(Foto: Nuno Veiga do blog http://cadoalentejo.blogspot.com/)
Hoje cedo, eu estava em um ônibus descendo a Rua da Consolação, em direção ao trabalho. Chovia cântaros. Eu sentado. No banco de trás, mãe e filha conversavam:
- Filha, ali atrás é a Praça da Bandeira, mais para frente é o Teatro Municipal.
- Mas mãe, eu não quero só ver as coisas, eu quero conhecer.
- Em frente ao Municipal tinha uma loja que se chamava Mappin e que funcionava num alto edifício e em cada andar havia um departamento: um andar era só de brinquedos, outro só de calçados e assim por diante.
- Mas cada andar era de um dono ou era um dono só para todos esses andares?
- Acho que um dono só, era uma loja só.
- Nossa, que absurdo!
Vamos combinar que eu já tinha achado a garota o máximo na primeira fala, nessa última, então, ela conquistou esse ouvinte.
- Mas eu duvido que tivesse a Imaginarium nessa loja.
[Tudo bem, esse não é um blog de merchandising, mas eu adoro essa loja que a garota citou. Se eu soubesse como fazer um link, vocês poderiam entrar no site deles e entender o espírito da coisa. Mas vamos continuar ouvindo a conversa de mãe e filha.]
- Não sei. É uma loja isso?
- É mãe, é o tipo de loja que só tem coisa Lelé [ela queria dizer com isso, coisas malucas. rsrsrs]
Por exemplo, lá tem um relógio que quando você liga, ele começa a fazer piruetas, coisas assim. Eu duvido que tivesse essa loja lá.
Então, eu me levantei morrendo de vontade de dizer à mãe:
- Sua filha é uma pessoa que tem uma conversa amabilíssima, não é mesmo?
Não foi possível, porque mãe e filha tinham os polegares apertados, o de uma no da outra, e estavam agora em silêncio e com os olhos fechados. Pensavam em um desejo. Após esses instantes, ao separarem os polegares o cílio ficara no polegar da filha e ela imediatamente levou-o ao interior da blusa, guardando-o no peito. Sorria por isso.
Eu desci em frente à Prefeitura, na Praça do Patriarca, achando que esse tinha sido um encontro encantador para iniciar mais um dia chuvoso e de trabalho, em São Paulo.
ai, meu deus do céu! para! qtos anos mais ou menos tinha essa figurinha?
ResponderExcluirpost lindo!
bj
Ela não é mesmo uma fofa?!
ResponderExcluirEu penso que ela devia ter no máximo uns sete aninhos.
É uma delícia quando a própria vida nos presenteia com um post assim. ;-D
Eu acho que essa coisa do pedido com o cílio só funciona com gente assim, que está inteira na vida!
ResponderExcluirLu,
ResponderExcluiré verdade!
E por sabermos disso é que ficamos emocionados com a cena. Foi uma coisa lindíssima!
Ai que delícia esses acasos que acontecem na vida da gente, ou seja, você nos conta a história de uma mãe e filha que talvez nem imaginem que você as retratou com tanta propriedade e delicadeza costumeira....adorei!Bjs.
ResponderExcluirAlessandra,
ResponderExcluirSomente agora me dei conta de que lera esse lindo comentário seu e não o respondera...
Que coisa feia de minha parte!
Eu sabia que vc adoraria esse post.
Muito obrigado, querida!