by William Morris |
Eu estou fortalecendo em mim o desenvolvimento, ainda que
lenta e gradualmente, de algumas capacidades:
A capacidade de não se desesperar.
Embora o desespero tenha sempre sido espetacular, na vida
real ele é patético e triste. Irmão gêmeo da desrazão, enfraquece qualquer
desesperado, expondo-o ao torvelinho das circunstâncias demolidoras.
A capacidade de não alimentar raiva.
Embora a raiva possa acontecer com muita facilidade, sua expressão
também é tola, e ainda nos coloca imediatamente frágeis diante do objeto da
própria raiva, seja esse último uma porta ou uma pessoa.
A capacidade de silenciar-se em situações de conflito iminente.
Embora o combate verbal sempre conclame seus públicos, o que
as pessoas querem ver é a rinha de galos e, nesse tipo de contenda, aqueles que
se machucam são e-xa-ta-men-te os galos, levados para a tal rinha pela força de
circunstâncias atormentadoras, em que os envolvidos todos estão cegos e emburricados.
A capacidade de fazer uma prece no lugar de alimentar o desespero,
a raiva e a bulha.
Aliás, fazer isso mesmo no exato momento em que essas tristes ações seriam convocadas
ou quando estariam ali latentes e, portanto, a nossa disposição, pois nesse momento é quando então se faz necessário convocar os anjos e aliados da primeira hora – o que definitivamente
será mais vantajoso e benéfico do que alimentar inimizades.
by William Morris |
Afinal, só temos antecipadamente uma única informação acerca
de um inimigo qualquer: ele sempre irá nos solicitar aquelas mesmas provas de sentimentos
espúrios das quais se nutre em relação a nós mesmos e muitas vezes em relação a
todos os demais, a começar por si mesmo.
Bem, no que diz respeito a tais sentimentos, podemos simplesmente
escolher no fundo do coração não senti-los em relação a ninguém.
Podemos escolher não senti-los, será? De minha parte, sinto-me tão distante dessa escolha... Pros que ainda não deram conta dos seus exercícios (preciosos!), acho que será o caso de sentir e não alimentar, não deixar seguir adiante, não fazer render. Isso já será de grande ajuda, vc não acha?
ResponderExcluirÀs vezes demora uma vida pra gente ser grande de verdade...
Nossa sintonia é tão absoluta que quando vc leu a primeira versão em que eu fala em não sentir raiva, eu, mesmo antes de ler esse seu comentário (que somente li hoje), corrigi a expressão por não alimentar raiva (não sentir é impossível ainda, é claro!).
ResponderExcluirAgora li seu comentário e pensei: a lu fez a mesma leitura que eu fiz, embora depois de ter escrito e publicado!
Não é uma coisa linda e incrível essa nossa sintonia? ;-)
eu falava em não sentir...
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