sexta-feira, 18 de junho de 2010

Tributo

4 comentários:

  1. Que longa vida e de tanto proveito! Achei hoje, nos seus "Cadernos de Lanzarote", um registro de 22 de abril de 1994:

    "Todo o dia a ler a tese de doutoramento de Horácio Costa, da Universidade de Yale: 'José Saramago: o período formativo'. Notável, simplesmente. Pela primeira vez alguém deixa de lado a relativa facilidade de análise dos livros que publiquei a partir de 'Levantado do chão' para atrever-se a penetrar no quase indevassado pequeno bosque do que escrevi antes, não esquecendo mesmo 'Terra do Pecado', esse primeiro e cândido romance que teria saído a público com o título 'A Viúva' se não fosse o malogrado Manuel Rodrigues, editor da Minerva, que benevolamente me acolhera na sua casa, ter decidido que tal título não era suficientemente comercial... Lendo hoje o estudo minucioso e perspicaz de Horácio Costa, foi todo o passado que se desenhou e reergueu diante de mim. Senti-me de repente muito velho (atenção, velho de tempo, não de vida) e pensei sem nenhuma originalidade: 'Quanto caminho andado.'"

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  2. Eu quero acreditar em muito futuro ainda. Tanto para a obra que fica para essa geração e as que se sucederão, quanto para a vida futura dentro do mistério no qual seu espírito mergulhou. Ao contrário dele, não desejo crer num amontoado de átomos tão somente, após a morte, dispersos.

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  3. Até chorei... Fiquei muito triste, mas acho que ele morreu tranquilo. E seu legado, sem dúvida, é imortal! E copiando uma amiga: "Obrigada por mudar minha vida, Sr. Saramago!".

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  4. Maíra,
    Eu também tenho uma amiga que me disse exatamente isso. A verdade, é que ele transformou muitas vidas, mundo afora, simplesmente porque sua obra era impregnada de vida. E gente assim não morre jamais. É a prova viva de que a morte não existe. Aliás, como alguém, no comentário à postagem anterior, já nos dissera: "Muerte a la muerte".

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