terça-feira, 1 de março de 2011

Visions

Penso que tudo o que nos acontece faz sentido, porque tem sentido. Não faria sentido se não o tivesse, ou seja, não fosse intrinsicamente voltado para isso mesmo: fazer-se compreender de algum modo.
Eu passei o fim de semana sendo tomado por uma conjuntivite nos olhos (isso deve ser uma redundância, mas vou deixar assim mesmo! rsrsrs) e, nessa segunda feira, tive de ir a um hospital especializado. Quando lá cheguei, havia inúmeras pessoas com o mesmo problema e pensei: o que será que fizemos para estarmos todos aqui tendo que amargar essas horas de espera por um colírio para os olhos?
Fica a dica: é muito importante, quando você está em uma sala de espera, que você tenha um livro em mãos. Leve um livro de contos para a ocasião. Se a espera for longa, nada de desespero. Leia os contos e de preferência em uma língua que não seja a materna. Eu, por exemplo, demoro um pouco mais para ler em inglês e, graças a Deus, estava com o livro The Diamond as Big as the Ritz and other stories, de F. Scott Fitzgerald, na bolsa. O livro é um encanto. Além do fantástico conto que dá nome à coletânea, e que conta como vivem aqueles que têm um Diamante do tamanho do Hotel Ritz... (rsrsrs), tem outros, e em todos eles as personagens femininas são sempre encantadoras e espertíssimas, como se pode ver nesses trechos:

First, you have no ease of manner. Why? Because you're never sure about your personal appearance. When a girl feels that she's perfectly groomed and dressed she can forget that part of her. That's charm. The more parts of yourself you can afford to forget the more charm you have.
(Bernice bobs her hair)

People over forty can seldom be permanently convinced of anything. At eighteen our convictions are hills from we look; at forty-five they are caves in which we hide. (Bernice bobs her hair)


She kissed him until the sky seemed to fade out and all her smiles and tears to vanish in an ecstasy of eternal seconds. (The Ice Palace)

É importante que se diga: quem diz as primeiras frases que aqui transcrevi, no conto intitulado Bernice bobs her hair, é a prima da tal Bernice, e ela (a prima) não é lá uma pessoa muito confiável, digamos assim, mas  tem as frases mais impagáveis da coletânea. Já o último trecho eu não resisti e trouxe para cá por que achei tão romântico... kkkkk

Para terminar, eu preciso falar de um sonho lindo e triste que tive essa noite. Ele se passava como um filme de animação. E não era qualquer animação, mas uma que fosse realizada por Sylvain Chomet.
O sonho, assim sendo, belíssimo no visual, contava, no entanto, uma história triste: a de uma moça que acobertada por uma vizinha trabalhava escondido à noite em um cabaré, da década de 30 (provavelmente no Brasil, mas há senões) e era amante de um homem casado... Com essa informação não é de se estranhar que a história terminasse tristemente em violência, e até choro e ranger de dentes... mas, ainda bem que a graça divina nos faz esquecer daquelas passagens dos sonhos que ocorrem quando já estamos perto de acordar!

Boa semana a todos!


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