Não são lindas essas capas da coleção Vintage Austen, publicada pela Editora Random House?
Eu sempre quis ler Orgulho e Preconceito. Sempre, acho que mesmo antes de eu nascer! rsrsrs
Contudo, também sempre adiara tal desejo por conta de já não querer terminar o livro e, então, saber-me distante da verdadeira paixão, ou seja, essa a que os franceses chamam Coup de foudre!
Na quinta passada, comprei a edição da editora L&PM, a edição pocket de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, com a capa daquela mesma coleção da Random House. O livro foi traduzido por Celina Portocarrero e contém um prefácio de Ivo Barroso, muito conhecido por suas traduções de Razão e Sensibilidade (Editora Nova Fronteira) e Emma (Editora Nova Fronteira), obras da mesma Austen.
O que dizer de Orgulho e Preconceito? Eu poderia dizer muito, mas não vou dizer quase nada, apenas que me encantou. Fiquei siderado durante os últimos quatro dias e que foram dedicados à leitura total do livro, durante os intervalos do meu trabalho, de meus compromissos e rituais religiosos e também da minha ida ao show de Morcheeba.
Como alguém tão jovem como Austen (ela morreu aos 41 anos) e vivendo no interior da Inglaterra, no começo do XIX, pode ser tão moderna, atual? É um mistério e provavelmente divino, posto que ela é também muito verdadeira e lança luz sobre alguns mistérios da psicologia humana.
Sua obra não tem nada do que o romance convencional do XIX costuma ter. Ela quase não descreve os lugares e também nunca filosofa de modo literal, apenas constrói personagens dinâmicas e as coloca em circunstâncias de diálogos incríveis. É impossível não rir, desse humor inglês tão característico, peculiar mesmo e que tanto nos ensina.
Eu aprendi com esse livro algo que já vinha intuindo na minha vida: orgulho e preconceito são irmãos, e ninguém está imune a esses males, sejamos pobres mortais ou espíritos tão audazes como Fitzwilliam Darcy e Elizabeth Bennet.
Outra coisa importantíssima e que lamentavelmente muitos de nós ainda estamos, em nossos dias, desconsiderando: o amor é o único antídoto para o orgulho, como também para o preconceito.
Portanto, eu considero esse livro muito, muito profundo, como poucas vezes pude encontrar na literatura.
A verdade é que a mulher, em geral, é mais profunda que o homem, não há como negar. Deus concedeu esse privilégio a elas, e quando então resolvem escrever, essa qualidade vem aos borbotões... rsrsrs
Conversando com uma amiga, eu disse: O interessante desse livro é que ele pode ser lido como um tratado filosófico de moral, portanto, no sentido filosófico do que é a moral, se a pessoa for clever; e ele também pode ser lido como um roteiro de telenovela, se a pessoa for zany...rsrsrs
De qualquer um dos jeitos que se queira ou se possa ler tal livro, alguma lição será sempre extraída de sua leitura e ela será de caráter irreversível para essa alma, posto que é uma lição de espírito para espírito.
Para quem já leu essa postagem, anteriormente, vai notar uma mudança a partir de agora. Eu citara aqui, inicialmente, um trecho um tanto crucial para a trama e fui alertado de que poderia estar sendo "meio" spoiler. Como eu também já escrevera no facebook os 15 motivos para adorarmos a personagem principal Elizabeth Bennet, e como por lá essa seleção de citações, que se situam todas em torno da personagem, chegou a ser apreciada, vou reproduzi-la também aqui. Assim, ficamos de bem com os futuros leitores, sem lhes estragar nenhuma surpresa. Quero apenas lhes incitar o desejo pela leitura dessa obra-prima. Enjoy it!
1. Elisabeth, imaginando tê-lo insultado, ficou perplexa com tal galanteria. Mas havia em suas maneiras um misto de doçura e malícia que lhe tornava difícil insultar quem quer que fosse.
2. Mas Elisabeth, que não sentia a menor vontade de continuar com eles, respondeu rindo:
- Não, não, fiquem onde estão. Os três formam um grupo encantador e parecem perfeitos assim. Uma quarta pessoa estragaria todo o quadro. Até logo.
3. - Não é possível rir do sr. Darcy! – exclamou Elisabeth – Este é um raro privilégio e espero que raro continue, pois seria para mim uma grande perda conhecer muitas pessoas assim. Adoro rir.
4. Elas são novatas em assuntos mundanos e ainda não despertaram para a humilhante certeza de que belos rapazes precisam, tanto quanto os feios, ter do que viver.
