quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

High five by Ivonne


via Cream puffs in Venice
Hoje, logo que liguei o computador, vi que se falava bastante no feed de notícias do meu perfil no facebook sobre a morte de um garoto de 14 anos identificado como Kevin Beltrán, um torcedor do San José. Sua morte foi provocada por um sinalizador que, por sua vez, teria sido lançado por torcedores do Corinthians, durante o jogo de ontem (quarta-feira, 20 de fevereiro) da Copa Libertadores, em Oruro, na Bolívia.

Quando conversei com uma amiga minha e colega onde trabalho, eu disse que tudo era muito triste, algo assim com as características mais evidentes de um incidente, uma fatalidade, evidentemente contribuía para isso seu aspecto absolutamente dramático, a perda da família, a circunstância de ter sido durante um jogo, algo que era para ser uma emoção singela, típica do prazer da juventude, enfim, tudo muito muito triste mesmo.
Lamentável e doloroso, sem dúvida.
Mas eu também lhe disse que eu considero que, de qualquer modo, morrer jovem é sempre uma dádiva. O que ela achou uma afirmação um tanto absurda. Mesmo assim confirmei meu juízo de valor: acredito que sair desse planeta tão cedo é sempre vantajoso. 
Vamos combinar que sim, por favor!
Aqui não é exatamente um paraíso para se viver e a vida não é um mar de rosas...
Embora, eu saiba também que este é um mundo lindo e, com certeza, entendo que a vida deva ser vivida até quando Deus queira que a vivamos. 
Poderia parecer que há contradição nisso que estou afirmando, mas não há nenhuma. Não se trata de uma negação do que aqui viemos fazer!

Por exemplo, agora à noite, encontrei um blog de uma canadense, superfofa, ela se chama Ivonne e é filha de italianos, e seu blog é de culinária: Cream puffs in Venice. Ela cozinha umas coisas deliciosas!
Por um acaso, vi inicialmente uma postagem em que ela dizia que tinha acabado de voltar do enterro de um filho pequenino de um amigo dela.
Ela intitulou a postagem High Five [que é o nome que se dá na gíria àquele cumprimento em que dois jovens, levantando o braço, batem no alto as palmas da mão direita aberta, um bate na palma da mão do outro]

Vou tentar traduzir o que ela dizia por lá:

High Five

Hoje foi um daqueles dias em que manter a luz do forno acesa foi realmente uma fonte de grande conforto.

Eu assisti ao funeral de um menino muito jovem, cujo pai é um amigo e colega.

A única vez em que eu encontrei esse doce anjo foi acerca de dois meses atrás, quando faltava apenas algumas semanas para o Natal. O meu colega tinha trazido seu filhinho para o trabalho. Eles me visitaram brevemente em meu escritório e eu estava tão animada e feliz. O menino estava compreensivelmente tímido, uma vez que nunca tinha me visto antes, de modo que seu pai lhe disse para me cumprimentar com um “high five”.

E ele o fez.

Eu estive pensando a respeito disso desde então.

via Cream puffs in Venice
Depois do funeral, eu cheguei em casa e imediatamente comecei a assar biscoitos. Quando cozinho, tenho um tempo para refletir sobre os acontecimentos do dia e sobre suas lições com mais vagar. Embora tenha sido por um breve momento, sou tão grata por ter tido a oportunidade de conhecer o filho do meu amigo.

Então, considerei que os nossos entes queridos são o maior presente que temos, e não devemos desperdiçar um único momento da sua companhia. Nunca.

Lembrei-me que o amor e a fé nos verão passar pela vida afora.

Lembrei-me do melhor high five que eu já recebi, e do qual nunca vou esquecer.

2 comentários:

  1. Extremamente emocionante pra mim ler tudo isso.
    Pensar nesse vazio que nos move a vida e nessas perdas tão feridas.

    Como mãe, não me vejo perder minha metade nessa terra.
    E de certo concordo, quando diz que este planeta não é o melhor pra se viver. Até é, mas nós o tornamos mais complicado do que o é.

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    1. Sim Cris, podemos torná-lo melhor. Para isso mais high fives precisam ser trocados não é mesmo? ;)
      obrigado pela sua emoção. <3

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