Vejam ainda o que ela nos diz no último parágrafo do texto publicado no portfólio Irina Ionesco Elle-même. Ed. PTYX, Tóquio, 1996, traduzido por Betch Cleinman para o catálogo da exposição na Caixa Cultural São Paulo:
Recebi esta câmera como um mistério. E é, graças a essa mulher, jovem linda e louca, que vivia trancada em um quarto faustuoso, sentada a maior parte do tempo na frente de uma penteadeira psyché composta de três espelhos ovais, onde ela se refletia penteando incansavelmente sua cabeleira luxuriante, que comecei a usar a Nikon F. Calada, assim ela ficava... às vezes ela falava, contando-me do seu desejo de ser bela e de poder congelar sua imagem, impedindo-a de se desfazer. Foi assim que nasceu em mim o imperioso desejo de utilizar a Nikon. Eu lhe propus um dia de primavera de sair de sua tebaida, de vir até a minha casa. Então, eu a enfeitei, a maquiei, eu a criei. E através desse terceiro olho, ela pareceu maravilhosa e imortal... Foi a minha primeira fotografia de mulher. As da minha filha Eva também serviram no início para reter o tempo e o momento presente. A alquimia da lembrança constitui a trama do meu trabalho.
Odalisque, 1980
Le Destin, 1975
Icône Byzantine, 1978
Roumanie, 1977
Jocelyne, 1974
Eva à la Plume, 1978
Se eu fosse vocês, eu iria correndo ver a esse espetáculo, o de uma mulher que está falando de um outro lugar, que não o meramente banal e cotidiano. Por isso só, a experiência de conhecer tais imagens já é fascinante.
Um detalhe que eu também achei revelador e meigo: A primeira foto é de um gatinho (um felino) e temos ao lado da foto essa inscrição - Esta exposição é dedicada à memória de Brousse, mon amour.
Irina Ionesco - Espelhos de Luz e Sombra
Caixa Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111
Informações: (11) 3321-4400
6 de março a 11 de abril de 2010
Entrada Franca \o/
que linda!
ResponderExcluirLinda, linda, Kika!
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