terça-feira, 15 de setembro de 2009

Virada Russa em São Paulo








Ontem, aconteceu a vernissage da exposição Virada Russa, no CCBB. Muito menos concorrida do que aquela de Matisse. Penso que, no entanto, essa exposição também será um sucesso de público como aquela tem sido, o contrário seria algo inexplicável.
Estamos vivendo em São Paulo um momento privilegiadíssimo. Há um Marc Chagal entre nós e ainda: Vassili Kandínski, Pável Filónov, Aleksandr Ródtchenko, Vládímir Tátlin, Natalia Gontcharova, Kazimir Maliévitch, entre outros.
Todas as obras da exposição pedem um olhar de reverência porque foram esses artistas "A" vanguarda, propriamente dita, nas artes plásticas. As obras da exposição trazem consigo esse poder da novidade absoluta que sempre representaram. E a mim, emociona também o fato de terem vindo nos encontrar, assim, gratuitamente (graças ao Banco do Brasil diga-se de passagem), ao deixarem a casa que as abriga, o Museu Estatal de São Petersburgo, lugar onde dificilmente nós poderíamos ir.
Esse único Chagal emocionou-me supremamente. O Passeio do casal é puro sonho. É também delicadíssimo o detalhe de que a mão esquerda da figura esvoaçante feminina está ausente do quadro. Não há nada que se compare a ver isso de perto.
Aliás, é uma exposição para ser vista muitas vezes. Teremos que acampar na porta do CCBB ou ir e voltar, ir e voltar, ir e voltar, every day.
Eu também terei que fazer isso, uma vez que talvez eu tenha abusado da vodka russa servida no coquetel, e, então, vivi tudo muito intensamente durante o trajeto entre os quadros e acho que por isso não estou tendo condições de falar muito mais about a experiência. ;-D
Somente uma coisa ainda devo ressaltar por aqui. Uma amiga jornalista entrevistou os curadores da mostra e eles deram uma dica importantíssima: comece a ver os quadros a partir do 3o andar e, então, vá descendo até o subsolo. Assim o fizemos, e sentimos que fizemos o melhor. Há uma lógica para esse roteiro e que é muito particular: fica perceptível que fazemos o percurso que nos leva da pré-vanguarda, lá no 3o andar, até o epílogo da vanguarda russa, no subsolo.
Imperdível, sensacional, supremo!
Quase esqueço de dizer, encontrei e conversei um pouco com a sensacional Elke Maravilha. Ela brincou dizendo-nos que tudo aquilo ali estava no sangue dela. E é verdade, não podemos esquecer que ela é russa. Disse também que não podíamos faltar na leitura dramática que ela fará hoje (15 /09) na Caixa Cultural da Praça da Sé. Será às 19 h. Trata-se, nada mais nada menos, de um clássico: Fedra, de Racine. Está aí uma dica de programa sofisticadíssimo!

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