segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mais Teatro para o Brasil!

Participar da blogosfera pode ser uma experiência bem mais interessante do que tão somente ter um blog pessoal e, com o risco de tudo o que é pessoal , promover e cultivar a satisfação do próprio ego, ou seja, ser tão egoísta no mundo virtual quanto possamos ser no mundo não virtual.

Um exemplo oposto a esse, é o do que acontece hoje: a blogagem coletiva a favor da, em apoio à Campanha Mais Teatro Brasil! Agradeço ao Alessandro do Livro & Afins por nos chamar a todos para participar.

Vejamos o que acontece. Muitos de nós, por exemplo, que moramos em São Paulo, um dos polos mais desenvolvidos economicamente, podemos participar, estando aqui, do que também acontece no universo da cultura em geral, ou seja, acompanhamos nele esse mesmo gigantesco desenvolvimento, inclusive no número de peças de teatro em cartaz.
Eu contei, em um dos guias de espetáculos e eventos de um jornal da cidade, e ali estão enumerados, só para essa semana, cerca de 80 espetáculos de teatro em cartaz. Isso sem contar os trabalhos de grupos alternativos ou que não dispõem de espaço para a divulgação de suas montagens teatrais em jornais.
Um outro exemplo: no sábado, fui à exposição de Andy Warhol na Estação Pinacoteca e, depois de visitar a exposição, enquanto me encaminhava para o Belas Artes para ver o filme Alice no País das Maravilhas, pude ver o que acontecia na parede do Conjunto Nacional, na Av. Paulista, ou seja, a exposição das fotos de Marcel Gautherot, feitas durante a construção de Brasília, projetadas nas paredes externas do edifício. Portanto, na cidade de São Paulo, a população pode respirar nas ruas, além do ar poluído, as variadas manifestações do universo da cultura.
Em São Paulo, entre as peças em cartaz, há aquelas que, devido ao valor do ingresso, a grande maioria das pessoas não pode comparecer. São os tais musicais a la Broadway, cujos ingressos podem chegar a 200 reais, ou as peças com os atores globais, que também costumam ter seus ingressos caros: acima de 50 reais.
Mas, a maioria das peças, tem o seu preço médio entre 15 e 30 reais. Se a pessoa for estudante, pagará meia-entrada. Além disso, eu também contei, no tal guia cultural foram divulgados dez espetáculos com entrada franca, ou seja, só não vai ao teatro quem não quer. Simples assim.
No entanto, saindo do eixo São Paulo-Rio de Janeiro, esse cenário muda de figura.
Por exemplo, segundo o pessoal que organiza essa campanha, em todo o Estado do Tocantins, cuja população estimada é de 1,250 milhão de habitantes, há apenas uma sala de teatro! E em todo o Estado de Rondônia, cuja população estimada é de 1,5 milhão de habitantes, há apenas três salas de teatro...
E mais: 95% de toda população brasileira nunca esteve em um teatro!
Apenas 16% dos municípios brasileiros têm salas de espetáculos!

Assim sendo, penso que todos devemos apoiar essa campanha sensata.

No site oficial da campanha, você vai encontrar este texto do qual reproduzo aqui o pequeno trecho abaixo, mas mais do que isso você encontrará onde assinar e marcar o seu apoio. Faça isso, por favor!
A Campanha é um grande manifesto nacional que tem como missão fundamental a inclusão sociocultural, educacional e digital, incentivando e disseminando arte, cultura e entretenimento de Norte a Sul do Brasil, tendo como base fundamental o Teatro!
Objetivo da Campanha:
Colher o maior número de assinaturas possível para dar entrada, junto ao Congresso Nacional, num Projeto de Lei de Iniciativa Popular, para que seja obrigatória a construção de um "Centro Integrado de Cultura" em cada município, cuja população seja superior a 25 mil habitantes.
A ideia central é permitir que populações inteiras, que nunca tiveram contato com espetáculos de qualidade, ou mesmo espaços destinados à arte e à cultura – em sua imensa maioria restritas ao eixo Rio - São Paulo –, passem a ter acesso as mais diversas formas de expressão artístico-culturais, fomentando e desenvolvendo entre estas populações, um hábito tão fundamental para a formação do caráter de um povo, como é a cultura!
Para que um país seja justo socialmente, o desenvolvimento humano e social de sua população tem que acompanhar o desenvolvimento econômico do país.

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