Tudo o que pude saber dessa artista escocesa é que Annie French (1872-1965) era filha de um metalúrgico, nasceu em Glasgow e estudou na Glasgow School of Art, tendo como professores Fra Newbery e o simbolista belga Jean Delville. Mesmo que influenciada pelos pré-rafaelitas, Aubrey Beardsley e Jessie M King (tais artistas pertenceram a Irmandade Pré-Rafaelita - Pre-Raphaelite Brotherhood ou PRB ou, simplesmente, Pré-Rafaelitas, um grupo artístico fundado na Inglaterra em 1848), ela desenvolveu um estilo todo próprio e que combina essas cores muito vivas, as formas curvilíneas e essa textura exuberante em todos os trabalhos.
Achei curioso que ao ver esses trabalhos eu tenha, imediatamente, feito uma aproximação dessas figuras femininas de French com aquelas de Klimt, muito provavelmente isso se deve ao fato que o pintor austríaco também era um simbolista.
Penso que são espíritos irmãos, portanto.
Contudo, o olhar masculino conduzia aquelas mulheres de Gustav Klimt para um clima por vezes erótico, ainda que isso se desse apenas como sugestão, ou pela presença da figura masculina em alguns trabalhos, e mesmo do casal, de qualquer modo, todos esses personagens sempre envoltos na profusão de cores, texturas e brilho que caracterizam o trabalho de Klimt.
Já aqui, essa mesma atmosfera de riqueza de cores serve, ao contrário, para expor, pela ótica feminina, a imagem da mulher como uma figuração mais etérea e difusa, e mesmo que ela não esteja só, sobretudo em termos dessa atmosfera onírica que ela alcança.
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