como diz a personagem de Laura Whitstable, amiga da mãe e madrinha da filha e que profere palestras, que podem ter títulos como esse “Como permanecer vivo hoje em dia”. Pois bem, ela nos ensina que a autocomiseração não vai resolver nada... Nunca resolve.

Recomendo a leitura!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Paisagem na Neblina

via férias tur
A luz da manhã demora a atravessar a espessa névoa que cobre as árvores e o efeito é reconfortante. O olhar descansa na paisagem úmida, seguro de que haverá luz intensa e calor dentro de algum tempo.
É como o que acontece com uma emoção nobre: primeiro são as lágrimas que escorrem dos olhos, mas, em meio a elas, surge a confiança no futuro e na vitória, que era o que aquela emoção predizia.
Ficamos assim, quando descobrimos o amor possível nesse mundo. Seu efeito é de surpresa, mas também de reencontro. É o antigo sentimento do mundo revestido de Boa Nova. É o que os anjos sempre anunciam, ou seja, o recomeço da tarefa de amar.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Altos Estudos

Clandestine by Emilie Boudet
Eu conheço gente que, quando tem muito trabalho e em geral com seus companheiros de trabalho, utiliza uma expressão que, normalmente, é dita em certo tom de pilhéria: “Pois é, não estudou... agora fica aí ‘ralando’...” Com isso, querem dar a entender que a pessoa que não tem escolaridade é obrigada a fazer o trabalho mais pesado, enquanto o “doutor”, a pessoa que tem um grau avançado de escolaridade não precisa trabalhar tanto. Quem diz isso está pensando que, normalmente, essa pessoa que “estudou” seria a que ocupa os cargos de chefia, em instituições públicas ou privadas, e que, em tese, trabalharia “menos” ganhando “mais”.
Hoje, ouvi uma moça dizer que um tio seu teria dito, por sua vez, lá na infância da jovem, para ela não estudar e ela também dizia que, agora, se perguntava se ele não teria tido razão em dar tal conselho... Com isso, evidentemente, ela queria dar a entender que mesmo que você estude muito, isso não é suficiente para lhe garantir uma boa condição social, o rendimento necessário, etc. e tal, enquanto outros que não estudaram se dão bem. Jogadores de futebol, normalmente, são os exemplos aos quais as pessoas se reportam, nesses casos, posto que, em geral, eles não têm escolaridade avançada e ganham salários milionários, também temos nesse rol os políticos corruptos de plantão etc.
Vejam que interessante: temos duas visões bem distintas do que representaria os estudos, a formação escolar, seja ela profissional ou intelectual, enfim, o que poderíamos chamar de aquisição de conhecimentos, ou ainda de elaboração do pensamento, da linguagem, da visão de mundo: se assim quisermos entender a Educação.
Em um ponto de vista, o alcance dessa condição elevaria a pessoa para um lugar de prestígio que lhe daria privilégios. No outro, o mesmo alcance para nada serviria, justamente por não lhe dar esses privilégios e isso uma vez que a pessoa continuaria “ralando”, mesmo tendo tido oportunidade de alcançar graus superiores nos estudos.
Ambos os discursos denotam um desejo de benesses, que no primeiro caso adviriam dos estudos, e, no segundo, adviriam justamente do "não estudo". Em um ponto de vista, o grau de escolaridade justificaria a benesse, noutro é ele mesmo que não a permite... rsrsrs
Devo dizer que acho isso tudo muito pequeno, porque quando pensamos assim, seja num ou noutro ponto de vista, estamos fechando a importância dos estudos naquilo que eles representariam em termos de ganho material e que adviria, ou não, desses estudos efetuados, diplomas alcançados. Eu estou muito, muito, muito mais interessado nos estudos, em relação ao que eles me permitem alçar a um lugar mais alto ainda, ou seja, o lugar da minha própria espiritualidade. Nesse sentido, eu também li, nessa manhã, uma passagem de um livro de Allan Kardec, O céu e o inferno, a qual tive que grifar, no meu exemplar da obra. Trata-se desse registro: Que responsabilidade assumem aqueles que recusam a instrução às classes pobres da sociedade! Crêem que com os soldados e a polícia podem prevenir os crimes. Como estão errados!

