quinta-feira, 18 de março de 2010

Shame & Pride

O que fazer quando se está com vergonha? A vergonha é resultante de um sentimento de culpa. A culpa quando expressa um sentimento, nem precisa, no entanto, ser uma culpa objetiva. Quantos sem terem culpa alguma, se sentem culpados!

Penso que o sentimento de culpa e a vergonha daí resultante, quando ocorrem em função de um erro desculpável, em verdade, são expressões de um outro sentimento: o de orgulho ferido.

E orgulho, ferido ou não, convenhamos, não é um sentimento que se deva alimentar. A própria palavra orgulho tem um som desagradável, ao menos em português. Em inglês soa mais agradável: Pride. (mas, é claro, talvez o falante da língua inglesa não pense assim... rsrsrs)

O único orgulho simpático é o tal do orgulho gay, afinal uma afirmação da diferença em relação à norma, quando muitos queriam que a pessoa gay sentisse vergonha de ser o que a própria pessoa afirma ser.

Também gostei de ouvir a palavra orgulho, em uma outra ocasião: eu assistia com um amigo a um filme de Carlos Saura, Bodas de Sangue provavelmente, e, quando saímos do cinema ainda encantados com a performance dos bailarinos do Flamenco, meu amigo afirmou que era bonito ver aqueles homens e mulheres de Espanha dançando: eles são altivos, parecem ter um "orgulho de ser gente." Nesse contexto fazia todo o sentido. Ou seja, em ambos os casos a palavra orgulho apenas nomeia uma outra coisa, ou seja,  um ânimo em relação à equidade: é possível ser gay sem culpa, ou sem vergonha, e, no caso dos bailarinos, é possível e até mesmo preferível ser gente com expressão, ser artista!

A autenticidade, a arte e, por que não?, o verdadeiro amor ainda são os verdadeiros antídotos para toda a culpa e para que possamos viver sem vergonha.

2 comentários:

  1. adorei a primeira foto!
    bj,
    kika

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  2. Eu também. Identifiquei-me. Afinal, quem não se sentiu assim, ainda mais na adolescência, não é mesmo?

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