domingo, 10 de janeiro de 2010

Katia Guerreiro e Ney Matogrosso

Desde quarta-feira não atualizo meu blog. Fico tão triste quando isso acontece! Mas o que fazer? Tomei chuva na quinta-feira e desde sexta passada estou amargando um resfriado desagradável que retirou minhas forças. Como esse blog só se alimenta de coisas boas que me acontecem, não pude trazer nada para compartilhar. :-(
Uma coisa linda, no entanto, que me aconteceu, foi que um amigo, o blogueiro Enric, de Benicarló (Catalunha), do blog Bosphorus 2, apresentou-me uma fadista magnífica. Não é todo dia que somos apresentados a uma fadista, convenhamos. Assim sendo, penso que é fundamental compartilhar esse conhecimento.
Procurando no Youtube algo dela que eu pudesse trazer para cá, encontrei o registro de um encontro que deve ter sido mais do que memorável, a fadista portuguesa (vejam, uma redundância) e o divino brasileiro Ney Matogrosso cantando juntos! É uma pena que a pessoa que postou o registro não o tivesse filmado. São tão somente imagens intercaladas do encontro (para quem conhece a cada um, separadamente, já dá para imaginar o que deve ter sido esse espetáculo).
O problema é que como algumas pessoas do Youtube tem o hábito de fazer, o registro traz umas imagens outras... Penso que isso se deve ao fato de que há pessoas para as quais as metáforas de uma canção precisam ser concretizadas. rsrsrs Assim, vocês também verão lábios, mel, abelha e flor, o planeta azul, etc. Coisas absolutamente dispensáveis, na minha opinião. Perdão “requeijão” [é como se chama a pessoa que postou o clip], eu acho que são imagens de gosto duvidoso, mas agradeço pela iniciativa, of course. De qualquer modo, está valendo, fiquemos, então, com a canção e com as imagens dos intérpretes, o que já está de bom tamanho. Enjoy it!


Meu amor quando me beija
Vejo o mundo revirar
Vejo o céu aqui na terra
E a terra no ar.

Os seus lábios tem o mel
Que a abelha tira da flor
E eu sou pobre, pobre, pobre
Mas é meu o seu amor.

Quem tem amor peça a Deus
Pro seu bem lhe amar de verdade
Para mais tarde não ter desengano
E chorar de saudade.

Quem foi na vida que teve um amor
E esse amor sem razão o deixou
Que até hoje não guarde no peito
a marca da dor?

Meu amor quando me beija
Vejo o mundo revirar.
Vejo o céu aqui na terra
E a terra no ar.

Os seus lábios tem o mel
Que a abelha tira da flor
E eu sou pobre, pobre, pobre
Mas é meu o seu amor.

Quem tem amor peça a Deus
Pro seu bem o amar de verdade
Para mais tarde não ter desengano
E chorar de saudade.

Quem foi na vida que teve um amor
E esse amor sem razão lhe deixou
Que até hoje não guarde no peito
a marca da dor?


3 comentários:

  1. Que lindeza Ney com ela!
    Conhecia essa canção numa gravacão de Bethania, anos 1980, acho. Deliciosa também.

    Adorei!

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  2. Merhaba, olá Josafá querido, boa tarde !

    Na minha opinião o Fado do Katia Guerreiro é o Fado de verdadeiro, para mim ou Fado real, vivo e único. Os fadistas com fado no coração estão perdidos em bares, soltan as lágrimas ao ritmo de cada nota das guitarras braguesas. Amor quebrado, vida rasgada, choro da noite em Lisboa, de modo que a cada momento de saudade o Fado cresce.
    Eu amo o Fado. Desde sempre ou desde que conheci seus acordos nas ruas de Portugal, muito perto o cheiro do mar ea brisa do Atlântico, com a chuva de cada dia como caindo e rezando como uma oração.
    Agora, para render homenagem a Katia que melhor que um outro fado Fado "Vida rasgada", de Rosa Lobato Faria e cantada por Luz Sá da Bandeira:

    "Na minha vida rasgada
    não há vida,não há nada
    não há sede, nem há vento
    a minha vida é um rio
    que não corre per ter medo.

    A minha vida mentiu-me
    disse que vinha, fugiu-me
    cortou-me pela raiz
    deixou-me ser o destroço
    d'um coração que não ouço
    d'um corpo que ninguém quiz.

    A minha vida contou-me
    que ese grito não tem nome
    que ninguém é como eu
    não minto, não sou verdade
    sou apenas a saudade
    de um amor que não foi meu.

    A vida não me deu risos
    nem barcos nem improvisos
    nem desertos nem marés
    deu-me estes olhos de mágoa
    a minha voz gota de água
    p'ra me afagar a teus pés".

    TREMENDO !!!!

    E muito obridado pela menção e por la sensibilidade de você estimando a esta cantora do meus amores.

    Um abraço e atenção, a saudade do fado é que nem marea !!!

    P.S. Aviso: O Bosphorus de sempre (Bosphorus 1) é operativo outra vez... que loucura ¿tá? szszsz...

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  3. Lu,
    Não dá vontade de ter visto isso ao vivo?

    Enric,

    Meu amigo. Obrigado por recordar-me desse universo. Nós brasileiros, muitas vezes, nos afastamos da cultura portuguesa o que é uma pena! A experiência do blog é muito feliz nesse sentido: vamos nos universalizando, de vez. Isso sem nos falar na riqueza que são os seus bosphorus todos, com as canções e cultura mediterrânea em profusão que acontece pelos seus sítios.

    Depois que eu ouvir essa última canção lhe direi o que senti.

    E, afinal, vc já ouvira falar de Ney Matogrosso? O que achou desse nosso artista. Saiba que ele mora em um lugar bastante especial em meu coração. Sou fã!

    Sou seu fã também e dos seus blogs, mas isso vc já sabe.

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