quarta-feira, 14 de julho de 2010

Vamos (re)ver Bergman

Sinto-me na obrigação de divulgar essa programação do Cineclube Belas Artes. Claro, porque desejamos que o Belas Artes continue a ter vida longa! ;-D
E também porque Bergman é o tipo de cineasta que forma o espírito e o caráter. É pura boa educação.
Faz 3 anos que ele nos deixou, no entanto, nós não precisamos deixá-lo jamais.


apresenta

Conjunto da Obra: Ingmar Bergman

Julho reúne duas datas muito importantes no calendário cinematográfico: o aniversário de nascimento e também de morte de Ingmar Bergman. Ele que completaria 92 anos no dia 14, faleceu no dia 30 desse mesmo mês, há três anos.
Para lembrar esse duplo acontecimento, o Cineclube apresentará quatro filmes de sua admirável filmografia, de 16 de julho a 12 de agosto, destacando dois clássicos antigos mais dois exemplares representantes das décadas de 70 e 80. São eles: O Sétimo Selo (1957), A Fonte da Donzela (1960), O Ovo da Serpente (1977) e Da Vida das Marionetes (1980).
O Sétimo Selo é o clássico absoluto, indispensável em qualquer retrospectiva do cineasta. O famoso duelo entre o personagem de Max Von Sydow e a horripilante figura da Morte é momento antológico, digno de eterna apreciação. Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1957, acabou levando o Prêmio Especial do Júri. O filme e o próprio Bergman, aliás, foram lindamente homenageados por Wim Wendres em Palermo Shooting, de 2008, que também faz claras citações à obra de outro mestre, Michelangelo Antonioni, por coincidência morto no mesmo dia em que o diretor sueco.
O filme que vem na seqüência, A Fonte da Donzela, foi o grande vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1961. Inspirado em uma lenda sueca, esse é um dos poucos filmes de Bargman cujo roteiro não foi escrito por ele mesmo, mas sim pela romancista Ulla Isaksson.
Dando um salto no tempo, a programação segue em cores, contrastando com o belo preto e branco dos dois filmes citados acima, desta vez com o polêmico O Ovo da Serpente, uma produção americana com diálogos em inglês e alemão. Tido como um dos filmes menos pessoais de Bergman, essa é uma obra que merece reconsiderações. Ambientado numa Berlim ainda arrasada pelos efeitos da Primeira Guerra, o filme faz uma impecável reconstituição da época retratada, e ainda conta com as extraordinárias atuações de Liv Ullmann e David Carradine, num dos momentos mais marcantes de sua carreira.
Feito originalmente para a TV, Da Vida das Marionetes tem como personagens principais Peter e Katarina, um casal criado em outro filme de Bergman, Cenas de Um Casamento, de 1973. A história desenvolvida, porém, nada tem em comum com a do filme anterior, assim como os atores também não são os mesmos.
Um detalhe predominante nessa seleção é a direção de fotografia que, com exceção de O Sétimo Selo, que tem a assinatura de Gunnar Fischer, os outros três trazem a marca genial de Sven Nykvist, grande parceiro de Bergman na maioria de seus trabalhos, uma união que por duas vezes foi consagrada com o Oscar para Nykvist, a primeira por Gritos e Sussurros (1974) e a segunda por Fanny e Alexander (1984).

Cada filme será apresentado por uma semana, diariamente, em sessão única.
(os horários podem variar de filme para filme, entre 19h e 19h30)

Programação:
O Sétimo Selo: de 16 a 22 de julho;
A Fonte da Donzela: de 23 a 29 de julho;
O Ovo da Serpente: de 30 de julho a 05 de agosto;
Da Vida das Marionetes: de 06 a 12 de agosto.

O SÉTIMO SELO
(Det Sjunde Inseglet)
Suécia, 1957, 35mm, pb, 96 min.
Elenco: Max Von Sydow, Bibi Andersson e Gunnar Björnstrand.

Um cavaleiro sueco retorna ao seu país após lutar nas Cruzadas, durante a Idade Média. Ao ver tanto sofrimento e destruição a sua volta, ele tem dúvidas sobre a existência de Deus e se pergunta porque Ele não dá um sinal de Sua presença. Porém, em suas andanças, ele acaba encontrando a personificação da morte que o convida para uma decisiva partida de xadrez, cujo resultado poderá lhe valer a vida.

Este filme, vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, é considerado uma das principais obras-primas de Bergman e também um dos melhores filmes da história do cinema.

A FONTE DA DONZELA
(Jungfrukällan)
Suécia, 1960, 35mm, pb, 89 min.
Elenco: Max Von Sydow, Birgitta Valberg e Birgitta Pettersson.

Ainda fascinado pela Idade Média, Bergman retorna ao clima de O Sétimo Selo ao narrar a lenda de uma jovem, filha de cristãos fervorosos, violentada e morta por pastores, cujo local do crime teria se tornado uma nascente de águas milagrosas.
Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

O OVO DA SERPENTE
(The Serpent's Egg)
Estados Unidos/Alemanha, 1977, 35mm, cor, 120 min.
Elenco: David Carradine, Liv Ullmann e Isolde Barth.

Na Berlim devastada pela Primeira Guerra Mundial, um americano desempregado consegue refúgio no apartamento de um cientista, que também lhe dá emprego. Porém, enquanto trabalha como trapezista ele acaba se apaixonando por uma cantora de cabaré e, aos poucos, descobrirá a verdade sobre um fato terrível que o afetou no passado.

DA VIDA DAS MARIONETES
(Aus dem Leben der Marionetten)
Suécia/Alemanha, 1980, 35mm, pb/cor, 104 min.
Elenco: Robert Atzorn, Heinz Bennent e Toni Berger.

Filmado durante o exílio de Bergman na Alemanha, o filme mostra a sufocante trajetória de um homem que assassina uma prostituta. Utilizando-se de fotografia em preto e branco, com exceção da cena do assassinato e o final que são mostrados em cores, o diretor realizou uma das obras mais sombrias e complexas de toda a sua carreira.


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