quarta-feira, 15 de setembro de 2010

OcaMaloca

Hoje aconteceu uma coisa ótima! Na minha hora de almoço, fui até a Galeria da Caixa Cultural na Praça da Sé. Foi uma visita cheia de surpresas.
Primeiro, porque na entrada da galeria eu, distraidamente, esbarrei em uma escultura que estava tomando a entrada. Quando eu a olhei, quem era? A portadora de perfumes de Victor Brecheret. Eu tinha batido o ombro no joelho da moça. Eu quase não acreditei! Eu sou apaixonado por essa escultura em bronze patinado, que é imensa (331,5 x 100 x 87 cm) e que data de 1923. Eu nunca tinha visto a escultura, pessoalmente, apenas por fotos. Ela pertence ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes e está na exposição itinerante Coleção de Escultura da República à contemporaneidade. Hoje, só foi possível eu ver essa, que está do lado de fora da galeria, e não as demais.
É que eu tinha ido até lá para ver a OcaMaloca , de Maria Tomaselli & João Melquíades.
E, então, outra surpresa: quando entrei no interior da OcaMaloca, dois policiais militares, estavam visitando a exposição e curtindo! E eu também entendi o porquê. É que a proposta, conta-nos Maria Tomaselli, nasceu quando ela viu uma criança tentando abrir um objeto-pintura-escultura de uma outra exposição que ela fizera. Ela conta que parecia que a criança queria entrar na obra. E então ela pensou: “Como sou burra!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Era óbvio que isso tudo levava a uma tenda, cabana, Oca!!!!!!!!!”
Ela, então, passou a criar “essa ideia do quadro sem frente nem verso, do quadro universo”.
O interessante é que ela contou com a ajuda de um pedreiro que tinha grandes habilidades de carpintaria e que bolou junto com a artista a estrutura da Oca: o João Melquíades.
É simplesmente maravilhosa a proposta. Você retorna à infância estando no interior da Oca. Quem não acharia ótimo, sendo criança ou não, abrir os cerca de 40 segredos encerrados nas caixinhas, portinhas, tampas, nichos e que cobrem as paredes do interior da Oca? Vários artistas amigos colaboraram, e são os trabalhos deles que vemos "nesses interiores" do interior da Oca, como Iberê Camargo e a artesã pernambucana Dona Dalva.
Há algo muito profano e mesmo erótico ali, mas eu diria que também há qualquer coisa de sagrado, sobretudo porque é como se você estivesse em um útero, no entanto, sem deixar de estar em... uma Maloca. Ou seja, eles construíram um lugar que é mesmo simulacro do mundo, onde a vida se encontra e a experiência humana se dá, seja ela de que natureza for: pode ser a minha, a dos policiais ou a até a de uma portadora de perfumes. ;-)
OcaMaloca acontece na Caixa Cultural, da Praça da Sé, 111, até 17 de outubro - de terça a domingo, das 9h às 21h.
Visitadas mediadas para grupos. Informações (11) 3321-4400
Entrada Franca

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