5. Ao subirem os degraus para o vestíbulo, o alarme de Maria crescia a cada instante e mesmo Sir William não parecia de todo calmo. A coragem de Elisabeth não a abandonou. Ela nada ouvira a respeito de Lady Catherine que lhe atribuísse extraordinários talentos ou virtudes miraculosas e acreditava poder testemunhar sem qualquer nervosismo uma simples ostentação de dinheiro ou nível social.
6. Há em mim uma obstinação que nunca me permite ser assustada pela vontade alheia. Minha coragem sempre emerge diante de tentativas para me acovardar.
7. Mas foi a vaidade e não o amor a minha insensatez.
8. Mas essa desgraça de ter falado com amargura foi a consequência natural dos preconceitos que eu alimentei.
9. Não era do seu feitio, entretanto, remoer sofrimentos e com isso aumentá-los. Tinha a certeza de ter cumprido seu dever e angustiar-se diante de males inevitáveis ou aumentá-los pela ansiedade não eram características suas.
10. Ela descobriu o que já foi algumas vezes descoberto: que um fato esperado com impaciente ansiedade não trazia, ao acontecer, toda a satisfação que ela mesma se prometera.
11. Pessoas zangadas nem sempre são sensatas.
12. Decidiu-se, no futuro, nunca traçar limites para a insolência de um homem insolente.
13. - Não vamos discutir sobre quem recairia a maior parte da culpa naquela noite – disse Elizabeth – A conduta de nenhum dos dois, se bem avaliada, seria irrepreensível; mas desde então, espero, melhorarmos ambos em termos de cortesia.
14. O senhor precisa aprender um pouco da minha filosofia. Só pense no passado se a sua recordação lhe trouxer prazer.
15. Elizabeth, agitada e confusa, mais sabia que estava feliz do que se sentia assim.
Eu sempre quis ler Orgulho e Preconceito. Sempre, acho que mesmo antes de eu nascer! rsrsrs
Contudo, também sempre adiara tal desejo por conta de já não querer terminar o livro e, então, saber-me distante da verdadeira paixão, ou seja, essa a que os franceses chamam Coup de foudre!
Na quinta passada, comprei a edição da editora L&PM, a edição pocket de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, com a capa daquela mesma coleção da Random House. O livro foi traduzido por Celina Portocarrero e contém um prefácio de Ivo Barroso, muito conhecido por suas traduções de Razão e Sensibilidade (Editora Nova Fronteira) e Emma (Editora Nova Fronteira), obras da mesma Austen.
O que dizer de Orgulho e Preconceito? Eu poderia dizer muito, mas não vou dizer quase nada, apenas que me encantou. Fiquei siderado durante os últimos quatro dias e que foram dedicados à leitura total do livro, durante os intervalos do meu trabalho, de meus compromissos e rituais religiosos e também da minha ida ao show de Morcheeba.
Como alguém tão jovem como Austen (ela morreu aos 41 anos) e vivendo no interior da Inglaterra, no começo do XIX, pode ser tão moderna, atual? É um mistério e provavelmente divino, posto que ela é também muito verdadeira e lança luz sobre alguns mistérios da psicologia humana.
Sua obra não tem nada do que o romance convencional do XIX costuma ter. Ela quase não descreve os lugares e também nunca filosofa de modo literal, apenas constrói personagens dinâmicas e as coloca em circunstâncias de diálogos incríveis. É impossível não rir, desse humor inglês tão característico, peculiar mesmo e que tanto nos ensina.
Eu aprendi com esse livro algo que já vinha intuindo na minha vida: orgulho e preconceito são irmãos, e ninguém está imune a esses males, sejamos pobres mortais ou espíritos tão audazes como Fitzwilliam Darcy e Elizabeth Bennet.
Outra coisa importantíssima e que lamentavelmente muitos de nós ainda estamos, em nossos dias, desconsiderando: o amor é o único antídoto para o orgulho, como também para o preconceito.
Portanto, eu considero esse livro muito, muito profundo, como poucas vezes pude encontrar na literatura.
A verdade é que a mulher, em geral, é mais profunda que o homem, não há como negar. Deus concedeu esse privilégio a elas, e quando então resolvem escrever, essa qualidade vem aos borbotões... rsrsrs
Conversando com uma amiga, eu disse: O interessante desse livro é que ele pode ser lido como um tratado filosófico de moral, portanto, no sentido filosófico do que é a moral, se a pessoa for clever; e ele também pode ser lido como um roteiro de telenovela, se a pessoa for zany...rsrsrs
De qualquer um dos jeitos que se queira ou se possa ler tal livro, alguma lição será sempre extraída de sua leitura e ela será de caráter irreversível para essa alma, posto que é uma lição de espírito para espírito.
