quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Happy New Year


- Ah, enfim, tudo poderá ser diferente!
- Deus te ouça! Eu é que não quero repetir, repetir, repetir...
- O que é preciso fazer para não correr esse risco?
- Reinventar-se, respeitar-se mais, provavelmente é isso o que deve ser feito.
- Já reparou como só repetimos o mal feito?
- É que o bem feito tem sempre um novo efeito, inusitado que ele é no mundo que compartilhamos.

- Como você avalia o ano que passou?
- Como aquele que me permitiu inovar!
- Mesmo? Em que você inovou?
- A começar por ter aceitado certos limites essenciais e que, ao que tudo indica, todos devemos aceitar.
- E que nem são limites, não é mesmo?
- Sim, eu diria que são efeitos de uma paixão absoluta e ainda possível.
- Amor verdadeiro.
- Sim, ou seja, aquele que pode vir a ser incondicional e mesmo ilimitado.
- Por que nele não cabem o medo e a culpa?
- Sim, bem como não caberia um desregramento descabido, uma vez que tal desregramento resvalaria no que poderíamos chamar de o inaudito aterrorizante.
- Entendo. Afinal, o dito do amor só pode ser bendito, graças a Deus!
- Que seu novo ano seja esse trilhar cauteloso e por um caminho cada vez menos pedregoso.
- Amém. Para nós todos!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ser Livre é da Natureza



People, é tão bom ter uma network bacana no facebook!
Eu estou muito feliz com isso mesmo. Sabem por quê? Por exemplo, ficamos sabendo na hora certa o que interessa saber. Vejam o meu caso. Recentemente, adicionei uma artista/ilustradora chamada Lucia Brandão e, então, passei a receber suas postagens no meu feed. Hoje, Lucia postou uma notícia divulgada pela ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais. Uma boa notícia.

Está acontecendo, desde o dia 6 de dezembro e ficará aberta até o dia 12 de fevereiro de 2012, a exposição Passarinho na gaiola não canta, lamenta. Importante: a curadoria da exposição é de Lucia Brandão, que além de ilustradora é uma ativista ambiental e idealizou tal projeto em parceria com a ANDA. Eles contaram com o apoio entusiasmado de mais de 64 artistas do Brasil e de outros países como Itália, Portugal e Holanda.


Eu faço questão de divulgar por aqui e de ir prestigiar esse trabalho, porque tenho horror a passarinho na gaiola. E isso desde muito cedo na minha vida. Eu era pequenino e quando eu via uma cena tristíssima como essa (gaiolas com passarinhos dentro), desde então, eu questionava: Por que esse passarinho está preso? Que crime ele cometeu!? 

Outro dia, aliás, fiz uma postagem aqui em que eu contava uma experiência, desta vez mais recente, quando encontrei um senhor carregando uma gaiola coberta por um tecido, dentro de um transporte coletivo. Naquele dia, cheguei a uma conclusão sobre essa atitude e que, penso, parece ser a mesmíssima dos idealizadores dessa exposição, ou seja, de que é preciso educar as pessoas. Na reportagem da ANDA é dito isso mesmo: "A proposta é despertar, por meio da arte, consciências para combater o confinamento e o comércio de pássaros e, também, educar as pessoas em relação ao triste e cruel hábito de aprisionar aves em gaiolas."

Sim, prender pássaros em gaiola é sintoma de profunda ignorância.

Eu também fiz questão de trazer algumas imagens para cá, porque são de total interesse estético e nosso blog merece tê-las e, claro, você deve se interessar em conhecer isso tudo ao vivo e em cores.
Mas, todas as imagens que fazem parte da exposição estão também nessa galeria do flickr.
Local da Exposição: Matilha Cultural
Endereço: Rua Rêgo Freitas, 542
Telefone: 11 3256-2636
Entrada franca.

by Mauricio Negro

by Cris Burger

by Ju Castelo

by Monica Fuchshuber

by Yara  Kono

by Cris Eich

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ler Emily Dickinson é exercício de crescimento. É também como um transbordamento de primavera.

