domingo, 18 de outubro de 2009

Um sarau e um monumento


Ontem, fiquei um longo tempo diante dessa delicada escultura, apreciando sua beleza, pois estive no Largo do Arouche. Segundo o site http://www.monumentos.art.br/, a escultura A Menina e o Bezerro enfeita os jardins do Largo do Arouche desde os primeiros anos da década de 10. Era um dos últimos vestígios bucólicos na cidade que já vinha tomando áreas de metrópole. Obra encomendada pelo prefeito Raymundo Duprat para embelezar o prestigiado largo que, na época era uma das vitrines da cidade, registra o estilo do pintor e escultor carioca Luiz Christophe, nascido em 1863.
Eu estava ali porque um amigo convidou-me para um Sarau. Assim, chegamos ao apartamento da anfitriã, no 19º andar de um edifício no tal Largo, no Centro de São Paulo. Quando chegamos eram poucas as pessoas, mas a medida que o tempo passou, a imensa sala do apartamento ficou pequena para tantas pessoas!
Eu achei uma delícia que pudéssemos viver essa experiência de ouvir poesia brasileira e portuguesa e que as pessoas expontâneamente declamavam, e também a de cantarmos as músicas que um rapaz de voz linda e maestria no violão tocava. Cantou-se muito Mercedes Sosa, a iniciativa do sarau era para homenageá-la.
A surpresa estava em eu não conhecer ninguém, além do meu amigo, e, no entanto, estar entre amigos. Isso se devia ao fato de todos sermos amigos da poesia e da música. Bebeu-se muito vinho. As pessoas eram todas bonitas, talentosas e despretensiosas. Não vi exibicionismo, não vi ninguém se aborrecer. Só uma atriz embebedou-se além do que podia, mas vamos combinar que ela podia...
Chovia torrencialmente lá fora.
O grupo já se reúne há 7 anos para essa comunhão. Era minha primeira vez ali e todos receberam a mim como quem recebia alguém especialíssimo, isso foi um carinho gratuito e senti-me grato por isso. Mas em um sarau é preciso participar, então, cantei duas canções: La complainte de la butte, de Jean Renoir e I wish you love, de Trenet & Beach. Essa última aprendi a cantar ouvindo Nat King Cole! Era o que eu podia oferecer naquele momento. As pessoas acreditaram sinceramente que eu cantava. E por isso eu também acreditei, e, naturalmente, a coisa aconteceu.
O grupo era absolutamente diverso, pessoas das mais diversas orientações e todo mundo artista. Cantando Gracias a la vida! Isso foi o que de melhor aconteceu nas minhas férias e que já terminaram.

5 comentários:

  1. CARISSIMO JOSAFÁ.
    SABE AQUELES ARTISTAS QUE FAZEM UMA PEQUENA PARTICIPAÇÃO NUM FILME E GANHA O OSCAR?...POIS É!
    JÁ ÉS UMA GRANDE REVELAÇÃO DE 2009 NA VIDA DO SARAU.
    CHEIRO DE FLORES ENFEITANDO MONUMENTOS

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  2. Adorei o seu comentário sobre o sarau e o seu blog..e claro a sua presença marcante no sarau....re-afirmo a indicação da sua presença ao Oscar..Um abraço carinhoso!
    Do rapaz das poesias revoltadas....mas que na verdade só quer amar....palavras, poesias, pessoas e sentimentos!

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  3. Queridos Gilson e Naldo,
    Somente agora vi esses comentários! E fiquei super feliz!
    Bem cá entre nós, devo confessar que vcs mexeram com meu ego: sempre desejei ganhar um Oscar. rsrsrs
    Como eu já disse no post amei o sarau e amei todos vocês. Espero que nos encontremos no próximo! Faço questão de participar. Ok?

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  4. Alessandra Heguedusch F. Auad29 de outubro de 2009 às 11:35

    Olá, Josafá,

    Somente agora li os seus posts e fiquei maravilhada com essa proposta de uma galera super descolada e ao mesmo tempo intelectualizada se reunirem em um apartamento onde ali muitos presentes não se conheciam e cada um oferecer o que sabe de melhor....seja no canto...seja na poesia....amei essa ideia!!!

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  5. Alessandra querida,

    Você é tão sensível e doce!
    Você captou perfeitamente o que foi essa experiências para essas pessoas todas e para mim.
    Aliás, você sintetizou perfeitamente o que foi esse verdadeiro acontecimento.
    um beijo!

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