Franz Schubert, jovem. |
Hoje, Ligiana Costa, no programa Manhã Cultura da Rádio Cultura FM, anunciou a “próxima música”, dizendo que íamos ouvir o primeiro movimento da Sinfonia nº 3 em ré maior, o Adagio Maestoso – Alegro com Brio, de Franz Schubert, compositor que viveu apenas até os 31 anos de idade e que não teve seu talento reconhecido em vida.
Então, começou a tocar
a música.
Qualquer um
que já tenha ouvido esse movimento da referida sinfonia de Franz Schubert fica
impressionado com a beleza da alegria genuína que ali é evocada. No entanto,
como eu soubera que tais sensibilidade e brilho artísticos não tinham sido
reconhecidos, eu fique com o coração na mão! E, quando isso acontece, eu sempre vou às lágrimas!
Enquanto ouvia,
hoje especialmente, comecei a desejar que Schubert pudesse saber do
meu sentimento de gratidão. Que ele conhecesse meu reconhecimento por essa
riqueza do seu talento, por ele ter sido alguém capaz de criar tanta harmonia e
com tanto fulgor criativo.
Sim, fiquei
com desejo de ser aquele que redimisse a falha de seus contemporâneos.
Como não
puderam reconhecer tal talento?
Franz Schubert - ein unvollendetes Leben [Franz Schubert - uma vida inacabada], de Walter Kolm - 1953 |
A verdade é
que há espíritos que não vêm a esse mundo na época em que seriam compreendidos: constituem a
verdadeira avant-garde. E, sim, há muita beleza nessa entrega absoluta à criação mesmo
que conheçam como resultado uma derrocada. Aliás, imagino que deva ser lindo, depois, saber do reconhecimento do público futuro.
Mesmo que sendo esse meu reconhecimento e que foi conduzido do modo como o foi: no anonimato de lágrimas vertidas, enquanto ouvia sua música pelos fones de ouvido ligados a um aparelho de celular, sintonizado em uma rádio e, isso, enquanto caminhava por uma estação de trem, em um terminal urbano de passageiros da grande metrópole, situada no hemisfério sul deste, ainda que querido, também obscuro planeta terra.
Na biografia do músico, fala-se muito de sua origem paupérrima, da profunda depressão que o acometeu em diversas passagens na vida, do sofrimento oriundo de uma doença incurável para a época, enfim, em muito sofrimento.
Mesmo que sendo esse meu reconhecimento e que foi conduzido do modo como o foi: no anonimato de lágrimas vertidas, enquanto ouvia sua música pelos fones de ouvido ligados a um aparelho de celular, sintonizado em uma rádio e, isso, enquanto caminhava por uma estação de trem, em um terminal urbano de passageiros da grande metrópole, situada no hemisfério sul deste, ainda que querido, também obscuro planeta terra.
Na biografia do músico, fala-se muito de sua origem paupérrima, da profunda depressão que o acometeu em diversas passagens na vida, do sofrimento oriundo de uma doença incurável para a época, enfim, em muito sofrimento.
Tanta
adversidade é ainda um motivo maior para que admiremos sua genialidade, não é
mesmo? Por tudo isso nutrimos este sentimento de gratidão, posto que nada disso impediu que ainda hoje possamos ouvir todo seu legado de beleza e triunfo!
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