quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Claude Lévy-Strauss 1908-2009

Fiquei sabendo agora mesmo da morte de Claude Lévi-Strauss no último domingo. Para mim, essa é também, como a dos artistas, uma morte que merece um tributo. Nós brasileiros temos uma dívida especial com esse antropólogo francês porque ele ajudou a consolidar a fundação de nossa universidade em São Paulo, na década de 30, e trabalhou com os índios brasileiros, conhecendo-os e estudando sua organização social. Li Jacques Derrida que, como tudo o mais, desconstruiu o trabalho do antropólogo em Gramatologia. Mas também li Lévy-Strauss, embora tão somente seu Tristes Trópicos. Nunca esqueci a passagem em que ele comenta que nós nos tornamos professores como um modo de perpetuar nossa permanência na infância, ser professor é também uma maneira de nunca deixar a escola, nela permanecendo...

Obrigado Professor Lévy-Strauss por nos ter deixado tanto!

4 comentários:

  1. "En São Paulo, en el mes de enero, la lluvia no "llega"; se engendra en la humedad del ambiente, como si el vapor que embebe todo se materializa en perlas acuáticas que, cayendo copiosamente, se vieran frenadas por su afinidad con toda esa bruma a través de la cual se deslizan".
    "...cuando llegué a São Paulo en 1935, me asombró en primer lugar no lo nuevo, sino la precocidad de los estragos del tiempo".

    "Tristes tropiques" (1955)

    Adeus mestre Lévi-Strauss, adeus homem sabio...e, na certa, muito obrigado para sempre e por todo.

    !Boa viagem!

    P.S. Obrigado também a você Jossafá, pelo homenagem e recordação de este personagem fundamental do século XX e da história da antropologia mundial. Alguém insubstituível.

    See you my friend.
    Abraço !

    ResponderExcluir
  2. Obrigado por fazer eco à minha singela homenagem ao professor.

    Que bonita a passagem que vc trouxe do livro! Eu tenho um carinho especial por ele também porque ele passou por nossa cidade, ou seja, ele também foi um pouco paulistano...


    Você é ótimo Enric!
    Merci beaucoup.

    ResponderExcluir
  3. A morte de Lavu Strauss é mesmo das coisas mais tristes, não importa quantos teóricos tenham desconstruído suas teses....
    De qualquer forma, é preciso muito estofo para propor teses que mereçam tanta desconstrução....
    fiquei triste, triste quando li a notícia, pela manhã, mas sorri ao ler seu post!

    ResponderExcluir
  4. Lilian,
    Só mesmo você dentre todos os meus conhecidos (fora do mundo virtual) para compartilhar desse luto, querida!
    Também a minha querida amiga Luciana seria outra exceção.
    Mais um motivo (e são tantos que somente o Cosmos para os saber) para eu admirá-la mais e mais!

    ResponderExcluir