sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Jaloux, moi?

Hoje, pela manhã, destemperei-me um tantinho com minha querida mãezinha. Tudo se passou, como sói acontecer em circunstâncias semelhantes, a partir de uma tolice cotidiana.
Resumindo o mote da situação: Há semanas há uma tomada quebrada, na pia da cozinha, e que utilizamos para acionar vários eletrodomésticos. Meu irmão caçula, que mora em outro estado e que é eletricista de profissão, passou a última semana conosco, em férias. Eu e minha mãe combináramos que iríamos pedir para ele efetuar o conserto da tomada. Eu quase não paro em casa durante a semana, trabalhando, e não me lembrei de comentar o fato com ele, nos poucos momentos em que estive em contato com o mesmo. Minha mãe (pareceu-me) não quis incomodá-lo com o expediente. Conclusão: ele já se foi e a tomada ficou ainda quebrada.
Hoje, fui utilizá-la e, impossibilitado, reclamei com a coitada da senhora de 74 anos. Fui um tantinho ríspido. Então, com razão, ela se aborreceu e disse-me: Não precisa ficar alteradinho com isso. Isso não é nada, há coisas muito piores nesse mundo... (ahahahaha) É claro que ela estava corretíssima. Eu, antes de sair, pedi-lhe desculpas pelo meu destempero e parti.
No caminho para o trabalho, procurei refletir about e pensei: o que terá feito eu ficar tão aborrecido com o fato de minha mãe não ter pedido para o meu irmão que consertasse a bendita tomada? Cogitei, no início da reflexão, que pudesse ter sido um aborrecimento por eu ser incapaz de fazer esse tipo de conserto: Je ne sui pas a bricoleur! Por fim, descobri que o que ocorreu fora um pequeno ataque de ciúmes... Sim, sendo muito muito sincero comigo mesmo, conclui que se tratara de ciúmes de filho mais velho, pelo fato de minha mãe ter poupado o caçula. Que coisa tremendamente feia! ;-p
Para corroborar a reflexão, li, logo a seguir e ao acaso, uma passagem de um livro que diz o seguinte:

Haverá maiores tormentos que aqueles causados pela inveja e o ciúme? Para o invejoso e o ciumento não há repouso; estão perpetuamente em febre; o que eles não têm e o que os outros possuem lhes causam insônia; os sucessos dos seus rivais lhes dão vertigem; sua emulação não se exerce senão para eclipsar seus vizinhos, toda sua alegria está em excitar os insensatos como eles a cólera do ciúme de que estão possuídos. Pobres insensatos, com efeito, que não sonham que talvez amanhã lhes será preciso deixar todas essas futilidades cuja cobiça envenena sua vida! Não é a eles que se aplicam estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”, porque seus cuidados não são daqueles que têm compensação no céu. (do Evangelho segundo o Espiritismo, de Alan Kardec)

Evidentemente, Freud teria razão em trazer o Édipo em meu socorro, mas essa contribuição de Kardec, sem dúvida, não é menos importante, ao menos em minha modesta opinião. A verdade é que eu, que me considerava nada ciumento, descubro que tenho de fato muito a aprender! Oh, my Gosh!

2 comentários:

  1. josafá,josafá!!! AMEI.- VOCÊ É FERA!!

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  2. Anônimo(a) querido(a)

    Que linda manifestação. Obrigado! Mas eu acho que você é que é "fera" por ter comentado essa postagem, que ficou tanto tempo sem comentários. rsrsrs

    um abraço

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