O pior pesadelo é aquele que se configura na sequência de imagens de uma perseguição. Sejamos nós os perseguidos e sentiremos sempre que somos inocentes, mesmo que, no fundo, não sejamos tanto assim. Pois, de onde viria, então, esse horror que se apossa de nós durante a fuga e ainda quando, finalmente, conseguimos nos esconder?
E qual não é o pavor quando se aproxima o momento de os perseguidores arrombarem as portas do esconderijo!
No clímax do desespero, o desejo é de gritar, mas, então, não há voz na garganta.
Quem olhasse o nosso corpo deitado na cama, se apiedaria, pois sua posição em tal momento é constrangedora: um agarrar-se ao travesseiro, um rosto que é todo esgar.
A providência divina, por fim, permite o despertar, o qual, inicialmente, alivia, embora não o faça de todo, pois, pobre de nós, acordamos desconfiados e nos perguntando como pôde ser tão real toda aquela encenação e sua cenografia!
Por fim, pressentimos que todo aquele que é inteligente deve desconfiar que tal Mistério não é semelhante ao dos thrillers.
É que somente nós podemos desvendá-lo a contento.
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