segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Conhecendo a Amazônia Brasileira




Um amigo emprestou-me um livro riquíssimo. Trata-se deste recém-lançado Grandes Expedições à Amazônia Brasileira de João Meirelles Filho.É um livro de grande formato, um verdadeiro álbum de 244 páginas, em capa dura, da editora Metalivros.
A proposta do autor é a de apresentar o olhar estrangeiro sobre a Amazônia, desde os primórdios do descobrimento até as primeiras décadas do século XX.
Todos sabemos o quanto a região amazônica fascina, o quanto é cobiçada, o quanto representa de esperança, sugere de aventura e o quanto provoca devaneios.
No livro, encontramos uma variada quantidade de viagens, e imensa riqueza das narrativas, bem como seus registros materiais (são 244 imagens, entre mapas, desenhos, fotografias ou coleções).
Meirelles passou quase vinte anos desenvolvendo essa pesquisa histórica, enquanto também se envolvia em iniciativas de educação, sustentabilidade ambiental e responsabilidade social na região amazônica. O projeto que resultou no livro, concebido por ele e o editor Ronaldo Graça Couto, adotou como estratégia restringir o tema do ano de 1500 até as viagens de Rondon nos anos 1930.
Muita gente andou pela Amazônia: os colonizadores portugueses, gente exploradora e conquistadora, mas também padres, gente catequizadora, e cientistas, antropólogos e linguistas, gente estudiosa, até princípes e princesas e escritores como Euclides da Cunha, Mário de Andrade. Todos estão no livro.
Os capítulos estão organizados nessa sequência cronológica em que de cada viagem relatada temos o seu contexto histórico e cultural; a biografia do líder ou líderes da expedição; seus principais colaboradores; seu percurso; a obra que resultou da expedição (produção escrita e iconográfica); e suas principais contribuições.
Assim sendo, é possível ler o livro do começo ao fim (seguindo a ordem dos capítulos), mas também é possível ler cada capítulo em separado, aleatoriamente, eles têm cada qual sua independência. [eu estou adotando essa maneira possível de ler o livro]
Fiquei sabendo que João Meirelles Filho é paulistano e que se dedica à Amazônia há 32 anos. Ele reside em Belém há cinco anos, onde se dedica à escrita e à pesquisa. Está à frente do Instituto Peabiru - organização sem fins lucrativos, voltada para a realização de projetos de sustentabilidade na Amazônia. Como voluntário atua para a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) e para a Rede Brasileira de Gerenciamento Costeiro. É líder parceiro da Avina, fundação suíça. Como escritor publicou Licença Poética, em 1982, pela Massao Ohno; Amazônia: o que fazer por ela?, em 1986, pela Companhia Editora Nacional; Guia Brasil de Turismo Ecológico, em 1991, pela Index; Mobilização de Recursos para o Terceiro Setor, em 2005, pela Fundação Konrad Adenauer & Peabiru; e o Livro de Ouro da Amazônia, em 2004, pela Ediouro, traduzido, em 2007, pela Corbaccio, Milão, Itália.
Motivou-me iniciar a leitura do livro o tom da Introdução que nos faz seu autor, onde entre outras coisas ele nos diz: O mínimo que posso fazer aos amazônidas originais é dedicar este livro a vocês, índios, quilombolas e populações tradicionais. (...) Que saibamos visitar a Amazônia verdadeira, aquela que representa o futuro viajante e turista; que se permitam visitar os milhares de comunidades tradicionais como se visita um parente longínquo a quem muito se quer. Caro ribeirinho, pescadora e pescador, quebradeira de coco, beiradeiro, castanheiro, seringueiro e marisqueira e tantos outros; com este livro-passaporte, peço licença para entrar em tua casa, conhecer-te os quintais, saberes e fazeres, rios e lagos, florestas, de que até agora tão bem soubeste cuidar para a humanidade.

3 comentários:

  1. Está ai nosso grande tesouro. Não li o livro ainda, mas penso que a frase - O Brasil é o pais do futuro - Significa, além de tudo o mais, que podemos nos tornar o maior pais em termos de sustentabilidade. Em todos os sentidos, reciclagem do lixo, energias renovaveis etc...

    ...A solução é alugar o Brasil! Nós não vamos pagar nada. Nós não vamos pagar nada ... A Amazônia é o jardim do quintal...
    Raul Seixas - Aluga-se

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  2. Adorei seu comentário!
    Olyvia, você é descolada e ponto final!

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