Gostaria de falar de uma experiência que já se tornou inesquecível para mim.
Para ser sincero eu também vivi isso outras vezes ao visitar uma instalação de arte. Por exemplo, quando, ainda adolescente, fui com professores e coleguinhas de escola visitar uma Bienal, lá no Ibirapuera. Na época, uma artista argentina apresentava uma instalação em que os visitantes deviam tirar os sapatos, calçar pantufas apropriadas, acolchoadas com algodão, e entrar em uma imensa tenda, em cujo teto havia diversos tecidos brancos, de materiais como algodão, seda, transparências inúmeras, todos intercalados com espaços em que se via um fundo dark. O visitante devia entrar segurando um espelho na altura do olho, acima do nariz, e andar cuidadosamente olhando para as imagens que se refletiam em tal espelho, no interior, portanto, de uma Nuvem, como era chamada essa instalação. Assim, por vezes sentíamos que andávamos mesmo em uma nuvem, noutras que caíamos em um abismo de escuridão... Pena que não me lembro do nome da artista, nem ao certo em qual Bienal isso se deu. O que ficou foi o inesquecível da relação com a arte a partir de algo muito simples no aparato disponível e que, ainda assim, proporcionou uma experiência de transcendência muito significativa, sobretudo para um adolescente.
Agora, na meia idade da vida, passei por algo semelhante: fui visitar a exposição Oneness, de Mariko Mori, uma artista japonesa que consegue reunir tecnologia eletrônica, religião e até mesmo a estética da fotografia de moda, tornando tudo isso pleno de sentido no seu trabalho. Fica evidente a influência dos mangás, por exemplo, nesse trabalho, sobretudo nos vídeos em que ela aparece vestida como os personagens típicos dessas histórias em quadrinhos. No entanto, o que mais me chamou a atenção foi o seu desejo sincero de proporcionar aos visitantes um contato com a energia cósmica universal, o que só se faz possível quando você relaxa e se concentra em vibrar nessa direção.
Nesse sentido, aconteceu algo muito bacana na minha visita à exposição. Quando eu cheguei, peguei a senha para entrar na Wave UFO, gigantesca nave que está estacionada no saguão da casa, mas naquele momento a porta da nave estava enguiçada. E, ainda, as outras duas pessoas que entrariam comigo desistiram de esperar o seu conserto. Eu mantive-me firme no propósito de entrar ali e esperei. Assim, pude ter uma experiência única: pude observar no teto da nave apenas as cores do meu estado emocional registradas pela leitura de eletrodos fixados na minha testa e que permitiam a projeção de tais imagens no teto da nave.
Além disso, quando fui conhecer os seis personagens da obra Oneness - que dá nome à exposição e é outra obra interativa - como eu fora visitar a exposição sozinho, precisei juntar um grupo de mais cinco pessoas, para que os seis pudessem se ajoelhar em frente a cada um dos também seis personagens que compõem a obra, e, colocando as mãos no coração de cada um deles, tivessem a surpresa da interação que os bonecos com carinha de ETs, moldados em Technogel, proporcionam em grupo ao grupo.
Eu concluo que vivi uma experiência muito salutar para o espírito, pois pude conhecer uma obra que reúne beleza, oportunidade de reflexão sem par, além da necessária lição de que é possível utilizar a tecnologia também a favor da nossa própria espiritualidade! Enjoy it!
A exposição ficará em cartaz até 16 de outubro no CCBB – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro.
Para ser sincero eu também vivi isso outras vezes ao visitar uma instalação de arte. Por exemplo, quando, ainda adolescente, fui com professores e coleguinhas de escola visitar uma Bienal, lá no Ibirapuera. Na época, uma artista argentina apresentava uma instalação em que os visitantes deviam tirar os sapatos, calçar pantufas apropriadas, acolchoadas com algodão, e entrar em uma imensa tenda, em cujo teto havia diversos tecidos brancos, de materiais como algodão, seda, transparências inúmeras, todos intercalados com espaços em que se via um fundo dark. O visitante devia entrar segurando um espelho na altura do olho, acima do nariz, e andar cuidadosamente olhando para as imagens que se refletiam em tal espelho, no interior, portanto, de uma Nuvem, como era chamada essa instalação. Assim, por vezes sentíamos que andávamos mesmo em uma nuvem, noutras que caíamos em um abismo de escuridão... Pena que não me lembro do nome da artista, nem ao certo em qual Bienal isso se deu. O que ficou foi o inesquecível da relação com a arte a partir de algo muito simples no aparato disponível e que, ainda assim, proporcionou uma experiência de transcendência muito significativa, sobretudo para um adolescente.
Agora, na meia idade da vida, passei por algo semelhante: fui visitar a exposição Oneness, de Mariko Mori, uma artista japonesa que consegue reunir tecnologia eletrônica, religião e até mesmo a estética da fotografia de moda, tornando tudo isso pleno de sentido no seu trabalho. Fica evidente a influência dos mangás, por exemplo, nesse trabalho, sobretudo nos vídeos em que ela aparece vestida como os personagens típicos dessas histórias em quadrinhos. No entanto, o que mais me chamou a atenção foi o seu desejo sincero de proporcionar aos visitantes um contato com a energia cósmica universal, o que só se faz possível quando você relaxa e se concentra em vibrar nessa direção.
Nesse sentido, aconteceu algo muito bacana na minha visita à exposição. Quando eu cheguei, peguei a senha para entrar na Wave UFO, gigantesca nave que está estacionada no saguão da casa, mas naquele momento a porta da nave estava enguiçada. E, ainda, as outras duas pessoas que entrariam comigo desistiram de esperar o seu conserto. Eu mantive-me firme no propósito de entrar ali e esperei. Assim, pude ter uma experiência única: pude observar no teto da nave apenas as cores do meu estado emocional registradas pela leitura de eletrodos fixados na minha testa e que permitiam a projeção de tais imagens no teto da nave.
Além disso, quando fui conhecer os seis personagens da obra Oneness - que dá nome à exposição e é outra obra interativa - como eu fora visitar a exposição sozinho, precisei juntar um grupo de mais cinco pessoas, para que os seis pudessem se ajoelhar em frente a cada um dos também seis personagens que compõem a obra, e, colocando as mãos no coração de cada um deles, tivessem a surpresa da interação que os bonecos com carinha de ETs, moldados em Technogel, proporcionam em grupo ao grupo.
Eu concluo que vivi uma experiência muito salutar para o espírito, pois pude conhecer uma obra que reúne beleza, oportunidade de reflexão sem par, além da necessária lição de que é possível utilizar a tecnologia também a favor da nossa própria espiritualidade! Enjoy it!
A exposição ficará em cartaz até 16 de outubro no CCBB – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro.
Oi Josafá, tudo bem? Adorei ler seu blog, que Renata postou no facebook! Sua descrição do que vivenciou nessa exposição me deixou com agua na boca... será que vem pra Brasília??? Beijo pra vc,
ResponderExcluirAngela
Angela querida!
ResponderExcluirQue pena! A exposição esteve primeiro aí, em Brasília, mas talvez a divulgação tenha sido falha, já que você não ficou sabendo, depois ela foi para o Rio e, agora, encerra o tour brasileiro aqui em Sampa!
Tenho certeza que você iria curtir muito já que compreendeu tão bem minha postagem!
Quem sabe você não vai ver, no futuro, em outro canto do mundo, o trabalho da talentosa e sensível artista? Vou ficar torcendo! :-)