domingo, 10 de julho de 2011

Dez motivos para querermos ver o filme Meia-noite em Paris de Woody Allen

      1. Nesse filme é possível entender Paris como a sala de visitas da humanidade. Ela não é apenas bela naquilo que lhe garante ser um cartão-postal. Ela é uma pintura viva, onde a vida pulsa e, muito especialmente, pelo menos desde o final do XIX (Belle Époque).
      2. O filme é também uma história de amor. É tão romântico como costumam ser os filmes americanos que se passam em Paris, ao menos a partir de uma tradição que ocorre desde musicais como Sinfonia em Paris, de Vincente Minnelli. No entanto, esse é mais denso e, em resumo, nos ensina que não devemos nos enganar no amor, por exemplo, você não deve se casar devido às circunstâncias fortuitas (como dinheiro, estabilidade, hábito etc.)
     3. É uma homenagem sincera a todos os grandes gênios no mundo das artes que circularam pela Paris da década de 20 do século passado (e que gravitavam em torno da figura de Gertrude Stein). Homenagem a essa época de ouro e àquela que a precedeu, ou seja, também à Belle Époque. Isso tudo na mesma cidade, que nos legou seus grandes artistas. Apesar de tais homenagens, fica-nos, contudo, a sábia lição: É ilusão querer viver da nostalgia de um passado de glória, em qualquer circunstância e lugar.
4. O personagem central é um homem doce e sincero. Possui as qualidades necessárias a todo homem de bem. É também um idealista. E nosso cinema contemporâneo carece de personagens assim, que ainda conseguem nos alertar para a beleza e o amor! Owen Wilson, nesse papel, lembrou-me o que Caetano dizia de Giulietta Masina como Cabíria: “aquela cara é o coração de Jesus”.

5. A personagem feminina e que encarna a protagonista da história, a mocinha do casal romântico, é também doce, mas daquela doçura que encanta nas mulheres: etérea e vaporosa. Aliás, Marion Cotillard é perfeita para o papel.
6. O diretor do filme, Woody Allen, demonstra que está envelhecendo bem, o que vale dizer está atingindo um altíssimo grau de sabedoria. Suas últimas produções, aliás, espelham exatamente esse apogeu e esplendor.
7. A trilha sonora do filme resgata a época que o protagonista revisita em seus passeios noturnos por Paris. Cole Porter é a estrela sonora do filme. Nesse sentido, o filme resgata algo que Allen já fizera no filme A Era do Rádio: a qualidade da pesquisa.
8. As cenas em que aparecem os personagens do escritor Ernest Hemingway e do pintor Salvador Dalí são mesmo impagáveis. Os atores encarnam as ilustres figuras sem necessidade de recorrer aos estereótipos e, assim, eles parecem ser gente como a gente, mesmo com suas excentricidades.
9. Ver Toulouse Lautrec no Moulin Rouge também é um momento absolutamente encantador.
10. O filme tem uma mistura muito equilibrada de Bom Humor e Melancolia, e é assim que ele nos convida a entender que a vida é compreender que quem sai na chuva é para se molhar! Isso pode ser tomado tão somente como o exercício muito natural de quem vive mergulhado naquilo que os franceses chamam de joie de vivre. E, voilá, quando isso acontece em Paris, então, isso pode ser mesmo uma Festa!


sábado, 2 de julho de 2011

I'm still here

Agulheiros porcos-espinhos
via riodasostrasrjartesanato
Às vezes, eu tenho a ilusão de que já sou completamente feliz.
Sim, de que não tenho problemas e mais: de que não mais os terei.
Sou mesmo um tolo e talvez um tanto prepotente.
Então, quero estar neste mundo sem trabalhar?
Como?
Se a tarefa é imensa!
Por exemplo, basta que alguém fale mais alto comigo, sim, isso, baste que essa pessoa levante a voz, e, por exemplo, lance-me uma injúria.
É natural que eu me surpreenda, sobretudo se essa atitude vier de quem eu não esperava que a tivesse.
Pois bem, é quando o meu orgulho se eriça. Não consigo achar outro verbo, porque o orgulho é mesmo um eriçamento. Fico com os espinhos automaticamente à mostra.
A razão para esse estado ou modo de ser se manifeste facilmente, desconfio, é porque também sou matéria, pois é no corpo que se verifica muito evidente tal reação a uma injúria, quanto mais a um insulto!
Oh! No entanto, eu poderia agir como um anjo em tais momentos! Eu chego lá! rsrsrs