sexta-feira, 20 de março de 2009

A crise e o bombom

Não se fala em outra coisa, ao menos nos meios de comunicação. Eles vivem nos aterrorizando com a crise econômica mundial. Assim, temos o problema do estancar do crescimento dos países emergentes e também o da economia dos países europeus, ou o da potência Chinesa e, sobretudo, o da América de Obama. Isso tudo somado ao fantasma terrível do desemprego em massa e o da volta de uma inflação galopante no lugar da que estivera antes estacionada, e por aí vai.
Eu até acredito que as coisas vão mesmo piorar. Tudo aponta para o pior. Mas nada disso deve ser motivo para cortamos os pulsos. Não, não, não.
Confesso que, às vezes, leio o horóscopo de jornal. Hoje, o li no Estadão e ali Quiroga dizia para mim que sou do signo de sagitário: Mais do que nunca todas as pessoas querem se dar bem, mas ao mesmo tempo, as condições do mundo ficaram limitadas. A ansiedade aumenta de tamanho e desorienta a maioria das pessoas, especialmente as que carecem de coragem.
Aliás, Quiroga também falava, em sua coluna, que a graça da crise atual do mundo financeiro é essa: "nos jogar na cara o resgate do potencial criativo que aguardou pacientemente pelo renascimento."
Já, anteontem, houve uma pane nos computadores da empresa onde eu trabalho. Senti que todos os funcionários entraram em estado de ansiedade, automaticamente, quando se viram cada qual sem sua máquina. Sim, havia ali uma ansiedade coletiva e que acredito parecia ser muito pior por um simples motivo e que apontava para além de uma inação forçada. Tal inação somara-se ao assombro de uma descoberta: não é mais possível trabalhar sem Internet.
Comigo não foi diferente, até que veio ao meu socorro um ato de compaixão: alguém colocara um bombom italiano sobre a minha mesa e, quando retornei, pude saboreá-lo. O pequeno gesto em suas magníficas consequencias revestiu minha ansiedade, pois agora eu tão somente precisava descobrir quem fora o autor daquele gesto e, evidentemente, precisava agradecer. Acho que também é assim com todo o resto. Precisamos descobrir a quem agradecer nossa coragem ou nosso potencial criativo e que nos permitirão renascer, ainda que das cinzas.

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