terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vamos juntos adiante?


- Já lhe aconteceu de não reconhecer um amigo?

- Como assim? De encontrá-lo na rua e não o reconhecer imediatamente?

- Não. De, conversando com ele, lhe parecer que ele não é mais a mesma pessoa?

- Ao encontrá-lo depois de muito tempo sem tê-lo visto?

- Não. O que observei é que, no convívio, ele foi mudando seu comportamento aos poucos, a ponto de não se tratar mais da mesma pessoa: aquele amigo que a gente conhecia e admirava.

- E essa nova pessoa não é mais tão admirável?

- Infelizmente não é. É como se alguns “defeitos” que, evidentemente, já existiam latentes naquele amigo tivessem agora tomado o primeiro plano, ou seja, aflorado com alguma intensidade. O que é sempre desagradável.

- Você acha que o que aconteceu é irreversível?

- Não. Acho que nada é irreversível. O problema é que a pessoa pode ir ficando para trás... Eu não sei como fazer para continuar acompanhando-o, entende?

- Sei. Mas isso acontece com qualquer um de nós o tempo todo. Precisamos avançar para alcançar o que lá na frente queremos buscar e, então, aqui e ali, recuamos, porque nos apegamos ao que deixamos para trás.
É quando, então, os que nos acompanharam até um determinado ponto continuam avançando, pois interpretam diferentemente a sua própria experiência no caminho que fazem, no percurso que engendram.
Esses últimos encontram, por vezes, mais à frente, uma nova compreensão do que foi deixado para trás e assim fica mais fácil voltar e mesmo auxiliar quem escolhera ir mais lentamente.
É preciso considerar, ainda, que, com o tempo, as pessoas mudam a compreensão do seu próprio ritmo de caminhada. E até podem, no devido tempo, desejar avançar diferentemente, quiça, aceleradamente...

- Sim, é necessário respeitar o fôlego de cada um e, sobretudo, não temer os salteadores do caminho. 

2 comentários:

  1. Pois é, Josafá, são as circunstâncias da vida e o livre-arbítrio atuando na caminhada de cada um de nós...
    Todos têm seu tempo.

    Gostei muito!
    Beijo.

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  2. É engraçado né Rita? Porque conhecemos relatos de pessoas que passaram por isso, mas quando a coisa acontece com a gente, a história é totalmente outra! Temos que ir elaborando com muito cuidado! Deus nos ajude! ;-)

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