segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Não ignore o que você pode vir a saber e saiba o que você ainda ignora

Essa dica de trabalho fotográfico absolutamente digno de registro, eu devo a uma garota descoladíssima e que tem um blog que é uma delícia de frequentar. Trata-se do blog da Carly, uma pesquisadora e escritora que vive em Amsterdam, a que ela chamou Small Sight. Eu fiquei bastante tempo lendo suas postagens e vendo as ricas imagens que ela reúne por lá.
Como essa moça viaja muito, ela tem condições de nos mostrar sua visão toda particular dos lugares por onde passa: Paris, Lisboa, Amsterdam, Berlin etc.
É muito prazerosa essa viagem, e que acabamos por fazer junto com Carly.
A verdade é que se trata de uma experiência confortável viajar pelo seu blog, uma vez que ela é uma pessoa bastante despretensiosa e constrói o seu blog, é notável, com muito prazer. Recomendo vivamente!

Já essas imagens, eu as trouxe do site do fotográfo húngaro (que se diz amador!). Akos Major vive em Budapeste e fotografa com alma. Ele conseguiu, por exemplo, nesse projeto que estou prestigiando aqui e a que ele chamou water2capes, uma síntese riquíssima desse elemento que atravessa as águas e que nos deixa em lugar nenhum, ou melhor, que nos remete ao lugar original de todos nós: o líquido vital. Por outro lado, tal elemento que cobre as águas como uma capa, ele se sobrepõe às águas e, então, é como se o elemento água, por sua vez, fosse tão somente um pretexto para se falar dessas coberturas variadas (seria esse o sentido do título do projeto?), uma vez que elas é que se sobressaem na composição.
É como se acontecesse na fotografia, aquilo que uma amiga querida me disse hoje by e-mail e que ela dizia ser um comentário a um post que eu ainda não escrevera, trata-se de uma afirmação do filósofo francês Gilles Delleuze:

Só escrevemos na extremidade de nosso
próprio saber, nesta ponta extrema que
separa nosso saber e nossa ignorância e que
transforma um no outro.

Enjoy it!









3 comentários:

  1. Que imagens lindas... Lembraram-me uma passagem de Gaston Bachelard em seu ensaio sobre a imaginação da matéria, no volume "A água e os sonhos", uma palinha:

    “...a água é também um tipo de destino, não mais apenas o vão destino das imagens fugazes, o vão destino de um sonho que não se acaba, mas um destino essencial que metamorfoseia incessantemente a substância do ser. Por isso o leitor compreenderá com mais simpatia, mais dolorosamente, uma das características do heraclitismo. Verá que o mobilismo heraclitiano é uma filosofia concreta, uma filosofia total. Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio porque, já em sua profundidade, o ser humano tem o destino da água que corre. A água é realmente o elemento transitório. É a metamorfose ontológica essencial entre o fogo e a terra. O ser votado à água é um ser em vertigem. Morre a cada minuto, alguma coisa de sua substância desmorona constantemente. A morte cotidiana não é a morte exuberante do fogo que perfura o céu com suas flechas; a morte cotidiana é a morte da água. A água corre sempre, a água cai sempre, acaba sempre em sua morte horizontal.”

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  2. Lindas imagens, ótimo blog e feliz aniversário!!!!!

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  3. Luciana querida!
    Que belíssima essa citação do Bachelard! ;-o
    Aliás, devo-te toda essa postagem: a primeira citação do Delleuze e agora essa última. Somos assim: multiplicamos os sentidos o tempo todo. Merci amiga! ;-D

    Nilza,
    Essas imagens são demais mesmo. Viva o húngaro! \o/ Muito Obrigado! ;-D

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