Para quem já leu essa postagem, anteriormente, vai notar uma mudança a partir de agora. Eu citara aqui, inicialmente, um trecho um tanto crucial para a trama e fui alertado de que poderia estar sendo "meio" spoiler. Como eu também já escrevera no facebook os 15 motivos para adorarmos a personagem principal Elizabeth Bennet, e como por lá essa seleção de citações, que se situam todas em torno da personagem, chegou a ser apreciada, vou reproduzi-la também aqui. Assim, ficamos de bem com os futuros leitores, sem lhes estragar nenhuma surpresa. Quero apenas lhes incitar o desejo pela leitura dessa obra-prima. Enjoy it!
1. Elisabeth, imaginando tê-lo insultado, ficou perplexa com tal galanteria. Mas havia em suas maneiras um misto de doçura e malícia que lhe tornava difícil insultar quem quer que fosse.
2. Mas Elisabeth, que não sentia a menor vontade de continuar com eles, respondeu rindo:
- Não, não, fiquem onde estão. Os três formam um grupo encantador e parecem perfeitos assim. Uma quarta pessoa estragaria todo o quadro. Até logo.
3. - Não é possível rir do sr. Darcy! – exclamou Elisabeth – Este é um raro privilégio e espero que raro continue, pois seria para mim uma grande perda conhecer muitas pessoas assim. Adoro rir.
4. Elas são novatas em assuntos mundanos e ainda não despertaram para a humilhante certeza de que belos rapazes precisam, tanto quanto os feios, ter do que viver.
5. Ao subirem os degraus para o vestíbulo, o alarme de Maria crescia a cada instante e mesmo Sir William não parecia de todo calmo. A coragem de Elisabeth não a abandonou. Ela nada ouvira a respeito de Lady Catherine que lhe atribuísse extraordinários talentos ou virtudes miraculosas e acreditava poder testemunhar sem qualquer nervosismo uma simples ostentação de dinheiro ou nível social.
6. Há em mim uma obstinação que nunca me permite ser assustada pela vontade alheia. Minha coragem sempre emerge diante de tentativas para me acovardar.
7. Mas foi a vaidade e não o amor a minha insensatez.
8. Mas essa desgraça de ter falado com amargura foi a consequência natural dos preconceitos que eu alimentei.
9. Não era do seu feitio, entretanto, remoer sofrimentos e com isso aumentá-los. Tinha a certeza de ter cumprido seu dever e angustiar-se diante de males inevitáveis ou aumentá-los pela ansiedade não eram características suas.
10. Ela descobriu o que já foi algumas vezes descoberto: que um fato esperado com impaciente ansiedade não trazia, ao acontecer, toda a satisfação que ela mesma se prometera.
11. Pessoas zangadas nem sempre são sensatas.
12. Decidiu-se, no futuro, nunca traçar limites para a insolência de um homem insolente.
13. - Não vamos discutir sobre quem recairia a maior parte da culpa naquela noite – disse Elizabeth – A conduta de nenhum dos dois, se bem avaliada, seria irrepreensível; mas desde então, espero, melhorarmos ambos em termos de cortesia.
14. O senhor precisa aprender um pouco da minha filosofia. Só pense no passado se a sua recordação lhe trouxer prazer.
15. Elizabeth, agitada e confusa, mais sabia que estava feliz do que se sentia assim.
Oi Josafá!
ResponderExcluirnão li esses livros, mas assisti a todos os filmes, claro que não é a mesma coisa, mas a personalidade forte das mulheres forjada no amor é característica de Jane Austen. Histórias ricas em sentimentos e emoções inspiradas em corações puros, só se pode amar mesmo sem orgulho e preconceito e com muita sensibilidade.
Valéria,
ResponderExcluirVocê é mesmo das minhas!
Conhece esse universo da escritora inglesa tão profunda e sensivelmente revelado pelo seu talento.
Eu também quero ver a todos os filmes. rsrsrs
um grande abraço!
(eita, JC e seu Morcheeba, pobre do Mika!)
ResponderExcluirA Elizabeth é o máximo! adorei o post. (acho q é meio "spoiler" pra quem não conhece, devido a passagens lindas mas meio cruciais q vc postou). Por outro lado dá água na boca pra ler, fez bem então.
*o filme é ótimo, atuações emocionantes!
bj, K.