Ouvi alguém comentando que, em nossos dias, não há mais desculpa para não aprendermos o que quer que seja, e que isso se dá, sobretudo, devido à democratização da informação, via internet.
Acho mesmo que essa pessoa tem razão. A única coisa que nos impediria de aprender, nesse contexto, seria mesmo o não querer aprender.
Vamos combinar: inteligência todos nós temos. Por exemplo, nunca gostei de ouvir alguém chamando qualquer um de burro, ou seja, de ver alguém sendo considerado não inteligente por alguém que, embora inteligente, não se revelasse educado.
Todos somos inteligentes, contudo, é claro, podemos escolher não utilizar ou exercitar nossa inteligência.
O mais interessante da inteligência é que ela é algo que possuímos e que só tende a aumentar, quanto mais exercitamos o ser inteligente na tarefa de pesquisar, informar-se, aprender e elaborar o conhecimento adquirido em tais expedientes.
Afinal, só aprendo algo, tentando, naquela espécie de exercício comum nessas circunstâncias, o de tentativa e erro.
De repente, posso até surpreender-me acertando. E sentir-me mais feliz, por isso mesmo.
Pois, então, que o contentamento seja um transbordar desse sentimento de conquista e que se fez porque não houve espaço para a preguiça no desenvolvimento dessa tarefa.
Essa semana, por exemplo, é uma semana de poucas tarefas "oficiais" na minha vida. Assim, nessa que é última semana do ano, eu pude pesquisar na internet o tema "poesia inglesa para crianças" e encontrei esse poema de Emily Dickinson.
Não sei onde ele se encontra no contexto da sua obra, ou seja, em qual coletânea exatamente, em que período foi escrito, mas vou continuar pesquisando...
Assim sendo, publico, nesse blog querido, essa postagem que é um pouco uma brincadeira e um pouco uma coisa séria também.
É que se trata de um exercício de tradução desse poema.
Não sou tradutor, nunca estudei para valer esse ofício que é o do tradutor, então, relevem, please, qualquer gafe extrema. kkkk

E, claro, façam comentários, corrigindo-me, se possível.

Apenas um adendo, eu li o poema para uma amiga que me disse: Isso é para criança?
Eu respondi: Sim, ao menos para as crianças que liam ou ainda leem Emily Dickinson.


A Light Exists in Spring
   
Emily Dickinson

A Light exists in Spring
Not present on the Year
At any other period --
When March is scarcely here


A Color stands abroad
On Solitary Fields
That Science cannot overtake
But Human Nature feels.


It waits upon the Lawn,
It shows the furthest Tree
Upon the furthest Slope you know
It almost speaks to you.


Then as Horizons step
Or Noons report away
Without the Formula of sound
It passes and we stay --


A quality of loss
Affecting our Content
As Trade had suddenly encroached
Upon a Sacrament.



Existe na primavera uma luz

Existe na primavera uma luz
 Não presente no ano,
 Em nenhum outro período -
 Quando Março mal começou

Uma Cor detém-se no exterior,
Nos campos solitários.
 A ciência não pode alcançá-la,
Mas a natureza humana a sente.

Ela aguarda sob a relva,
Revela a árvore mais distante,
 Sob o mais distante declive conhecido
 E que por pouco fala contigo.

Então, como andam os Horizontes
Ou os meios-dias anunciam distantes,
Sem a Fórmula do som,
 Isso passa e nós permanecemos -

Uma virtude de desperdício,
 Afetando nosso contentamento.
 Como permuta que houvesse subitamente transbordado
Sob um Sacramento.
Emily Dickinsons' herbarium

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A vida também é um Etegami!

Querem saber o que eu conheci? O blog Dosankodebbie's Etegami Notebook! 
A proposta do blog é divulgar a beleza e a força dos etegamis.
Você não sabe o que é um etegami?
Etegami (E = "imagem"; Tegami = "carta /mensagem") são desenhos simples, acompanhados de poucas palavras. 
Eles são, geralmente, feitos em cartões postais, para que possam ser facilmente enviados aos amigos.
Um etegami prima pela precisão e objetividade da mensagem: rapidamente você entende o que se quer transmitir. Para confeccioná-lo há algumas ferramentas e materiais tradicionais que incluem: pincéis próprios para a escrita, a tinta sumi, que você encontra em blocos solúveis em água e que é de base mineral, seus pigmentos são chamados gansai, washi, além das bases, os papéis, e que apresentam diferentes graus para o que se chama "sangrar", que, aliás, é o que possibilita esse efeito muito bonito na pintura, de mancha. Um bom exemplo desse efeito, temos nesse coelhinho silencioso.
Os Etegamis frequentemente retratam elementos comuns da vida cotidiana, e, sobretudo, aqueles que fazem referência a uma determinada época.
Esse primeiro Etegami aí embaixo, por exemplo, foi feito ainda sob a influência daquele terremoto assustador que atingiu o Japão.
Eu trouxe esses lindos para cá, mas lá no blog tem muito mais! 

