segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sim, fica cada vez melhor!


Hoje, uma amiga minha do facebook, Nilza Bellini, compartilhou uma matéria excelente que ela leu no New York Times, e que foi publicada naquele jornal na última sexta-feira.
O mote da matéria é a morte de Tyler Clementi, um calouro da Universidade de Rutgers, que pulou da ponte George Washington no ano passado, quando descobriu que seu companheiro secretamente transmitira seu interlúdio romântico com outro homem, na internet, enfim, o fato de que seu suicídio captou a atenção mundial.
Pois bem, segundo a matéria, na esteira de sua morte, as histórias de jovens gays sendo intimidados a tirar suas próprias vidas proliferaram.
E, então, a matéria ressalta iniciativas excelentes de adultos para apoiarem a esses jovens cuja orientação sexual é motivo de muito sofrimento durante sua adolescência, ou seja, devido a não aceitação de sua condição por parte da sociedade em que vivem.
O NYT nos conta que a efusão da preocupação dos pais, educadores e daqueles que tinham sobrevivido ao bullying inspirou It Gets Better (“Fica cada vez melhor”), uma campanha liderada pelo colunista e escritor Dan Savage pela qual milhares de gays e lésbicas adultos compartilham suas histórias para assegurar a todos os adolescentes que a sociedade tem sim um lugar para eles.
A matéria chama a atenção para o fato de que a cultura popular, nos EUA, tem reforçado essa mensagem de aceitação. E nos dá, como exemplos, o famoso seriado Glee, que teve três histórias envolvendo adolescentes gays na última temporada, além do namoro, com cenas de beijo entre pessoas do mesmo sexo - sempre, aliás, raras na tela de televisão - dos personagens interpretados por Chris Colfer e Criss Darren. Lady Gaga também tem combatido a retórica antigay, a mesma que muitos jovens ouvem em suas igrejas e comunidades. É o caso da canção "Born This Way", da cantora, que tem aumentado sua base de fãs, já grande entre os adolescentes gays e lésbicas.
Também o NYT iniciou o Projeto Coming Out (expressão que corresponderia a nossa "Saindo do Armário") como um esforço para melhor compreender as realidades desta geração e de suas expectativas, e para dar aos adolescentes o direito a sua própria voz no debate instaurado.
Já o The Times falou com cerca de 100 adolescentes gays, lésbicas, bissexuais ou transgêneros de todas as partes do país - de áreas rurais para centros urbanos, a partir de ambientes propícios às hostilidades a esses jovens. O jornal contactou-os através de vários grupos de defesa, bem como através de sites de redes sociais como YouTube, Twitter e Facebook.
O Projeto Trevor, que oferece aconselhamento a jovens lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros em crise, entre outros serviços, postou um apelo para adolescentes, a fim de que eles contassem suas histórias para o The Times, resultando em cerca de 250 respostas.
Os jovens que participaram desse projeto estavam em diferentes fases de assumirem sua orientação sexual: alguns tinham saído do armário apenas para si mesmos ou apenas para pessoas em certas esferas de suas vidas, outros contaram somente para um amigo de confiança ou um familiar, mas havia também aqueles que tinham se assumido para a sua família ou comunidade e, em seguida, percebendo que não tinham o apoio de que precisavam, voltaram atrás na declaração – saindo do armário, novamente, somente alguns anos mais tarde. Alguns falaram em terem se odiado nesse processo de autoaceitação.

Penso que é importante divulgar também por aqui essas iniciativas, embora aconteçam na américa do norte, porque também no Brasil, graças a Deus, as questões ligadas ao movimento de aceitação da comunidade LGBT, estão cada vez mais na ordem do dia. E, of course, aqui os jovens também merecem o mesmo respeito que tais jovens mereceriam em qualquer lugar e, sim, acredito que o que na adolescência parece ser um pesadelo absoluto, na idade adulta pode se transformar nesse mote lindo da campanha liderada por Dan Savage, ou seja, a vida do homossexual não precisa ser esse pesadelo para sempre, a vida pode, aliás, ficar cada vez melhor para todos. A verdade é que isso depende muito de cada um de nós. Ela fica melhor, realmente, quando alimentamos esse desejo de irmos melhorando como gente e, portanto, não dependemos tanto assim, como parecia na adolescência, da aceitação absoluta dos outros!

Não podemos nos esquecer que os que não aceitam as diferenças entre as pessoas só comprovam que suas vidas não devem estar melhor do que a daqueles que julgam errados, pois eles também não se aceitam, uma vez que não entendem que vivemos todos no mesmíssimo planeta cuja lei principal é a da pluralidade!

5 comentários:

  1. Oi Josafá!
    Acho hipocrisia fechar os olhos para o que existiu sempre desde que o mundo é mundo, vê na história antiga, os grandes filósofos que tivemos, quem leu o banquete, o que viu?
    Temos que acompanhar o ritmo que o mundo gira. Sem ser piegas sempre disse aos meus filhos que se fosse o caso poderiam ser verdadeiros e assumirem a opção sexual que fosse, eu daria todo apoio. Ignoro quem não o faça. Estas iniciativas são sempre válidas, embora nem sempre surta o efeito desejado.
    Abs e boa semana!

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  2. Pois, então, Valéria, é uma pena que muitos pais ainda não tenham atingido essa consciência que vc revelou aos seus filhos. E, assim sendo, muitos adolescentes sofrem tanto... Eu achei essa matéria do NYT muito boa porque divulga esse trabalho belíssimo a favor das pessoas jovens que precisam aguentar uma barra pesada e, muitas vezes, a partir de casa! Como mostram nesse vídeo muitos jovens já foram salvos pela iniciativa do It gets better e se sentem gratos. ;-)

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  3. Ninguém, melhor que você para postar tão belo comentário da matéria do NYT. Achei interessantísimo, tudo que foi expressado, no que diz respeito á aqueles que por ventura não são aceitos pelos seus familiares e também pela sociedade.É muito grande o sofrimento dessas pessoas. Mas como você disse, temos que acompanhar o rítmo do mundo. E o mundo traça o seu rítmo. E no final tudo entra nos eixos...

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  4. Você, Anônimo, é alguém muito simpático. Você parece entender, perfeitamente, tudo o que pretendo dizer e isso é muito reconfortante. Afinal, todos desejamos ser compreendidos! ;-D
    Merci pelo comentário. Seja sempre bem-vindo!

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  5. mto bacana seu blog! ja estou seguindo! se puder dar uma passada no meu ia ser ótimo!

    http://www.lestockler.blogspot.com/

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