Independente do que possa acontecer com o Cine Belas Artes, enquanto espaço físico, o que importa mesmo é o que irá acontecer com o "espírito" desse cinema: ou seja, sua continuidade, noutro espaço ou no mesmo, como essa força que ele representa de espaço do cinema de qualidade na cidade. Ontem (terça-feira), voltei lá para ver um filme. O cinema estava "bombando", ou seja, parece que o paulistano só acordou para o fato de que é preciso frequentá-lo para valer, no último momento...
O que importa dizer aqui é que fui conferir o magnífico Além da Vida (Hereafter) do grande ator e diretor Clint Eastwood (80 anos!).
Na saída, ouvi minhas amigas dizerem que souberam de quem não gostou do filme (e eu, que sou passional quando gosto de um filme, achei isso um absurdo! rsrsrs) Uma das minhas amigas, inclusive, também tinha seus senões, mas como ela me conhece, limitou-se a dizer que o filme tinha aqui e ali uns clichês (enquanto eu fazia umas caras: quem me conhece também conhece minhas "caras", ou seja, eu não preciso dizer nada quando elas entram em ação! rsrsrs)
Eu não sou crítico de cinema. Aliás, quem quiser ler uma crítica desse filme de fato absolutamente inteligente, leia no Cineweb (Neusa Barbosa sempre soube muito bem o que fala sobre cinema. Ela é a minha crítica de cinema preferida).
Já eu, pobre mortal, vou me limitar a dizer o que senti:
A cena inicial é absolutamente impactante: somos convidados a ver o horror do tsunami juntamente com a personagem que é atingida pelo mesmo, quando saiu do hotel em que estava hospedada. Há todo o requinte do efeito especial e, no entanto, ao mesmo tempo em que o horror da morte em sua dor acontece, também acontece a experiência do além da morte, o que, então, irá revolucionar a vida da rica e famosa âncora do jornalismo televisivo da França.
E o que dizer do doce e frágil garoto gêmeo? Ele passa todo o filme inconformado e buscando o seu necessário contato do além, enquanto é socorrido pelo irmão, que já se foi, salvando-se assim do ataque terrorista no metrô londrino. Nesse filme, as crianças são o elo de ligação com o que precisa ser vivido porque assumido como a própria verdade de cada um.
Mesmo quando não se aguenta ser o que se é (caso do médium que mora em São Francisco) há que se buscar isso mesmo. Sempre haverá anjos, sejam do além ou encarnados, e esses não irão faltar para socorrer cada um em nome do amor e compaixão.
Uma última palavra: o filme é perfeito porque nos ensina, desde o seu começo impactante, que, sim, é compreensível que tenhamos medo da morte (morrer em um tsunami, por exemplo, é assustador) mas o mais incrível é que o que também parece, às vezes, impossível, ou seja, viver essa vida mesmo (e, plenamente, antes de morrer), é também possível quando nos ajudamos interna e mutuamente. Thank you so much Mr. Eastwood!
Oi Josafá!
ResponderExcluirQuem precisa de Neusa Barbosa, que ela não leia isso,você fez uma resenha legal do filme, vou procurar ver, gostei e com um ator que dispensa comentários Matt Damon e sob direção de Eastwood, que dupla!
Oi (Josafá) Júnior! Como querer provar para alguém que você não é um "senhor" crítico de cinema?
ResponderExcluirQuando, fiquei sabendo que o Cine Belas Artes estava para ser encerrado, advinha em que eu pensei logo, e lamentei muito. Em você. Tomara que tudo termine como um sonho. Que seja Tombado. Você, não acha? beijos
ResponderExcluirSenhor Anônimo,
ResponderExcluirEu não sou crítico de cinema não! rsrsrs
Merci.
Tia Betinha, linda! É verdade, a senhora ouve eu falar do Belas Artes há anos. Sim, se o tombamento significar a continuidade do cinema, que seja, sim, então!