Ah, sim, lindas as capas!
ResponderExcluirK.
Kika,
ResponderExcluirFiquei um pouco envergonhado! Mas apenas para fazer charme, porque a verdade é que eu sou meio sem vergonha para tudo o que você apontou...rsrsrs
Curto Morcheeba e Mika, ambos mesmo: veja só, coisas tão distintas! kkkkk
E, sem querer, fui mesmo um tanto spoiler mas é que em matéria de livro, acho que o enredo em si é o que menos importa... a história toda aponta para tantas direções não é? Bem, espero que apenas pessoas que não se importam muito com isso, leiam a postagem, antes de ler o livro. kkkk A ver.
No mais, vc só me deixou ainda com mais vontade de ver os filmes todos! Afinal, ler o livro já era meio que assistir a um filme, aquele que estava na minha cabeça.
As capas: não são mesmo o próprio bom gosto?
Merci pour tout!
querido, não se envergonhe, nem por charme! eu tenho uma natureza sarcástica que estou sempre tentando conter. Mas escapou! E acho que vc não me entendeu, não quis comparar seus ídolos, nem analisei se são distintos ou não. Referi-me à sua alegria de agora antes do show, tão compartilhada, parecida com aquela da época do Mika (qdo de fato fiquei meio surpresa com seu amor por ele e fiz algum comentário infame aqui.) mas louca de mim, que nem sei de você pra saber dos seus gostos. Enfim, nem te conheço, vou tentar me conter!
ResponderExcluirQuanto ao spoiler, entendo, que é tão bom quando gostamos de algo que queremos compartilhar (como fez tb num post no fb, descrevendo passagens lindas da Elizabeth).. Mas é que nada como a primeira vez, a primeira sensação. Fica diferente quando a gente já tá esperando, entendeu? Só questão de opinião, e pra variar fui intrometida! Quem não quer saber, que não leia, né? Ai, tô mala!
bj!
k.
ah, sim, a "solução"! (só vi agora depois de responder, ave!!) Achei ótimo! Mas mais ótimo foi o "a princípio não levei a sério", rsrs! Não precisa me levar a sério mesmo, e achei mto engraçada a observação!
ResponderExcluirbj.
Josafá, você já sabe que adoro esse livro. Mais do que isso: amo-o. O mais interessante é que, mesmo sabendo a história de cor e salteado e conhecendo o seu final, toda vez que começo a ler o livro e a assistir ao filme ou à série, preciso ir até o final, para me certificar de que tudo vai terminar do jeito que quero que termine. Até a Norah Ephron, roteirista e diretora, comentou sobre esse efeito na série "Grandes Livros" do canal Discovery. Bjs.
ResponderExcluirKika,
ResponderExcluirAdoro esse seu jeitão expontâneo e entendo tudo: não precisa se conter, please!
Acabei por "levar a sério" (o lance do spoiler) porque é mesmo uma deferência aos leitores. Eu acho que o que explica minha expontaneidade, por minha vez, é que eu achava que só eu no mundo inteiro ainda não conhecia essa história, e, portanto, não teria problemas em contar para o restante todo que já a conhecia... kkkkk
Márcia,
Sim, eu sei, foi lá no seu blog que eu soube que há inúmeros filmes about e até uma versão trash, não é mesmo? rsrsrs
Achei bacana vc contribuir aqui com essa noção de que o leitor receia que as coisas não se arranjem a contento, por fim. Isso tem muito a ver com a própria vida, não é? Somos tão inseguros e temos nós próprios tanto orgulho e preconceito que por muito pouco podemos por tudo a perder, o que, aliás, é meio que um risco que a própria Elisabeth vive a correr por ali... ;-)
JC, eu disse q me escapou um pouco de sarcasmo mas só no comentário sobre o morcheeba/mika, e foi mais um sarcasmo interno; qto ao resto eu falei de chata mesmo! E mudei de ideia em seguida, e sua dedução de q não seria novidade pra ninguém faz todo sentido, e no fim das contas vc divulgou trechos deliciosos aqui e no fb e é isso q importa e pronto! É q sou elétrica à noite e fico tagarelando além da conta (à tarde tb pelo visto, pronto, parei! bj)
ResponderExcluirK.
Kika,
ResponderExcluirEu espero um dia te encontrar na rua, em Sampa, para a gente poder sentar num café e você tagarelar até não querer mais! Não seria delicioso? ;-D
imagina a pessoa com cafeína! nada, sou quietinha. e uma hora a gente se esbarra sim!
ResponderExcluirbj, k.