domingo, 17 de maio de 2009

Seminários



A escola, em qualquer momento da vida, será sempre uma experiência inesquecível. Eu estive nela quase toda a minha vida. Recentemente, a ela retornei. Penso que a procuramos porque desejamos dar continuidade também à nossa formação, ou seja, desejamos mais.

Ontem, pude ver dois grupos amigos apresentarem seminários em sala de aula. Um deles falava da obra Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. Poderia ter sido uma tarefa escolar no sentido chão do que possa isso parecer. Mas uma aluna/leitora, em especial, revelou-nos ser também professora e daquelas que se encantam com a obra de um eminente pedagogo. Sim, nesse momento seu legado reviveu, uma vez que ela, por sua vez, viveu a leitura da obra e dela nos deu notícia impar.

Depois, um outro grupo especial de alunos (falo de alunos de um curso de pós-graduação da PUC, em São Paulo) apresentou-nos sua leitura de Antonio Gramsci. Teórico difícil porque sua obra foi toda escrita no cárcere, mas o que havia de liberdade em seus escritos nos foi apresentado. E isso foi feito no cotejo com uma obra de arte magnífica, o filme Os Companheiros (I compagni Itália/França, 1963), do diretor italiano Mario Monicelli (quem nunca viu ou ouviu falar deve buscar conhecer!) E, então, esses bravos alunos levaram às lágrimas mais de um colega em sala de aula.

A escola pode estar entre muros, mas é lá que alguma coisa surpreendente acontece, sobretudo quando nos redime de toda mágoa e nos ensina: o desejo é de liberdade e esse é um desejo humano e é o melhor que podemos desejar em qualquer circunstância, dentro e fora da escola.

9 comentários:

  1. Querido Josafá,

    Que bom ocupar os bancos desta escola que fazemos.
    Beijos
    Rita

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  2. Sabe o que acho mais bacana? A forma como as delicadezas de cada sábado se sobrepõem às indelicadezas e nos fazem esquecer as últimas e ficar apenas com as primeiras.

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  3. É por isso que fico tristíssima quando vejo circular por aí - e circula um bocado! - um conjunto de textos como os do Rubem Alves, que usam uma certa expressão poética pra falar mal da escola, de seus muros, de suas coerções, como se ela fosse de jogar fora porque não dá conta. Meu deus, aos trancos e barracos que seja, olha só do que é que ela ainda dá conta!
    Dá vontade de mandar os chatos que declamam esses textinhos lerem Brecht, por exemplo... Ou caçarem sapo com bodoque... Mas os sapos não merecem isso...

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  4. Josafa! Lindo, lindo, lindo!
    Agradeço a oportunidade de estar dentro das escolas e conhecer pessoas ma-ra-vi-lho-sas!
    Beijos!
    Mariana

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  5. Rita, Lilian e Mariana
    este post quis ser uma homenagem justíssima a vocês todos!

    Luciana querida,
    Adoro ouvi-la e sua lucidez. E vc sabe: os chatos são capazes de não acertarem um sapo sequer. Definitivamente, eles não têm boa pontaria. ;p

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  6. Querido Josafá e amigos que comentaram...
    Foi uma pena não estar com vcs no sábado!!!! Minha duas jóias estavam doentes... pelo post, percebo que perdi um aula e tanto...Mas estou feliz em saber que esta, foi dada por amigos...
    bjs
    Érica...

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  7. Érica!

    Sentimos sua falta, muito!
    Vc teria curtido, sem dúvida alguma.

    Mas agora, é a gente que tem que repetir o feito. ;-D

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  8. Isso aqui tá virando clubinho heim!!! rsrsrs.
    Brincadeira, nesse dia em que vc me comentou esses fatos eu fiquei felicissima!
    Adoro ouvir esse tipo de experiência, elas, de uma forma ou de outra, sempre nos enriquecem.

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  9. Mas também vc e qualquer um que quiser tecer comentários tão generosos quanto os seus (ou não, posso ouvir críticas civilizadas :p) será automaticamente desse clubinho, of course!

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