Meu amigo Enric deu-me um regalo! Já falei dele aqui. Serei sempre grato a ele por mais esse novo conhecimento: ele apresentou-me Rita Botto.
Rita Botto nasceu em Catena, cidade de Etna, região da Sicília, Itália.
Segundo o site Italia Folk Music trata-se de uma cantora versátil e autodidata, com uma capacidade vocal espantosa, ela instruiu-se no canto pela escola de Ferrare de “Música Moderna” e também no “Baule dei Suoni” da escola de teatro da Bolonha, onde vive atualmente.
Impressionada com as canções da magnífica artista Rosa Balistreri, Rita Botto tem sempre tentado promover, como aquela, os tesouros da música popular da Sicilia. Ela, aliás, dedicou a Rosa Balistreri seu álbum independente Ethnea. O nome é um jogo de palavras entre étnico e Etna, para simbolizar o renascimento da música siciliana.
Seu álbum Stranizza d'Amuri, veio a público em 2004, quando Rita Botto ficou conhecida para o grande público, recebendo aprovação unânime da crítica, tanto italiana quanto estrangeira.
Ela também tem colaborado com importantes artista como Alfio Antico, Antonio Marangolo, I Lautari, Roy Paci and Carmen Consoli.
Suas apresentações no palco impressionam seja pela sua técnica vocal que é muito particular, bem como pelo fato de que usa um vaso como caixa de som.
Seu novo disco, Donna Rita, foi recém-lançado em mais de 10 países. Foi desse disco que ouvi a canção Rosa.
Oh, que gran cosa!
Aqui, trago este clip que encontrei no Youtube para compartilhar. Achei tão singela a história narrada nessa canção e tão bem desenvolvida pelas imagens.
Eu não falei ainda, mas ela canta na língua siciliana!
Bravissima Rita, e bella canzone. Viva la Sicilia!!!
Stranizza D'Amuri
(Uma canção do grande Franco Battiato)
'Ndo vadduni da Scammacca
i carritteri ogni tantu
lassaunu i loru bisogni
e i muscuni ciabbulaunu supra
jeumu a caccia di lucettuli...
'a litturina da ciccum-etnea
i saggi ginnici 'u Nabuccu
'a scola sta finennu.
Man manu ca passunu i jonna
sta frevi mi trasi 'nda lI'ossa
'ccu tuttu ca fora c'è 'a guerra
mi sentu stranizza d'amuri... I'amuri
e quannu t'ancontru 'nda strata
mi veni 'na scossa 'ndo cori
'ccu tuttu ca fora si mori
na' mori stranizza d'amuri... I'amuri.
Extrañeza de amor
Estranhamento de amor
"En el valle de Scammacca
No vale de Scammacca
los carreteros de vez en cuando
carros de boi de vez em quando
dejaban sus excrementos
deixavam seus escrementos
y los moscones los sobrevolaban
e os mosquitos os sobrevoavam
Íbamos a la caza de lagartijas...
Íamos à caça de lagartixas
el vagón de la circum-etnea
o vagão de circum-etnea
las sesiones de gimnasia con el Nabucco
as sessões do ginásio com o Nabucco
la escuela está terminando.
a escola está terminando.
A medida que pasan los días
à medida em que passam os dias
esta fiebre me entra en los huesos
esta febre me entra nos ossos
Aunque fuera hay guerra
Ainda que lá fora haja guerra
siento una extrañeza de amor...el amor
sinto um estranhamento de amor... o amor
Y cuando te encuentro por la calle
E quando te encontro pela rua
me viene una sacudida al corazón
me vem uma sacudida ao coração
Aunque fuera se muere
Ainda que lá fora se morra
no muere esta extrañeza de amor...el amor
não morre este estranhamento de amor... o amor
(Aceito sugestões para a versão em português que fiz a partir da versão em espanhol, que Enric me mandou e que também disponibilizou em Bosphorus.)
Bela Botto e louco Enric...creio sinceramente...
ResponderExcluirE vejo, e olho...
...O mundo minguou e Sicilia flutua de sempre em mares de vinho azul marinho dos tempos poéticos, das balsas sem náufrgos e sones de ondas que ofogam as aves de arribação em tormentas chegadas de África...
As gaivotas digerem o coração das pacíficas pombas de passagem... os mensagens dos namorados caem no chão desperdiçados para todo o sempre...
Enquanto isso os grito pungentes dos escravos empreendendo camino caem como fogo infernal sobre as consciências :
"Va, pensiero, sull'ali dorate,
va, ti posa sui clivi, sui colli,
ore olezzano tepide e molli
l'aure dolci del suolo natal!"
"Voa, pensamento, com asas douradas,
voa, pousa-te sobre as pradeiras e montanhas,
onde derrama sua fragrância
o ar suave de nossa terra natal!"
Eu desafio: ! Quem não seja escravo do amor jogue a pedra primeira !
Alguns seguiremos sonhando essa voz sem comparação de Rita Botto recitando os versos de Franco Battiato... até escuridade final.
Abraço aos passarinhos.
E abraço a você, amigo Josafá.
Que a poesia de Franco Battiato e de sua intérprete Rita Botto, assim como de tantos outros, continuem inspirando a poesia do meu louco amigo Enric. Que ele continue vendo e olhando e abraçando os passarinhos e, por isso mesmo e, antes de tudo, sabendo-se escravo do amor e, por isso, atirando as pedras tão somente na água desse imenso oceano, as quais resultam sempre em vibrações benfasejas para esse lado do Atlântico.
ResponderExcluirQue maravilha esta Rita!
ResponderExcluirA-do-rei!
Obrigada por partilhar o achado; no caso, o "ganhado"!
Lu,
ResponderExcluirEu sabia que vc iria curtir!
Ela é maravilhosa mesmo!
bj