sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O que nos falta

 

Henri Cartier-Bresson, Mexico (girl with braids), 1934

Sabem o que eu acho que faz muita falta nas relações humanas?

Tenho um exemplo: faz falta chegarmos muito mais proximamente do coração do pai, mãe, filho(a), companheiro(a), amigo(a) e até mesmo de um desconhecido qualquer (embora aqui, isso só será possível quando já estivermos, cada qual, bem perto daquele desprendimento total de si mesmo, é claro...)
Um modo dessa aproximação ocorrer é possível, quando, por exemplo, virmos qualquer um desses seres acabrunhado, abatido, ou mesmo disfarçando um mal estar, e, então, nos aproximarmos tocando levemente em seu braço, ou na altura do ombro dessa pessoa e, com doçura e delicadeza, perguntarmos:

- Querido(a), você está preocupado(a) com alguma coisa?

Penso que não é preciso insistir que, se a referida pergunda for feita com uma dose sequer, a menos, de doçura e delicadeza, já não mais será a aproximação possível do coração e terá exatamente o efeito contrário do pretendido e que, também, se aquele toque com as mãos pesar um miligrama que seja, a mais, do que seria o grau de leveza necessário para essa aproximação possível, isso resultará em distanciamento, ou seja, mais uma vez o contrário da aproximação desejada.

Aproximar-se do coração é amar desprendidamente: o único modo que permite ao outro (cor)responder, quiça com o mesmo amor.

6 comentários:

  1. Quiça mesmo!Liiiindo texto!

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  2. Nossa, isso é puro São Francisco de Assis - que sabia tão bem como essa experiência é mais fácil com os bichos e as crianças...

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  3. É mesmo né Luciana, São Francisco. Que exemplo! Para nós outros é mais difícil, mas eu acho que a gente ainda chega lá! ;-)

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  4. Anônimo(a)
    Você é gente boníssima! \o/

    Merci.

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