terça-feira, 27 de julho de 2010

oceano invadido

Outro dia eu falei aqui Save the Whales. Divulgando a campanha contra o horror de quererem voltar a legalizar a caça comercial às baleias pela primeira vez em uma geração.Uma amiga, ao fazer um comentário na postagem, deixou-me um link para eu ver uma campanha publicitária que tem a baleia como principal personagem, juntamente com uma orquestra de jovens músicos. Beautiful, beautiful, beautiful! Como às vezes acontece, mesmo que raramente, uma peça publicitária pode ser de uma delicadeza sem igual e é o caso dessa, ou seja, não tem como você não chorar de emoção.
Quando eu falava outro dia da exposição Drop Shots e da importância de elaborarmos cada vez mais e melhor nossa relação com a água, um amigo, também em comentário, recomendou-me ir ver a instalação oceano invadido, na Caixa Cultural da Praça da Sé. Eu fui.

Qual não foi minha surpresa ao adentrar no vão octogonal do mezanino da Caixa Cultural: deparei-me com uma enorme baleia Jubarte, flutuando no centro desse espaço. A estrutura da baleia é toda feita em arame e recoberta com retalhos plásticos. Também as anêmonas, distribuídas no chão e sob as quais podemos sentar, sugerem esse sofrimento que é, para os seres marinhos, conviver com todo o lixo que os humanos lançam nos oceanos.

O grande problema é o plástico! Tal produto, que possui características como durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração, causa um impacto imenso em todos os oceanos do planeta, uma vez que pode não desintegrar-se por inúmeras gerações. Aliás, segundo o Programa Ambiental da ONU, existem 46.000 fragmentos de plástico para cada 2,5 km², isso faz com que ele seja responsável por 70% da poluição marinha por resíduos sólidos. As vítimas dessa verdadeira hecatombe são as diversas espécies de vida animal, entre répteis, pássaros, mamíferos e peixes.

Para mim, a pièce de resistance da instalação é a projeção de um vídeo sobre uma grande esfera instalada no chão, à esquerda de quem entra e que, muito singela e didaticamente, mostra o ciclo percorrido por uma sacolinha de plástico (essas de supermercado), desde o momento que é levada pelo vento até a boca de um bueiro em direção ao seu destino final. É uma verdadeira lição e como disse o meu amigo é preciso ver para que tomemos alguma iniciativa no movimento contrário a esse estado de coisas.
Eu fiquei com vontade de chorar e pensei: My Gosh, será que existe quem ainda não tenha entendido a necessidade de se utilizar uma eco bag ?
É pouco eu sei, mas pelo menos isso. Vamos parar com a irresponsabilidade de jogar plástico nas ruas, no bueiros. Tudo isso vai ter como destino final o mar e resultar na extinção de seres que nem mesmo chegamos a conhecer. Triste assim!

oceano invadido
instalação imersiva do estúdio bijari
criação e produção:
estúdio bijari - http://www.bijari.com.br/
Período: de 17 de julho a 29 de agosto de 2010
horário: de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
local: CAIXA Cultural São Paulo (Sé) - Galeria Octogonal - Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo/SP
informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: (11) 3321-4400
entrada franca

2 comentários:

  1. Eu saí me sentindo um pouco mau devido aos números alarmantes, e quase que decidido a não mais trazer nada da rua dentro de uma sacola de plástico. Mas tenho que e policiar porque, mesmo tendo várias sacolas ecológicas em casa, não saio obrigatoriamente com uma sempre que saio de casa e hoje mesmo, no mercado, já peguei mais duas plásticas. Bom, pelo menos da minha casa vão para direto para a reciclagem.

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  2. Luis,
    Eu sei do que você está falando. É trash! Aliás, literalmente, não é mesmo? rsrsrs
    O importante é tentarmos mesmo ser persistentes!
    Afinal, de nada valeria sabermos tanto e fazermos muito pouco. Perseverar: por mais que possamos nos sentir fraquejando aqui e ali, de quando em quando... Essa é a lição de toda nossa existência. ;-D

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