quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Mais do que um Museu: um Sonho bom!

Ontem, foi aniversário da cidade de São Paulo e eu, como paulistano, me dei um presente: fui conhecer (Pasmem! Eu não o conhecia!) o Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz.
O Museu, graças a Deus, não precisa de mais incentivo ou propaganda. Ele é um sucesso absoluto de público, desde que foi criado. Quase concluí que somente gente “tonta” não foi ainda conhecer esse espaço consagrado ao bem imaterial mais valioso de todos: a língua que falamos.
Inicialmente, eu e minha amiga fomos até lá para ver a Mostra Fernando Pessoa: plural como o universo, pois ela estava programada para terminar no final de janeiro. Hoje, soube por meio do site do Museu que, atendendo a pedidos, o prazo para o término dessa Mostra foi prorrogado: Fernando Pessoa: plural como o universo continuará no Museu até o dia 22 de fevereiro.
A apresentação dessa Mostra segue o padrão das homenagens que o museu presta aos grandes escritores da Língua Portuguesa, desde que foi criado. Assim sendo, foi elaborada, no primeiro andar, toda uma atmosfera para exibir a obra do bardo português. As paredes são tomadas com trechos de seus poemas, há uma ambientação dos espaços que o poeta frequentava, como cafés, há ainda maquetes etc. Os recursos de multimídia característicos do Museu dão aquele toque de futurismo e que combina com a sensação de modernidade de sua obra e que, é claro, o poeta sempre testemunhou em seus escritos. Você poderá, por exemplo, folhear seus manuscritos, registrados digitalmente, apenas elevando no ar e movimentando com delicadeza sua mão, enquanto na imensa tela, logo abaixo, as páginas de um livro se abrem. Além disso, há inúmeros exemplares de publicação da obra do poeta em diversos momentos e edições, e ainda um poema que se escreve na areia, também com o recurso da digitalização em projeção.
Para além dessa Mostra, a visita ao Museu foi particularmente fascinante para mim, por que há uma apresentação acerca da nossa língua projetada em uma tela imensa, no terceiro andar, e que é emocionante: trata-se de um documentário, narrado por Fernanda Montenegro, que faz uma verdadeira apologia da Língua Portuguesa e que, sendo merecida, não há como não encantar o público.
Além disso, somos convidados para adentrar no espaço contíguo, quando a tela se levanta e, enquanto vemos projeções ilustrativas no teto, chão ou paredes, ouvimos trechos de obras da literatura em língua portuguesa e do cancioneiro popular brasileiro, rescitados por personalidades do universo da cultura brasileira. É uma delicia reconhecer, por exemplo, a voz de Maria Bethânia, José Miguel Wisnik, Chico Buarque, dentre muitos outros.
Anotei, mesmo no escuro, um trecho de um poema rescitado por Bethânia que dizia:

Qualquer amor já é um pouquinho de Saúde, um descanso para a loucura.

Aproveitando esse mote, só posso, por fim, deixar aqui uma singela questão. Quer fazer um bem para si ou para os seus queridos: filhos, sobrinhos, afilhados, netos, namorado(a), pai, mãe, amigos, enfim, a qualquer um e que mereça a demonstração desse amor? Leve-os ao Museu da Língua Portuguesa.

6 comentários:

  1. Gostei do novo visual do seu blog, ficou muito bonito! Adorei as cores!
    Beijos,
    Graciela

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  2. Oi Josafá!
    Também conheci o Museu recentemente, quando fui à São Paulo para o show de Paul McCartney e para nossa sorte também podemos visitar esta exposição maravilhosa em homenagem ao poeta Fernando Pessoa, fiquei deslumbrada, na época também fiz um post "breve tour cultural em SP", pois visitamos a Pinacoteca, o parque vizinho, a Bienal, o mercado, foi um dia perfeito.
    Gostei do painel de abertura do blog com campo de alfazema, lindo!

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  3. Ah, meu amigo Josafá !...¡quem poderia visitar tal templo da sabedoria !... mas fica longes para mim...(leia aquí meu fundo suspiro...)
    Cada vez mais amo a língua portuguesa e, cada dia mais, meus conhecimentos minguam sabendo quão rica é (maldição!).
    Bom, continuarei tentando...
    E falando...
    E estudando...
    E lendo...a Pessoa:

    “Este, que aquí aportou,
    Foi por não ser existindo.
    Sem existir nos bastou.
    Por não ter vindo foi vindo
    E nos criou”.

    Extracção do poema Ulisses”.

    Abraço e feliz aniversário da cidade de São Paulo (atrasadinho, senhor, me desculpe...).

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  4. Graciela,
    Você gostou? Que bom. Deu um trabalhão para fazer...rsrsrs
    A sorte é que estamos com tempo. ;-)
    Saudades!
    Volta logo!

    kisses

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  5. VAléria querida,
    Não é incrível mesmo esse Museu. Aliás, acho muito bacana como ele é bastante visitado pelo pessoal que vem de fora da cidade. Há sempre pessoas do interior do Estado e de todo o Brasil e estrangeiros por lá. Dá uma emoção generalizada fequentá-lo é verdade.
    Há tenho que te dizer: gosto muito do seu blog também. E que lindo aquele registro de quando você esteve em Madri: aquelas esculturas nas ruas são magníficas.
    Obrigado pelo elogio do nosso novo visual, gosto de colocar campos na abertura porque isso nos traz essa sensação de paz e calmaria. ;-)
    merci

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  6. Enric,
    Como é maravilhoso conhecer uma pessoa tão extraordinária como você!
    Acho sim que você adoraria conhecer esse museu! Quem sabe um dia você venha para São Paulo! O mundo não é só feito de Mediterrâneo... rsrsrs
    Quanto à Língua Portuguesa ela é mesmo um poço sem fim de riquezas: eu estou aprendendo desde que nasci e sei que não saberei tudo até o fim dos meus dias!
    Você, no entanto, é um poliglota nato e inteligentíssimo, que sempre conversa comigo na minha língua: um sinal do seu amor e respeito por todas as culturas.
    Não disse que você é extraordinário? Obrigado por tudo e não me abandone, pois eu tenho uma amizade e carinho imensos por ti.
    Saudações dos trópicos a toda a Catalunha!

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