segunda-feira, 16 de março de 2009

Palavra (En)cantada



Arnaldo Antunes, Maria Bethânia, Gustavo Black Alien, Adriana Calcanhoto, Chico Buarque de Hollanda, Antonio Cícero, Martinho da Vila, ‘Lirinha’ - José Paes de Lira, Zélia Duncan, Ferréz, Lenine, José Celso Martinez Corrêa, Jorge Mautner, B. Negão, Paulo César Pinheiro, Luiz Tatit, José Miguel Wisnik, Tom Zé. Esse é o elenco do documentário de Helena Solberg. E todas essas pessoas ajudam a diretora a tratar do tema que vai aos poucos sendo revelado pelas palavras dessas pessoas em seus depoimentos, bem como nas canções que nos são apresentadas, em suas imagens, ou seja, o da conjunção entre poesia - que em outras culturas é mais comum ser encontrada na sua versão livro, como uma produção do universo propriamente literário - e canção popular, no Brasil. Portanto, tentam refletir a respeito dos porquês da relação tão rica entre poesia e canção e que no Brasil estão interligadas desde há muito.
O filme é uma gostosa e longa reunião de conversas com artistas de formação distinta. É muito bom ver isso. Inclusive as imagens do encontro de Zeca Baleiro com Hilda Hilst no sítio em que ela viveu em isolamento e avessa a dar entrevistas.
Outra coisa é deliciosa: o documentário conta com outras imagens raras, algumas inéditas. Por exemplo, uma que muito me emocionou, a encenação de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Mello Neto, num Teatro Universitário em Nancy (França). Isso é mostrado quando o Chico Buarque está explicando como foi a participação dele na peça: ele conta que foi "irresponsável" pois musicou a poesia de um poeta que não gostava de música, embora ele não soubesse e pouco conhecia da obra de Cabral naquele tempo.
Também é lindo de ver uma apresentação de Dorival Caymmi, nos anos 40, cantando e tocando ao violão sua famosa canção O Mar.
A gente pode se emocionar muito assistindo esse trabalho. Mas se a gente chorar é de pura emoção e alegria, por essa gente linda existir, pelo artista brasileiro ser tão talentoso e cantar tão bonito, sempre. Recomendo. Eu fui ver no Cine BomBril, no Conjunto Nacional. Está em exibição na sala 2 daquele cinema, sempre às 18h20min. (única sessão).

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