Ontem, fui jantar na casa de uma amiga muito, muito querida. Ela serviu-me um cuscuz marroquino divino!
Coincidentemente, hoje, quando saí de sua casa ainda era cedo para eu ir ao trabalho e resolvi passar no CCBB para conferir a exposição Islã – arte e civilização. Falar dessa exposição pode ser bastante difícil, quem cobre a matéria nos suplementos culturais de jornais deve ter bastante trabalho, porque, afinal, trata-se de uma exposição que cobre grande parte da contribuição da civilização árabe-islâmica para a arte universal.
Tal contribuição, todos sabemos, é imensa!
Eu fiquei impressionado com tudo o que vi. A riqueza dos fragmentos de arquitetura, manuscritos, iluminuras, peças de ourivesaria, cerâmicas, mosaicos, mobiliário (cadeiras incrustadas de madreperólas e forradas com tecidos bordados em fios de ouro!) tapeçaria (todos os tapetes, com certeza, poderiam ser tapetes voadores!), vestuários, armas, dentre muitas outras peças, e todas vindas de museus e reservas técnicas de Síria, Mauritânia, Marrocos, Líbia, Líbano, Burkina Faso, Brasil, Mali, Niger e Nigéria, além dos acervos como os de museus sírios, também contribuíram os acervos da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (BibliASPA) e da Casa das Áfricas.
As peças cobrem muitos séculos e eu que sempre fico emocionado em ver utensílios que fizeram parte do cotidiano de seres humanos que viveram em uma outra cultura e há milhares de anos, fiquei siderado dentro do museu. É tão bonito ver a riqueza de todos aqueles registros! Tudo é muito ornado de inscrições, tudo é um hino de amor a Deus. Eu fiquei com vontade de ser um mulçumano, que também pudesse ter se ajoelhado naqueles tapetes de oração expostos nas paredes, ou mesmo de ser um artesão que pudesse ter criado alguma daquelas maravilhas: tudo ali é honroso e divino e maravilhoso!
E tudo é obra das mãos dos abençoados seres humanos.
Como já disse, a caligrafia está presente em tudo, nas pedras, nos vidros, nos bordados, nas pinturas. O Sagrado Corão aparece em diferentes exemplares, uns com páginas douradas, todos sempre com muita riqueza de ornamentos e a onipresente estilização das formas da natureza, uma vez que a forma humana não pode ser representada. Como os critérios de base religiosa da arte islâmica inibiram a representação humana (embora presente em uma ou outra manifestação), isso favoreceu toda a riqueza da arte desenvolvida em todos os suportes: aquela que se dá na profusão do ornamento!
Vou citar aqui uma passagem do catálogo da mostra em que o Prof. Dr. Paulo Daniel Farah nos diz algo que me pareceu essencial para compreender a exposição como um todo:
As obras selecionadas, entre as quais uma grande pedra de basalto entalhado, manuscrito corânico em pele de gazela sem a notação de pontos, tábuas de escrever e quadros contemporâneos, revelam a vitalidade dessa expressão artística e confirmam o dito muçulmano que anuncia “Deus é belo e aprecia a beleza”.
Eu diria que essa civilização levou esse dito ao pé da letra, e graças a Deus!, pois assim puderam nos brindar com uma manifestação de verdadeiro enlevo em torno dessa beleza transcendente.
Não deixe de ir até o CCBB, até o dia 27 de março. Leve a família, os amigos, os amores: viver é celebrar essa beleza que se perpetua e exposições como essa nos dão uma excelente oportunidade de experimentar essa emoção.
Coincidentemente, hoje, quando saí de sua casa ainda era cedo para eu ir ao trabalho e resolvi passar no CCBB para conferir a exposição Islã – arte e civilização. Falar dessa exposição pode ser bastante difícil, quem cobre a matéria nos suplementos culturais de jornais deve ter bastante trabalho, porque, afinal, trata-se de uma exposição que cobre grande parte da contribuição da civilização árabe-islâmica para a arte universal.
