Hoje, utilizei o metrô a partir da linha amarela, pois eu vinha do Butantã
para o centro da cidade. Lamentei não ter um livro para ler e me lembrei que eu
tinha um, mas em pdf , no celular. Trata-se de um livro psicografado por
Divaldo Pereira Franco e que fala da Transição Planetária. No trecho que eu lia, um espírito que ainda iria nascer no nosso planeta, vindo de outro mais
adiantado, contava aos seus interlocutores a respeito de lá e também queria
saber do que acontecia por aqui:
Por sua vez,
interrogou-nos a respeito das paisagens de sombra e angústia que notara na
Terra, das densas ondas de infelicidade e de revolta que lhe produzia choques
vibratórios, assim como do horror da violência, das buscas desenfreadas pelas
paixões dissolventes e destrutivas, que caracterizam, por enquanto, o nosso
mundo de provas e de expiações.Sem nenhuma expressão de censura, analisou o
primarismo ainda existente em nosso planeta, onde os horrores da guerra ceifam
milhões de vida com periodicidade, assim como a ocorrência das contínuas vagas
de terrorismo de toda espécie, dos fenômenos sísmicos que abalam a estrutura
geológica da Terra, dos sofrimentos superlativos... Havia uma dorida expressão
na sua face ao analisar o novo mundo onde iria trabalhar, em tentativa de
auxiliá-lo a melhorar-se, tornando-se mais tristonha ao referir-se à
criminalidade, aos terríveis abortos provocados, às aplicações da eutanásia, ao
volume de suicídios e ainda à pena de morte legalizada...
Quando eu estava lendo o trecho acima, notei a pessoa que
estava sentada ao meu lado no metrô. Era uma jovem negra, gestante e que estava
com os olhos fechados e dos quais desciam grossas lágrimas. Aquela cena foi de
cortar o coração: uma mulher negra, grávida e chorando. Senti que eu não devia lhe
falar, oralmente, em respeito a sua dor (da qual eu sequer podia imaginar a
origem...)
Mas, imediatamente comecei a pedir em prece por ela e também a lhe emitir mensagens por pensamento, enquanto, por minha vez, também chorava: eu me sentia profundamente solidário àquela dor.
Agora, éramos dois chorando.
No vagão, ninguém mais percebeu
a cena a não ser outra moça, também negra, sentada em um banco no lado oposto
ao nosso. Eu pensava fortemente: Tenha
coragem, meu amor. Na aflição, o que precisamos é de fé e coragem. Repetia
fortemente esse pensamento, como ladainha, e voltado a sua direção. Tenho
certeza que de algum modo a ajudei, pois ela parecia se acalmar ao longo da minha prece e, de certo modo, isso se confirmou, pois ao levantar-nos os três
para descermos do trem, a outra moça sorria para mim como a dizer: fizemos
nossa parte.
Espero que possamos fazer isso sempre. Daí, para o melhor. Assim, este planeta tão sofrido vai se regenerando pela solidariedade cada vez mais possível.
Sim, ainda que nessa cumplicidade silenciosa.
O que almejamos?
O respeito à dor alheia revelando-se na solidariedade de todas as horas.
Que Deus nos ajude. Amém.
Sim, ainda que nessa cumplicidade silenciosa.
O que almejamos?
O respeito à dor alheia revelando-se na solidariedade de todas as horas.
Que Deus nos ajude. Amém.
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