segunda-feira, 28 de setembro de 2009

38 Festival Internacional de Danças Folclóricas. Eu fui.


Ontem, fui ao 38º Festival Internacional de Danças Folclóricas. Uma amiga que dança em um grupo que estimula a arte da dança grega, em São Paulo, o Zorbás, iria se apresentar nesse festival. A princípio, fui para prestigiar minha amiga, ver especificamente a dança grega que eu acho linda, enfim, para conferir. E pude conferir muito mais! ;-D
O evento ocorreu no teatro da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social, que fica no bairro da Liberdade , bairro tradicional da colônia japonesa na nossa city.
Ao chegar, já fiquei encantado com o saguão que estava repleto de gente, muitas vestidas com os figurinos dos grupos que iriam se apresentar, havia também barraquinhas com comidas típicas de cada país: África do Sul, Itália, Grécia, Alemanha, Suiça, entre outros.
Quando o evento foi aberto, achei muito emocionante o momento em que a apresentadora pediu que todos cantássemos o Hino Nacional Brasileiro, que foi cantado sem o acompanhamento da música, portanto, a capella. Isso foi significativo porque as pessoas todas que estavam ali eram os imigrantes de todos esses países, os avós e os pais e seus filhos e netos nascidos no Brasil. Portanto, era uma celebração de cada cultura em particular, mas com essa clareza de deferência ao país que os abrigou.
É muito emocionante esse lado de São Paulo que, como já nos disse o poeta, "é como o mundo todo".
Então, iniciaram-se as apresentações: os bailarinos que representavam as Nações Africanas fizeram uma bonita apresentação com aquela força de expressão e com todo o poder da percussão e que só os ritmos africanos conseguem. O trabalho do Grupo Cultural Afro II procura aliar à tradição da dança negra, que tem sua origem na religiosidade e na magia, os novos elementos que retratam o caos urbano e as contradições da modernidade, segundo a apresentadora. E foi isso mesmo o que se viu!
Depois tivemos o Grupo Souham de Dança do Ventre e Folclórica Árabe, representando o Líbano e Nações Árabes - não é meigo que um grupo de lindas moças brasileiras, descendentes de Libaneses e Árabes, possa lindamente representar essas nações nesse tipo de festival?
Depois foi a vez da Hungria ser representada pelo Grupo de Danças Folclóricas Húngaras Pántlika. Aqui achei significativa a expressão dos pares. A origem das quadrilhas de nossas festas juninas estão nessas danças antigas, folclóricas, desses países da Europa e que se ligam a antigos rituais de fertilidade e expressam ricamente as relações humanas, sobretudo a sempre difícil relação do casal: homem e mulher.
O Brasil foi representado pelas danças gaúchas, depois tivemos a Finlândia, o Chile Lindo, a Alemanha, Nostra Itália, e o riquíssimo Ballet Folclórico Boliviano, com aquelas canções indígenas em que os instrumentos de sopro fazem toda a diferença. Na primeira dança, os dançarinos usavam um arranjo imenso na cabeça, na forma de flores, emplumadas, e que giravam de um modo magnífico. Depois tivemos a Russia que emocionou porque nesse grupo havia crianças e adolescentes, pessoas de diferentes tamanhos! Lembrou-me as Matrioskas. ;D
Por fim, o grupo Zorbás, os descendentes dos helenos que eu havia ido prestigiar. Eles abriram com um número emocionante, em que uma cantora cantava uma canção para uma dança que se chamava Detós Horós e o grupo de bailarinos, que dançavam com os braços antecruzados, segurando velas, repetia uma espécie de refrão. Eles fecharam de um modo apoteótico com a famosa quebra dos pratos (bom saber: a minha amiga disse que não se faz mais isso na Grécia, agora se atiram pétalas de flores.)
Depois tive que ir embora, não vi os demais grupos. :p
Mas como tudo o que vi emocionou-me deveras, esse blogueiro que vos fala pensa ter aprendido uma lição: a de que aquelas pessoas todas amam e cultivam suas diferenças, mas, pareceu-me, isso também alimenta o amor que elas têm pelo país que as acolheu, o que é muito bonito de se ver. Também uma certeza foi confirmada: a de que nós brasileiros amamos esse "mundo todo de gente", e, ainda mais, quando dançam e celebram a vida!


3 comentários:

  1. Mesmo sendo insensível para esse tipo de arte (não entendo NADA de dança), achei a apresentação linda! Na maior parte das vezes eu desisto de assistir e acabo por dormir (sim, é um absurdo!), porém essa galera bem variada e dançante me manteve acordado e INTERESSADO!
    Além dessa surpresa bacana adorei as relações entre as danças de países diferentes, tentar e conseguir ver as formas primordiais dessa arte ainda pouco compreendida em minha cabecinha oca!

    Anoquevemtôlá!

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  2. Lou,
    Não acredito em ninguém insensível para a dança! rsrsrs
    A prova disso é você ter curtido. Mas é muito bom ver aquelas pessoas todas celebrando suas diferenças em união.
    Curti muito suas fotos no Flickr. Você é muito sensível para a fotografia (espero que pense em ser fotógrafo profissional ;D). Achei você e sua turma super descolados. Parabéns!

    E claro: Anoquevemtamolá!

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