Na última sexta-feira (4 de setembro), fui à abertura da exposição Matisse Hoje / Aujourd'hui, na Pinacoteca.
Esses coquetéis de abertura de exposição, ainda mais quando o de uma de tanto prestígio, são curiosos porque as autoridades todas estão presentes e à côté os burocratas do funcionalismo público: esses parecem estar no evento apenas para aplaudir aos discursos daqueles. No entanto, o mais aplaudido foi o diretor da Pinacoteca, além dos franceses responsáveis pela organização de todo o ano da França no Brasil, contudo, em tais casos pareceu-me que as palmas vinham dos inúmeros artistas também presentes.
Como a vernissage foi muito concorrida, foi organizada a entrada para a exposição, propriamente, tão somente para grupos pequenos de espectadores, a cada vez. Eu estive entre os primeiros, afinal eu tinha ido lá para ver Matisse!
A exposição está belíssima. É possível percorrer as diferentes fases do artista e emocionar-nos enormemente. Afinal, como não nos emocionarmos ao ver os originais dessas duas peças acima, por exemplo, se tudo o que víamos há anos eram tão somente as reproduções infinitas que se fizeram desses trabalhos em livros, postais, etc, etc?
Em cada sala, na parede em frente àquela em que estão as obras de Matisse encontramos também as dos demais artistas franceses contemporâneos e que foram convidados a criar obras que dialogassem com as de Matisse. Com exceção de dois trabalhos, achei tudo muito aquém do homenageado. E pensei que talvez isso tenha ocorrido, porque há uma erro de interpretação da obra matissiana, comum ao observador leigo em geral, mas que também pode ter acometido aos artistas, pourquoi pas? A saber: o de achar que o trabalho de Matisse é fácil, ou seja, como tudo nele é criação tendo como ponto de partida e de chegada cores básicas e formas muito simples há uma falsa aparência de facilidade em sua criação. No entanto, penso que não é nada disso, o que é simples nem sempre é fácil de alcançar, se assim o fora ele não estaria sendo cultuado durante os últimos cem anos praticamente.
Naquela noite, um outro momento que achei emocionante foi deparar-me com o artista francês Celeste Boursier-Mougenot. Simpático, ele estava lá ao lado de sua instalação: Variação. O trabalho dele é muito delicado. Como ele é um músico, trabalha na fronteira entre a música e o objeto plástico.
Variação consiste em um conjunto de três pequenas piscinas azuis instaladas no piso de uma sala, as águas são correntes e boiam na sua superfície tigelas de porcelana de diferentes tamanhos que, estando em movimento na água, esbarram umas nas outras, aleatoriamente e, com isso, produzem sons que nos lembram sinos.
Devo voltar, porque espero encontrar a Pinacoteca mais silenciosa do que nessa última ocasião e, assim, apreciar com mais vagar esse trabalho.
Na mesma noite, conversei muito com dois artistas plásticos radicados em Campinas e dos quais pretendo conhecer os trabalhos. Se forem tão bons como são seus criadores, falarei deles por aqui.
Esses coquetéis de abertura de exposição, ainda mais quando o de uma de tanto prestígio, são curiosos porque as autoridades todas estão presentes e à côté os burocratas do funcionalismo público: esses parecem estar no evento apenas para aplaudir aos discursos daqueles. No entanto, o mais aplaudido foi o diretor da Pinacoteca, além dos franceses responsáveis pela organização de todo o ano da França no Brasil, contudo, em tais casos pareceu-me que as palmas vinham dos inúmeros artistas também presentes.
Como a vernissage foi muito concorrida, foi organizada a entrada para a exposição, propriamente, tão somente para grupos pequenos de espectadores, a cada vez. Eu estive entre os primeiros, afinal eu tinha ido lá para ver Matisse!
A exposição está belíssima. É possível percorrer as diferentes fases do artista e emocionar-nos enormemente. Afinal, como não nos emocionarmos ao ver os originais dessas duas peças acima, por exemplo, se tudo o que víamos há anos eram tão somente as reproduções infinitas que se fizeram desses trabalhos em livros, postais, etc, etc?
Em cada sala, na parede em frente àquela em que estão as obras de Matisse encontramos também as dos demais artistas franceses contemporâneos e que foram convidados a criar obras que dialogassem com as de Matisse. Com exceção de dois trabalhos, achei tudo muito aquém do homenageado. E pensei que talvez isso tenha ocorrido, porque há uma erro de interpretação da obra matissiana, comum ao observador leigo em geral, mas que também pode ter acometido aos artistas, pourquoi pas? A saber: o de achar que o trabalho de Matisse é fácil, ou seja, como tudo nele é criação tendo como ponto de partida e de chegada cores básicas e formas muito simples há uma falsa aparência de facilidade em sua criação. No entanto, penso que não é nada disso, o que é simples nem sempre é fácil de alcançar, se assim o fora ele não estaria sendo cultuado durante os últimos cem anos praticamente.
Naquela noite, um outro momento que achei emocionante foi deparar-me com o artista francês Celeste Boursier-Mougenot. Simpático, ele estava lá ao lado de sua instalação: Variação. O trabalho dele é muito delicado. Como ele é um músico, trabalha na fronteira entre a música e o objeto plástico.
Variação consiste em um conjunto de três pequenas piscinas azuis instaladas no piso de uma sala, as águas são correntes e boiam na sua superfície tigelas de porcelana de diferentes tamanhos que, estando em movimento na água, esbarram umas nas outras, aleatoriamente e, com isso, produzem sons que nos lembram sinos.
Devo voltar, porque espero encontrar a Pinacoteca mais silenciosa do que nessa última ocasião e, assim, apreciar com mais vagar esse trabalho.
Na mesma noite, conversei muito com dois artistas plásticos radicados em Campinas e dos quais pretendo conhecer os trabalhos. Se forem tão bons como são seus criadores, falarei deles por aqui.
A Pinacoteca é tudo de bom! E com Matisse deve estar alegríssima. Quero ver!
ResponderExcluirObrigada pela dica, eu não sabia disso, não. Acredita?
luciana
Oi Josafá,
ResponderExcluirAo ler o seu post sobre Matisse, simplesmente fiquei encantada. Seus dizeres instigaram a conhecer a obra do tão famoso Matisse, como pode perceber esta não é muito a minha praia, mas depois das imagens e dos dizeres, Pinacoteca aqui vou eu!!!
sou de BH e estive nessa exposição de Matisse e de Céleste Boursier. Todas duas me emocionaram muito. Descobri que Matisse, antes de ser um bom pintor foi um excelente desenhista. Talvez mais desenhista do que pintor (pelo que vi nessa exposição) Angela vidigal
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