O mais delicioso das férias, mesmo quando não viajamos, é poder, por exemplo, sair de casa para pegar uma sessão de cinema, às 15 horas, em plena segunda-feira.
Foi o que fiz na última segunda, quando fui ao Cinesesc, na Rua Augusta, esse cinema delicioso que temos em São Paulo.
O filme em cartaz chama-se Saturno em Oposição. Qualquer pessoa que manje o mínimo possível de astrologia pode imaginar o que seja esse aspecto astrológico, durante um período, na vida de qualquer um. É claro que teremos um período difícil. Não se trata de uma conjunção, mas de uma oposição. Saturno é o planeta que solicita um tempo longo de maturação das coisas...
Explicada a metáfora do título, vamos ao filme. O diretor Ferzan Ozpetek deve, mesmo que inconscientemente, gostar de gente bonita. Como ele consegue reunir gente bonita! E até quem não é bonito, ao menos de acordo com os padrões vigentes, torna-se bonito no seu filme. O mais bonito, contudo, é que ele está falando de amizade. E amizade de um grupo de pessoas. Trata-se da condição clássica de um grupo que se reúne em torno de um casal. No caso, o casal é um casal de homossexuais, muito querido pelo grupo e que, por sua vez, quer muito bem a todos os outros.
Haverá no filme, é bom que você se prepare (pois eu fui pego de surpresa) um trabalho de luto, de perda (bem coisa de Saturno em oposição...) e, então, o filme vai construindo um paralelo entre uma perda real, e que acontece no plano do que poderíamos chamar como aquilo que é parte do mistério na vida, e uma outra perda, focada no relacionamento do casal heterossexual, e que também acontece, mas, agora, devido talvez ao egoísmo de um dos envolvidos (o filme não diz isso, essa é a minha interpretação, of course).
Achei magnífica a cena em que Antonio, casado com a psicóloga Angélica, vai encontrar-se com a amante, a florista Laura, e ambos atravessam uma praça, disfarçadamente, lado a lado, mas como não se conhecessem, até entrarem, do outro lado da praça, numa passagem com uma porta de vidro, para somente, então, longe do olhar do público, entregar-se aos apelos da paixão. Foi inevitável pensar que essa cena era outra metáfora, muito concreta aliás, de que também os heterossexuais podem ser marginais nas suas paixões e não apenas os homossexuais. Vejam lá e percebam se é possível essa interpretação.
É um filme de um diretor muito sensível e que nos diz o que toda obra de arte verdadeira sói dizer, que a condição humana é mesmo sofrida, há períodos verdadeiramente difíceis, mas que tudo se reverte em aprendizado! Ah, e que também a solidariedade entre os membros de um grupo constituído é fundamental.
;-)
;-)
Quero lembrar que essa foi apenas minha impressão muito geral do filme, o que eu desejo é que vendo o trailer abaixo vocês sejam tomados por essa luz que emana do filme e queiram vê-lo também.
♥♥♥ cinesesc!!
ResponderExcluirverei.
bj
K.
Nossa, de ir ver. Totalmente.
ResponderExcluirAproveito pra partilhar outra crônica de filme que dá essa água na boca, lá no blog Nem guerê nem pipoca, da Solange Lemos: http://nemguerenempipoca.blogspot.com/2011/06/mais-cinema-argentino-o-homem-ao-lado.html
Bom demais.
Vive le cinéma!
Kika,
ResponderExcluirTenho certeza que vc vai curtir!
Lu,
Obrigado pela dica. Adoro gente falando de cinema...;-)
kisses
Oi, Josafá. Gosto muito do seu blog, há tempos.
ResponderExcluirE hoje passei aqui porque Luciana passou no meu blog para falar do seu comentário cinematográfico.
Tinha lido sobre o filme na revista do Sesc e fiquei com vontade de ver. Pena que parece não estar mais em cartaz.
Mas a sua bela descrição já tornou possível um vislumbre, que bom. :)
abraços,
Solange
Solange,
ResponderExcluirAmei seu blog também! Quero mais é estar em contato contigo!
beijos