Peço perdão por trazer esse vídeo do Youtube porque, definitivamente, eu não gosto dessas imagens com as quais algumas pessoas gostam de "ilustrar" gravações de canções. Sinceramente eu preferia ter disponibilizado aqui tão somente o arquivo em MP3. Será que isso é possível? Alguém saberia ensinar-me?
Sugiro que vocês ouçam a canção acompanhando tão somente o poema (não fiquem olhando para as imagens do vídeo! A não ser que queiram se divertir um pouco com a morte de cada metáfora de Lorca... rsrsrs)
Na verdade, estou sendo maldoso, desnecessariamente, a pessoa fofa que postou o vídeo no Youtube estava na viagem dela. É uma pessoa sensível, gosta da música, da cantora ou do poeta e isso é o que está valendo. Se eu quisesse "algo" melhor que eu mesmo produzisse e ponto final. rsrsrs O importante é que o vídeo e, principalmente, a canção está disponível nesse web querida que todos amamos, não é mesmo? Saibam que a tradução do poema é de autoria de William Agel de Mello, e que é o tradutor responsável pela minha edição da obra do poeta, publicada pela Martins Fontes.
Ainda uma última informação que, ao menos para mim, foi muito importante saber: Gacela (Gazel, em Português), segundo o Dicionário Houaiss, é um gênero de poesia amorosa dos persas e dos árabes, estruturado em dísticos, com a mesma rima funcionando para os dois versos do primeiro dístico e para o segundo verso dos demais.
Enjoy it!
GACELA DEL AMOR IMPREVISTO
Nadie comprendía el perfume
de la oscura magnolia de tu vientre.
Nadie sabía que martirizabas
un colibrí de amor entre los dientes.
Mil caballitos persas se dormían
en la plaza con luna de tu frente,
mientras que yo enlazaba cuatro noches
tu cintura, enemiga de la nieve.
Entre yeso y jazmines, tu mirada
era un pálido ramo de simientes.
Yo busqué, para darte, por mi pecho
las letras de marfil que dicen siempre.
siempre, siempre: jardín de mi agonía,
tu cuerpo fugitivo para siempre,
la sangre de tus venas en mi boca,
tu boca ya sin luz para mi muerte.
GAZEL DO AMOR IMPREVISTO
Ninguém compreendia o perfume
da escura magnólia de teu ventre.
Ninguém sabia que martirizavas
entre os dentes um colibri de amor.
Mil cavalinhos persas dormiam
na praça com luar de tua fronte,
enquanto eu enlaçava quatro noites
tua cintura, inimiga da neve.
Entre gesso e jasmins, o teu olhar
em um pálido ramo de sementes.
Eu procurei, para dar-te, em meu leito
as letras de marfim que dizem sempre,
sempre, sempre: jardim de minha agonia,
teu corpo fugitivo para sempre,
o sangue de tuas veias em minha boca,
tua boca já sem luz para minha morte.
Que lindo!
ResponderExcluir...e como um fio puxa outro nessas histórias da história, deixo aqui uma sugestão: Martirio, uma outra cantante que aprecio.
besitos,
luciana
Lu,
ResponderExcluirDemais essa Mayte. Viva o Flamenco!
Martirio eu tenho a impressão que já ouvi.
I hope. De qualquer modo, vindo de você já sei que é coisa preciosa. Aliás, eu estou tão bem acompanhado que só posso desejar ser tão bom para os outros como os meus amigos são bons para comigo! ;-D
bj