Ir a uma exposição no Masp é sempre um prazer. Nesse fim de semana, uma amiga querida de Brasília estava em São Paulo e ela me chamou para vermos, tanto a exposição fotográfica assinada por Wim Wenders quanto a outra, que está no subsolo do museu: Pintura Alemã Contemporânea. Ambas foram inauguradas já há algum tempo e ficam em cartaz somente até janeiro.
Eu brinquei com a minha amiga, contando-lhe que nós, que moramos em São Paulo, não aproveitamos tanto a cidade quanto quem vem de fora. A cidade é tão palpitante que, por vezes, decidimos não sair de casa. rsrsrs Nossa sorte se dá, justamente, por conta de que, quando saímos, podemos sempre encontrar as boas surpresas que viver em São Paulo permite-nos experimentar.
A exposição das fotografias de Wim Wenders é um deleite. Não achei nada convencional, como maldosos já andaram dizendo por aí... Na verdade, os Lugares, estranhos e quietos, que ele descobriu são absolutamente fora do comum mesmo! Como essa imagem do alto de um edifício em São Paulo e que ele contou ter registrado quando esperava por um helicóptero. Ela é muito bela: o musgo verde nascendo e parelhando com a pintura daqueles objetos, também eles verdes e que encimam o edifício.
Achei também magnífico o conjunto formado por um quadro em que há um banco vermelho ao lado de um porto no Japão e a sequência, que pode ser vista paralelamente e à distância, de um outro quadro retratando o mesmo porto, agora com uma mulher vestida também de vermelho no centro do conjunto.
E o que dizer dessa imagem que parece ter sido pintada por Edward Hopper? Não é estranho esse quieto que já existia no mundo, que continua existindo, of course, mas que parece só poder existir em referência a Hopper, e que, ainda, somente possa existir pelo olhar de um cineasta/fotógrafo? Não é estranho que tudo isso seja também um oferecimento a nós outros, meros mortais? Eu acho tudo muito incomum e jubiloso!
Há muito mais. Como a roda gigante sendo destruída pelo tempo, no meio do vazio, por um lado, e distante de um povoado, por outro ângulo. Bem, a lição dessa exposição é que o incomum está no olhar de quem flagra a cena e também no do observador que visita a exposição.
Achei essa uma experiência imperdível e agradeço às garotas lindas que estavam comigo porque formamos um trio muito adequado para apreciar a exposição: tínhamos boa vontade no coração, bom humor, sensibilidade à flor da pele e que se traduzia em frases entrecortadas, nas quais um dizia o que o outro via e a descrição de cada obra assim feita, era efeito de pura sintonia. A visita não teria sido a mesma sem a companhia das amigas! Assim sendo, sugiro: leve um amigo para ver Lugares, estranhos e quietos. A exposição de fotos de Wim Wenders fica no Masp até o dia 16 de janeiro.
A respeito da minha impressão da exposição de pintura alemã contemporânea eu vou falar em outra postagem, em um outro dia. ;-)
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