quinta-feira, 15 de julho de 2010
Um prato, voilà!
Moramos em nossa casa, eu, minha mãe e a Lalá. Essa última é uma gatinha de raça não definida, muito circunspecta, além de meiga e dengosa. Acreditem: alguém pode ser meigo e dengoso, além de circunspecto. É o caso da Lalá. Pois bem, essa semana minha mãe viajou, foi visitar meu irmão caçula, que está morando no estado de Minas Gerais.
É curioso quando não nos planejamos para uma mudança de rotina.
De repente, me vi tomando café da manhã, tão somente na companhia da Lalá e, ao chegar em casa à noite, tendo que, eu mesmo, preparar minha comidinha.
Não sou bom em "inventar" coisas na cozinha. Em geral, sempre que cozinho (o que faço com amor, por sinal, e mais para poder partilhar com as pessoas) sigo as orientações de livros de receitas ou de blogs especializados. O meu preferido, como muitos já devem saber, é o blog Luciana na Cozinha.
No entanto, ontem, eu só tinha filés de frango congelados. Não poderia, portanto, encontrar ajuda lá na cozinha da Luciana porque ela só utiliza, das galinhas felizes que conhece, os ovos. E, claro, ela tem toda razão. Eu é que ainda sou grotesco e também como as galinhas, embora cada vez mais raramente. ;-D
Como eu estava cansado, não recorri aos livros ou outros blogs e tive que improvisar.
Primeiro, descongelei o frango no micro-ondas. Nunca tinha feito isso e segui as orientações do Manual do equipamento rsrsrs. Achei engraçadíssimo, porque senti um pouco de medo de não dar certo. Mas deu.
O que fiz, então?
Cortei cebola e alho, em rodelas muito finas. Eu gosto muito de ambos, então, fui generoso... Em uma frigideira bastante larga, contendo duas colheres de manteiga (manteiga mesmo, aprendi com Luciana a nunca utilizar margarina) e um fino fio de azeite de oliva, refoguei esses dois ingredientes, até as cebolas ficarem transparentes e o alho levemente dourado. Para conseguir esse efeito é importante acrescentar o alho depois que as cebolas já estiverem um tempinho por ali... Então, acrescentei os filés de frango temperados tão somente com um pouco de sal e um tanto de pimenta branca moída na hora. Juntei os files bem distribuídos na frigideira e fui deixando a coisa toda acontecer. Fiz cair uma chuva de manjericão seco, regada pelos meus dedinhos, por sobre toda essa mistura boa. Quando virei os filés para que dourassem do outro lado, repeti mais uma vez a chuvinha de manjericão.
Misturei um quantidade generosa de creme de leite (acho que se fosse fresco seria melhor, mas eu só tinha aqueles em caixinha, do tipo longa vida...) com duas colherinhas de mostarda de Dijon.
Perto de desligar o fogo, acrescentei essa mistura na frigideira.
Depois, servi a mim mesmo esse prato, acompanhado com arroz branco e soltinho.
O meu suco foi o de polpa de Cajá, que é uma fruta regional, cultivada no Norte e Nordeste brasileiro; fruta de casca lisa e fina, de cor laranja ou avermelhada e de polpa com sabor agridoce.
Achei tudo muito saboroso e imagino que quando eu contar à minha mãe essa minha invenção na cozinha ela vai desejar que isso vire rotina. Aliás, como eu dizia, é curioso quando não nos planejamos para uma mudança de rotina.
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Agradeço pelas palavras gentis e, sempre, muito muito, por suas visitas queridas, as virtuais e sobretudo as outras. No mais, o que importa do que vc conta aqui, me parece, é a mágica simples e cotidiana que cozinhar pode ser; mágica no sentido de ser uma expriência transformadora: dos alimentos e de quem lida com eles, tomando decisões, imaginando processos, invenstindo em misturas, ações... e, depois, comendo, claro - afinal, tudo o que a gente come passa a ser a gente também, né? Necessariamente. Por isso é tão bom comer o que a gente mesmo faz ou o que fazem pra gente! Alquimia básica, sem esoterismos fáceis ou racionalismos toscos, a alquimia ela mesma, só ela, limpa, boa, útil.
ResponderExcluirbesitos!
Eu é que agradeço por você ser esse alguém maravilhoso e para quem podemos desejar dizer palavras gentis! E, sim, era muito de tudo isso o que eu desejava dizer e, como sempre, você conseguiu alcançar ainda mais do que eu poderia. Que bonita essa ideia de uma alquimia limpa, boa e útil. ;-D
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