Por que o bambu se preocupa em brotar?
 Ele não sabe que esse mundo é
pleno de privação e desespero?
Como alguns de nós
Ele parece muito importante
Esse caracol


dilacerado
Até o silêncio fala

Brindando com maçãs
Quando viram a estrela, regozijaram-se com grande alegria. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Internal dialogue

Estou bem.
Repita!
Estou bem!
Você não foi tomar café?
É engraçado ver alguém, mais jovem que a gente, tão educado.
Eu diria mais educado que a gente, isso sim!
É verdade, não é porque a pessoa é jovem que ela não teria condições de ser mais inteligente ou

educada que aqueles que estavam aqui antes.
Eu acho até bastante natural que os jovens e as crianças possam ser melhores do que nós fomos,

no tempo da nossa própria juventude, ou em relação ao que ainda somos, agora que não somos tão jovens.

De qualquer modo, é preciso ser compreensivo.
Ninguém tem culpa totalmente, ninguém é completamente inocente.
Você não é inocente, embora também não seja culpado.

Saber disso não lhe dá um pouco de desespero?
Você não se sente perturbado?
Não, apenas como quem está em contato com o invisível.

Enfim, não devemos nos desesperar.
Apenas saber que a espera será necessária
Mas ela não precisa ser estéril.
É. Procure o que fazer!
Pense sempre em vencer!

Então, estou em uma batalha?
Mais ou menos.
Como assim? Mais ou menos?
É que tudo que demanda vitória é batalha.

Vitória Prima!
Não se engane, muitas outras serão necessárias.
E ainda não temos condições de mensurar ou
de fazer uma estimativa, qualquer que seja.
Devido o tempo e o espaço parecerem sempre dilatados, mais além e além...
Ao menos do nosso ponto de vista: ainda tão estreito.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Happy Birthday! Alegria! \o/

De todos os presentes e mimos que hoje ganhei,
esse, especialmente, trouxe-me prazer e alegria!
Pão de mel do Mosteiro de São Bento:
recheado com geleia de damasco e amendôas
A alegria é sempre como uma resposta à vida, essa que sentimos como a que merecemos.

No entanto, nenhuma alegria vem, e-xa-ta-men-te, desacompanhada. Pois, ao que tudo indica, é essa vida de alegria e dor, aquela mesmo que merecemos!
It is endeed!
Desde criança, eu curto meus aniversários. E as pessoas sabem disso, pois cantam “Parabéns a você... e sempre me aplaudem nessa data, desde então.
Graças a Deus, em cada fase da jornada da vida, sempre tive inúmeros amigos, queridos, a dizerem: Parabéns! Felicidades!
Como precisamos ouvir isso! Todos precisamos!
Hoje, no facebook, ficou quase impossível responder, individualmente, às manifestações de apreço e afeto, e isso enche de contentamento um coração de mortal.
É porque nos sabemos mortais que amamos. E o amor que, no entanto, começa agora e urgentemente, ele é a verdadeira promessa da vida de além e além, graças!
Lembro-me que houve apenas um período de minha vida em que deixei de comemorar meu aniversário: quando eu estava em torno dos 30 anos (Sabem? Ali, quando nos aproximamos dos 28, 29, 30, 31 e 32 anos?)
Pois bem, nessa fase inicial do meio-dia da minha vida as coisas ficaram turvas. É que parecia que uma tempestade terrível se armava e que sugeria qualquer coisa como um Armagedon pessoal.
Tolice, tolice, tolice.
A verdade é que tudo passa e isso também passou.

Alegria! \o/

Bastou eu fazer as pazes com Deus e – mesmo que isso tenha se dado por caminhos muito misteriosos – o sol voltou a brilhar, logo depois que as nuvens se abriram. É claro que primeiro elas se deram as mãos e iniciaram um pranto, bastante unidas. Mas, ao invés de tempestade mortal, o que caia, então, era uma garoa fina e serena, como aquela que cobre os vivos, no final da tarde do feriado de finados.

Hoje, nesse dia de meu aniversário, ainda que ocorressem coisas terríveis: alguém querido morresse ou eu mesmo! Penso que, ainda assim, o meu aniversário seria sempre a alegria da natividade: é que não preciso mais arrumar desculpas para viver qualquer martírio sem alegria. Mesmo uma alegria pequenina...
Sim, assim mesmo! Sei que toda alegria aponta para aquele futuro feliz, em que viveremos em algum lugar de bem-aventurança, e mesmo que, agora, ainda a vejamos alhures, no tempo e no espaço! Tão somente uma promessa! Ainda assim, ela é a mesma Alegria da vida que merecemos!