Tal contribuição, todos sabemos, é imensa!
Eu fiquei impressionado com tudo o que vi. A riqueza dos fragmentos de arquitetura, manuscritos, iluminuras, peças de ourivesaria, cerâmicas, mosaicos, mobiliário (cadeiras incrustadas de madreperólas e forradas com tecidos bordados em fios de ouro!) tapeçaria (todos os tapetes, com certeza, poderiam ser tapetes voadores!), vestuários, armas, dentre muitas outras peças, e todas vindas de museus e reservas técnicas de Síria, Mauritânia, Marrocos, Líbia, Líbano, Burkina Faso, Brasil, Mali, Niger e Nigéria, além dos acervos como os de museus sírios, também contribuíram os acervos da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (BibliASPA) e da Casa das Áfricas.
As peças cobrem muitos séculos e eu que sempre fico emocionado em ver utensílios que fizeram parte do cotidiano de seres humanos que viveram em uma outra cultura e há milhares de anos, fiquei siderado dentro do museu. É tão bonito ver a riqueza de todos aqueles registros! Tudo é muito ornado de inscrições, tudo é um hino de amor a Deus. Eu fiquei com vontade de ser um mulçumano, que também pudesse ter se ajoelhado naqueles tapetes de oração expostos nas paredes, ou mesmo de ser um artesão que pudesse ter criado alguma daquelas maravilhas: tudo ali é honroso e divino e maravilhoso!
E tudo é obra das mãos dos abençoados seres humanos.
Como já disse, a caligrafia está presente em tudo, nas pedras, nos vidros, nos bordados, nas pinturas. O Sagrado Corão aparece em diferentes exemplares, uns com páginas douradas, todos sempre com muita riqueza de ornamentos e a onipresente estilização das formas da natureza, uma vez que a forma humana não pode ser representada. Como os critérios de base religiosa da arte islâmica inibiram a representação humana (embora presente em uma ou outra manifestação), isso favoreceu toda a riqueza da arte desenvolvida em todos os suportes: aquela que se dá na profusão do ornamento!
Vou citar aqui uma passagem do catálogo da mostra em que o Prof. Dr. Paulo Daniel Farah nos diz algo que me pareceu essencial para compreender a exposição como um todo:
As obras selecionadas, entre as quais uma grande pedra de basalto entalhado, manuscrito corânico em pele de gazela sem a notação de pontos, tábuas de escrever e quadros contemporâneos, revelam a vitalidade dessa expressão artística e confirmam o dito muçulmano que anuncia “Deus é belo e aprecia a beleza”.
Eu diria que essa civilização levou esse dito ao pé da letra, e graças a Deus!, pois assim puderam nos brindar com uma manifestação de verdadeiro enlevo em torno dessa beleza transcendente.
Não deixe de ir até o CCBB, até o dia 27 de março. Leve a família, os amigos, os amores: viver é celebrar essa beleza que se perpetua e exposições como essa nos dão uma excelente oportunidade de experimentar essa emoção.
Assim vc quase me convence que morar em São Paulo é bom, sabia?
ResponderExcluirOi Josafá!
ResponderExcluirVocê como sempre conseguindo traduzir com sensibilidade a simbologia do belo, da riqueza da arte e das emoções que elas nos despertam. Parabéns!
Renata,
ResponderExcluirMorar em São Paulo é muito bom mesmo, sabia? Eu, às vezes, apenas lamento não ter tanto tempo quanto precisaria para acompanhar as coisas mágicas que acontecem nessa cidade! ;-D
Valéria,
Eu fico muito lisonjeado que vc diga isso, porque há postagens que são muitos difíceis: o tema é muito mais rico do que eu poderia abarcar e ainda mais em tão curto espaço. Mas, de qualquer modo, a intenção é despertar nas pessoas o desejo de também verem a exposição e, assim sendo, já ficarei muito satisfeito se isso de fato ocorrer.
Seus elogios são um alento e um estímulo! ;-)