terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Eric Rohmer - Meu tributo


Estou de luto. Morreu, ontem, Eric Rohmer. Não sei mais o que será do cinema. Pois é, os grandes cineastas estão nos deixando. Vocês acreditam que conheci pessoas que não gostam dos filmes de Rohmer? Não gostaria de tê-las conhecido, of course. Uma vez, um cara teve o desplante de me dizer que seu cinema tinha muita falação... Hoje, conversando com um amigo, também fã do cinema de Rohmer, lembrei-me dessa fala desbaratada de alguns e ele me disse: Sim, tem muita conversa, muito texto, mas é tudo tão inteligente. Eu adoro essa falação toda. A conclusão a que chegamos é que somente gente burra não gosta de assistir aos filmes de Eric Rohmer e ponto final.
Para quem nunca assistiu a seus filmes, fica a dica para esse teste de inteligência.

O Cineclube do HSBC Belas Artes, desde o começo do mês, coincidentemente, está com uma mostra reunindo os quatro contos que Eric Rohmer realizou inspirado nas estações do ano: Conto de Verão, Conto de Outono, Conto de Inverno e Conto da Primavera, programados nesta ordem, um título por semana, de 01 a 28 de janeiro.

Vejam o que diz o release que recebi deles:
Eric Rohmer somou mais de 50 filmes com a sua assinatura, desde que estreou em 1950. A sua coleção de prêmios e indicações também é admirável. Com dois Ursos de Ouro do Festival de Berlim (A Colecionadora, em 1967, e Pauline na Praia, em 1983) e um Prêmio do Júri em Cannes (A Marquesa d'O, em 1976), ele continua fiel ao seu estilo elegante e intimista, sempre explorando as relações humanas a partir de fatos que podem parecer banais num primeiro instante, mas que logo se desenvolvem de maneira inteligente e muito sedutora. Os filmes de Rohmer são muito falados, os diálogos são praticamente incessantes, mas isso nunca os torna cansativos, pelo contrário, todas as falas são pérolas cuidadosamente elaboradas, verbalizadas por personagens alheios a qualquer tipo de glamour ou afetação.

[O Conto de Verão foi exibido de 01 a 07 de janeiro.]



Desde o dia 8 de janeiro até 14 de janeiro é possível assistir ao filme Conto de Outono




Em Conto de Outono uma mulher resolve publicar um anúncio no jornal com o intuito de arranjar um companheiro para sua amiga solitária, uma viúva quarentona, dona de uma produtora de vinhos no sul da França. A ideia tinha tudo para dar certo, mas além do pretendente atraído pelo anúncio, surge um outro homem, apresentado pelo acaso, ambos igualmente interessantes.

De 15 a 21 de janeiro: Conto de Inverno




A história de Conto de Inverno tem início num verão, quando Felice viveu um intenso romance com um rapaz de quem ela teve uma filha. Mas, por causa de uma confusão de endereços, ela nunca mais o viu. Agora é inverno e Felice está casada com um cabeleireiro enquanto mantém um relacionamento com outro homem. Porém, a lembrança daquele amor que se perdeu não a deixa se entregar por completo a nenhum dos dois.

De 22 a 28 de janeiro: Conto de Primavera




Conto da Primavera, por sua vez, é sobre uma estudante de música que instala em seu apartamento uma outra jovem que acabara de conhecer numa festa. Inicialmente, as afinidades eram evidentes entre elas, até o dia em que o sumiço de um colar desencadeará uma série de decepções, colocando à prova os seus princípios de lealdade e confiança.

Isso tudo é Imperdível. Revê-los será nossa maneira de homenagear o grande cineasta.

4 comentários:

  1. Meu deus, não sabia de sua morte... C'est triste. Très. Mais c'est comme ça la vie, drôle de vie...
    Adoro seu cinema. Simplesmente adoro.
    E esse não morre nunca, é cinema nascido pra eternidade, né?

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  2. Lu,
    Oui, très triste.
    Claro, cinema nascido para a eternidade. Graças!

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  3. Desolação minha Josafá...

    algumos viveremos sempre das lembranças do uma úmida salão de cinema em Barcelona em sessão contínua e de algúm beijo fugaz na clandestina escuridade da adolescência...Grande cinema !!! Depois, com a maturidade, chegaram o “Conte de primptemps, Conte d'été, Conte de primtemps, Conte d'hiver e Conte d'automne” (minhaas preferidas, por muitas coisas...)... e chgou também o hiper-realismo do amor complexo na sua simplicidade.
    O grande cinema !!!
    Agora toca chorar...

    Abraço camarada !

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  4. Sim, Enric, desolação. E como diz Luciana a eternidade das obras do mestre do grande cinema. E como você nos lembra a lembrança das sessões desse cinema a que assistimos e que jamais deixará nossos corações.

    Sim, toca a chorar e a sorrir como Cabíria de Fellini, o outro grande que nos deixou essa lição a ser seguida diante de todos os tormentos.

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