quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Aluno atarefado

Estou ocupadíssimo essa semana e, então, meu blog querido ficou navegando no mar da web abandonado por quatro dias! O mais engraçado é que isso tem a ver com a aproximação das festas de fim de ano: onde trabalho, elas são motivo de agitação.

Além disso, estou também no final do semestre escolar. E preparo dois trabalhos, para duas diferentes disciplinas. Uma delas trata da Psicologia da Educação. Como nossa professora trabalhou conceitos da psicanálise e fez uma introdução acerca de Freud, nesse trabalho, que irei apresentar para a disciplina, devo utilizar tais conceitos na análise e leitura que eu promover acerca de um tema. A professora sugeriu que ficássemos livres para trabalhar e escolher uma obra literária ou do mundo de cinema, por exemplo.

Ao decidir-me acerca do que eu ia fazer, lembrei-me que certa vez um amigo ficou "bravo" comigo porque eu consegui estabelecer uma relação de sentido entre O ser e o Tempo, de Heidegger e uma música, um hit na verdade, do conjunto brasileiro de roque chamado Sepultura. rsrsrs

Ainda no sábado, eu dizia em um sarau, que tinha ouvido uma canção do Mika, um pop star britânico, que me lembrara uma importante lição da psicanálise: a de que o sofrimento de nossa neurose leva-nos ao divã, onde muito simplesmente descobrimos que não somos culpados, mas que tampouco somos inocentes e, portanto, a questão toda está apenas em como viver com isso.

A canção do Mika que me despertou a associação é Blame it on the girls. rsrsrs

No meu trabalho para aquela disciplina, não vou utilizar essa canção, claro! Vou fazer um ensaio em que aproximo o que Freud diz no Capítulo V de O mal-estar da civilização e o que Baudelaire nos sugere em seu poema L'Irréparable (O irreparável), que pertence à obra As Flores do Mal.

Vou partilhar aqui meu primeiro parágrafo desse ensaio e que ainda estou escrevendo:

Em O mal-estar da civilização, Freud afirma: "O trabalho psicanalítico nos mostrou que as frustrações da vida sexual são precisamente aquelas que as pessoas conhecidas como neuróticas não podem tolerar." A primeira reação que um leitor comum terá diante dessa afirmação - e estou pensando em alguém que jamais tenha ouvido falar em psicanálise e, portanto, não saiba que a teoria psicanalítica afirma que somos todos ao menos neuróticos - será necessariamente, ou muito provavelmente, uma reação de perplexidade. Sim, pois como pessoa neurótica que é, ela terá que concordar com o fato das frustrações da vida sexual serem intoleráveis, e simultaneamente irá descobrir-se, portanto, como fazendo parte desse grupo de pessoas que a psicanálise diz conhecer como neuróticas.

2 comentários:

  1. ah, pois eu me reconheço neurótica, psicótica, neurastênica!

    mostre mais do seu ensaio qdo puder..

    bom trabalho e boas festas!

    bj

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  2. Kika,
    De verdade, eu também prefiro me reconhecer no que for necessário. rsrsrs
    Posso te mandar por e-mail (será que eu sei o seu - manda um para mim no josafacrisostomo@gmail.com e eu respondo com o ensaio em anexo, ok?
    Eu achei que o ensaio ficou bom! Ouvir uma opinião será sempre muito bom também.


    Obrigado, querida!
    beijos.

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