terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Tulipa Negra

No mês passado, eu postei a imagem de um canteiro de tulipas na minha página do facebook. Algumas pessoas, sensibilizadas por tanta beleza, curtiram ou mesmo comentaram a postagem, algumas dizendo o quanto amavam a flor. Uma tia querida disse-me ainda que, não sabia o motivo ao certo, mas sempre sentira a tulipa como se ela fosse mesmo uma flor romântica. Disse que talvez isso se desse por influência de uma leitura que ela fizera de um romance de Alexandre Dumas, A Tulipa Negra.
Eu, imediatamente, fiquei com vontade de ler o livro. Eu sou assim, não posso ouvir falar em um clássico da literatura que lamento não o ter lido e, encontrando o livro, corrijo imediatamente a falta.
Pois bem, foi em um sebo no centro da cidade que encontrei uma edição do romance francês, em português. A edição que li, portanto, foi esta preparada para a FTD, com tradução e adaptação de Francisco Balthar Peixoto e que contém lindas ilustrações de Alexandre Camanho.
O autor de Os três mosqueteiros escreveu esta história fascinante e que se passa na Holanda do século XVII. Entre o início de 1672 e 15 de maio de 1673, mais precisamente. Injustamente acusado de traição, Cornélius van Baerle, médico e cultivador de tulipas, é preso, e habitando a cela de uma prisão se apaixona por Rosa, a bela filha do carcereiro.
Então, teremos a conjunção de um amor praticamente impossível , bem como a necessidade do prisioneiro de cultivar a tulipa negra. É que era essa a intenção de van Baerle, desde antes de ser preso injustamente: participar do desafio que a Associação Hortícola de Haarlem propusera, bem como receber o prêmio concedido àquele que conseguisse produzir a tal tulipa.
Dumas partiu inicialmente de fatos históricos verdadeiros, o do assassinato dos irmãos De Witt, políticos influentes no reinado do príncipe Guilherme de Orange e que são considerados traidores do reino (no romance, um deles é padrinho do protagonista), bem como o do crescimento da especulação econômica em torno da planta. Ele entrelaça tais fatos com uma belíssima história de amor e de aventura.

Assim sendo, há obviamente um invejoso vizinho que também cultivava papoulas e que se torna o vilão da história. E, por mais que nós saibamos que ninguém é totalmente mal, assim como ninguém é bom, completamente, ainda assim, quando uma literatura como a de Dumas nos apresenta esses tipos puros e que correspondem ao arquétipo dessa duplicidade que há em nós, penso que, da mesma maneira que queremos nos melhorar, nós também desejamos, na história e pela história, que o bem e o amor vençam por fim.

Há maior alegria do que ter esse desejo completamente satisfeito?

2 comentários:

  1. Ler seu texto me deixou curioso, com vontade de ler o livro, mas creio que por hora será impossível. Fique incumbido de me contar um pouco mais sobre a História no nosso próximo encontro. Afinal, você é um excelente narrador...

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    1. Laudecir querido! Sim, quando nos encontrarmos eu falo mais a respeito desse livro contigo, pessoalmente. É sempre tão bom te encontrar. ;-)

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