quarta-feira, 16 de março de 2011

Meu bem querer

Imagem via http://smallsight.wordpress.com/ e
http://plushpalate.blogspot.com/
Comecei a ler Jane Eyre e estou encantado com a personagem. Estou muito no começo do livro e leio lentamente, uma vez que o estou lendo na língua original, na qual ele foi escrito por Charlotte Brontë.

Por ora, ela é uma garotinha que sofre muitos reveses, desde muito cedo, mas que é muito destemida. Uma das principais qualidades da menina é a sua sinceridade. Eu desconfio que a sinceridade no trato com as pessoas pode nos deter de praticar o mal. Assuma, por exemplo, que há qualquer coisa que não lhe agrada em fulano e, tendo oportunidade, resolva isso. Tal atitude evitaria, por exemplo, ficar maldizendo-o às escondidas, o que é sempre deselegante, gerando circunstâncias, as mais desagradáveis.
Não sei se por que compreendo a revolta da personagem do livro, fiquei pensando em mim mesmo. É claro que não sofri tanto assim na vida, como Jane Eyre tem sofrido, e tampouco, como tal garotinha, devido a outras pessoas.
Analisando friamente minhas condições, em um passado não muito distante, penso que quando sofri, se é que sofri mesmo, eu fui o único culpado do que quer que tenha acontecido comigo. Como ainda sou, quando algo não favorável me acontece. Eu tenho quase certeza disso. ;-)
Por exemplo, preciso com urgência e ainda hoje! tomar mais cuidado com as palavras que profiro. É incrível como, às vezes, sem pensar (se pensasse não diria) exclamo um julgamento precipitado acerca de outros e na frente de terceiros.
Isso não é nada bonito, acreditem!
Por ora, estou feliz de estar percebendo isso mesmo. Afinal, quantas vezes fiz o mesmo no passado e nem me apercebia do mal feito!
Tudo o que quero e muito é ser um homem de bem ou do bem!
Lembro-me que, na minha infância, falar que alguém era um homem de bem era um elogio, embora isso talvez sempre tenha parecido para alguns algo um tanto ridículo ou mesmo vexatório.
Pois bem, eu não penso assim não! Ser um homem de bem não é nada disso.
É algo que pode se dar, embora tão somente em processo de busca. Um processo que é lento, gradual. Ainda mais se o desejo for de ser bom sem muita pretensão, o que macularia o ensejo, portanto, apenas ser bom tranquila e naturalmente.
Penso que hoje tive uma oportunidade de ser bom assim mesmo e graças a Deus!
Uma pessoa amiga procurou-me contando-me de um mal feito por um seu desafeto. Ela dizia-me que pretendia responder isso à altura, uma vez que já se calara muitas vezes diante das investidas maldosas da tal pessoa. Quando ela me contou o que ocorrera eu disse:
-Não faça isso, essa provocação da pessoa é exatamente a do tipo que será melhor ignorar. Eu no seu lugar não alimentaria essa discórdia. Aguarde para responder ao que quer que seja, quando isso for absolutamente inevitável.
Aos poucos ela foi se acalmando e, concordando comigo, resolveu deixar para lá...
Depois, isso repercutiu em um bem para mim, senti-me bem por isso mesmo e sei que foi um bem para ela mesma, pois agradeceu-me dizendo que se sentira bem com isso também.
A lição? Não é apenas o mal que se propaga, aliás, muito pelo contrário!

7 comentários:

  1. estou sempre "maldizendo pelas costas", eu "pratico o mal", que horror! sou como sua amiga ("um mal feito por seu desafeto", rsrs), nunca reajo e acho que assim estou sendo má comigo. não vejo "meu" bem se propagar, ao contrário, só encontro pessoas malvadas!
    *adorei essa capa. quero ler, só vi o filme.
    bj,
    k.

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  2. Kika
    Eu te adoro, por que vc é minha melhor leitora... rsrsrs
    Perspicaz!
    Mas que eu não quero falar mal das pessoas sem sequer as conhecer, há isso eu não quero não e eu já fiz isso!!!
    Acredite: a minha amiga ia entrar em uma roubada, desnecessariamente. Há coisas que eu acho melhor não alimentar e nem participar: é puro jogo de baixa frequência...rsrsrs
    Penso que, nesse caso, não reagir ou ao menos não agir negativamente só será um mal a si mesma, se a raiva permancer. Não é o que acontece quando perdoamos. Eu estou exercitando o perdão automático, nesses casos. rsrsrs
    Não é verdade que vc só encontre pessoas malvadas! Eu não acredito nisso!
    (vc é tão exagerada quanto eu? rsrsrs)
    O livro é maravilhoso. Eu não vi nenhum dos filmes, dizem que são demais. Sobretudo o que tem Orson Welles no elenco.
    Saudades. Que bom que vc apareceu! ;-)

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  3. Cada vez que leio os seis textos, mais me encanto com sua inteligñecia e sentimentos. Que bom seria se todos os homens soubessem calar na hora certa, e falar somente o que agradartia os coração das pessoas. Pois muitos sofrem ao ouvir palavrasa que não lhe convém. PARABÉNS PELO SEU BLOG. Te admiro muito...

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  4. obrigada, JC! apareço sempre, adoro suas sugestões.
    olha, não sei o quão exagerado vc é, mas eu sei ser bem dramática, vide meu comentário "pobre de mim"!
    eu tampouco falo mal de quem não conheço, q feio! falo com conhecimento de causa mesmo!! e qto a não devolver uma grosseria, concordo q deve ser o melhor caminho, mas pelo menos no meu caso, acabo me isolando, enqto os 'maus' saem assobiando felizes e sem culpa. acho q o q faz mal na verdade é a revolta que guardo nessas horas, preciso aprender esse perdão automático. é que não sou tão alma boa assim!
    eu não vi essa versão do filme, vi uma mais recente, do zeffirelli, com a charlotte gainsbourg. mas faz mtos milênios, vou rever e ver esse com o o.w., obg pela dica.
    bj
    k.

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  5. Oi Josafá!
    Hoje vemos tanto isso ocorrer que chega a assustar, onde vai dar tudo isso! Estou sempre me policiando para não propagar isso, pois quero sempre descer do salto e depois me sinto muiiito mal, desejo imensamente que o tempo volte e refaça aquele mal entendido, é terrível! Como tudo seria maravilhosamente diferente se procurássemos contar até dez e escutar o coração!

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  6. comentei no seu fb num dos seus posts sobre o livro, mas apaguei já q era só pra vc: vi o filme de 43, e revi o outro. Adorei o sr. Rochester do orson welles!
    k.

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  7. Querido(a) Anônimo(a)
    Que gentileza vc dizer isso. Fiquei comovido!
    muito obrigado e um grande abraço

    Kika,
    Eu acho que está tudo certo, sabia?! Cada um de nós procura lidar com esses percalços na medida mesma de nossas possibilidades e limitações, né?
    Ah, Acabei de ler o livro. Nossa, a vida de Jane foi toda ela de percalços!!!
    Vi seu comentário avisando-me que vira o filme com o ow. Deve ser o máximo o Mr. Rochester dele!!! Fico pensando como não terá sido a sua performance de cego! Uau!
    um beijo grande.

    Valéria,
    Vamos contar até dez, ouvir o coração e... que Deus nos ajude! um beijo para você!

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